Guerra dos Emboabas

Graduada em História (UFRJ, 2016)

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No ano de 2008, foi comemorado o terceiro centenário da Guerra dos Emboabas. Essa data foi uma excelente oportunidade para rever alguns pontos e, assim, surgiram diversos textos sobre o assunto. Alguns historiadores afirmam que a Guerra dos Emboabas é pouco estudada nas escolas, em detrimento de outros conflitos, como a Inconfidência Mineira, ocorrida também no século XVIII.

A Guerra dos Emboabas tem início no ano de 1707 e segue até o de 1709, fazendo parte dos denominados movimentos nativistas. O século XVIII, importante ressaltar, foi marcado pela descoberta de ouro e pedras preciosas na região das Minas Gerais, atraindo muitos desbravadores para essa região. A economia que era baseada na plantação de cana de açúcar e mais focada na região nordeste do Brasil, passa a ter como principal fonte de riquezas o ouro e as pedras preciosas da região Sudeste. Para as minas e arredores eram atraídos pessoas de todo o tipo a fim de conseguir explorar o ouro e obter lucro. Em pouco tempo, as jazidas encontradas se tornaram alvo de uma violenta disputa: a população de outras províncias que iam atrás das pedras preciosas e dos portugueses, que também rumaram para a região.

Os primeiros a encontrarem o ouro e as pedras preciosas foram os desbravadores paulistas que entraram para a história como bandeirantes, mais especificamente em 1698, quando Antônio Dias de Oliveira descobriu as minas de Ouro Preto. Como a notícia se espalhou, muitas pessoas foram para a região na busca de ouro. Esses bandeirantes paulistas queriam que a exploração das minas fosse de exclusividade deles, já que foram eles que haviam descoberto. É importante destacar que a população da região das minas era dividida em dois grupos inimigos: os paulistas que foram os primeiros a acharem as minas e os Emboabas. A palavra “emboaba” tem o significado em tupi de “pássaro de pés emplumados” e era usado pejorativamente para designar os forasteiros, pois eles utilizavam botas.

Ao contrário dos paulistas que eram compostos por mamelucos e índios, os forasteiros passaram a exercer grande influência, pois controlavam o comércio, tendo lucro. Manuel Nunes Viana era um desses emboabas. A fim de controlar o contrabando do ouro, a Coroa determina algumas medidas, mas ele continua ocorrendo sob a liderança de Nunes Viana. Borba Gato, líder dos paulistas, decidiu expulsar os emboabas da região, que haviam se apoderado de suas terras e minas. Mas como os paulistas eram minoria, acabaram sendo expulsos por Viana, indo na direção de Goiás e Mato Grosso, descobrindo novas jazidas. Viana acabou sendo expulso de Minas pelo governador do Rio de Janeiro após o massacre feito pelos emboabas contra os paulistas num lugar que ficou conhecido como Capão da Traição.

As consequências dessa guerra, além das mortes e do massacre que ocorreu, foi que, no ano de 1709, a capitania de São Vicente chegou ao fim e, assim, foi criada a capitania de São Paulo e Minas de Ouro que, em 1720, acabou sendo dividida e tornando-se a capitania de São Paulo e a capitania de Minas Gerais.

Referências Bibliográficas:

COSTA, Marcos. A História do Brasil para quem tem pressa. Rio de Janeiro: Valentina, 2016.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.

ROMEIRO, Adriana. Guerra dos Emboabas: balanço histórico. Minas Gerais: Revista do Arquivo Público Mineiro, 2009, p. 107 – 117.

Arquivado em: Brasil Colônia
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