Somália

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A República Somali (em somali: Jamhuuriyadda Soomaaliya) é um país localizado à África Oriental, na região popularmente denominada "chifre da África", com um território de 637.657 km², aproximadamente do tamanho dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro combinados. Sua capital é Mogadíscio (significa "O Assento do Xá"). A Somália conta com o Golfo de Áden ao norte, Djibouti a noroeste, Etiópia a oeste e Quênia a sudoeste, sendo que seu litoral, a leste, é banhado pelo Oceano Índico. A língua oficial é o somali sendo o árabe, inglês e o italiano utilizados esporadicamente. Com uma população de cerca de 10 milhões de indivíduos, 99,9% seguem a religião islâmica.

Evidências arqueológicas indicam a presença de populações cuchíticas no Chifre da África desde 100 d.C., possivelmente antes. A interação ao longo dos séculos entre os povos indígenas cuchíticos, árabes e persas levou à emergência de uma cultura somali ligada por tradições comuns, uma única língua, e fé islâmica.

O Estado somali remonta a um sultanato árabe fundado no século VII d.C. por imigrantes coraixitas do Iêmen. Durante os séculos XV e XVI, comerciantes portugueses governam várias cidades costeiras. O sultão de Omã e Zanzibar posteriormente assumiu o controle dessas cidades e arredores.

Em 1886, os ingleses ganham o controle sobre o norte por meio de tratados com vários chefes aos quais foram garantidos a proteção britânica. Em 1889 a Itália celebra acordos com os sultões de Obbia e Aluula, estabelecendo um protetorado nos outros 2/3 do futuro país. O governo italiano impõe a administração direta em 1908, dando o status colonial ao território.

Em 1936 a Itália fascista invade a Etiópia, formando a África Oriental Italiana (AOI), junto a Somália e Eritreia. Ante a declaração de guerra da Itália ao Reino Unido em junho de 1940, tropas italianas invadem a Somalilândia britânica, reconquistada um ano depois. Após a guerra, a Itália renuncia aos direitos à Somália, que fica de 1941 a 1950, sob administração militar britânica.

Em 21 de novembro de 1949, a Assembléia Geral da ONU adota uma resolução recomendando que a antiga Somália italiana seja colocada sob tutela por 10 anos, com a Itália como administradora, com o objetivo de preparar a independência. A Somália britânica tornou-se independente a 26 de junho de 1960 e 5 dias depois, a 01 de julho, a parte italiana é declarada independente, as duas unindo-se no mesmo dia para formar a República da Somália.

Em junho de 1961 a constituição é aprovada em referendo que previa um governo parlamentar baseado no modelo europeu. O governo abandona qualquer pretensão sobre as áreas somalis na Etiópia, Quênia e Djibuti, estabelecendo boas relações com os vizinhos. A aproximação com a Etiópia, vista como rival desde o século XVI, foi o estopim para o golpe de outubro de 1969, liderado pelo general Mohamed Siad Barre, que alia-se à União Soviética e institui um serviço de segurança nacional, controlando a informação, iniciando uma série de projetos de desenvolvimento de base. Barre reduziu as liberdades políticas e usou o terror contra a população para consolidar seu poder.

Após a derrubada do imperador da Etiópia em 1974, a Somália invade o país em 1977, buscando conquistar a região do Ogaden. Mas, após a revolução etíope, o novo governo aliou-se à União Soviética, que forneceu 10.000 a 15.000 tropas cubanas e conselheiros militares soviéticos, provocando a derrota da Somália. Em novembro de 1977, Barre expulsou todos os conselheiros soviéticos e revogou o acordo de amizade com a URSS.

Após a guerra, a Somália abandona sua ideologia socialista e procura apoio no ocidente. De 1982 a 1988, os Estados Unidos passaram a ser vistos como parceiros no contexto da Guerra Fria.

Crise econômica, corrupção e custo das atividades anti-insurgência causam grandes privações à população. Ao final da década de 1980, grupos armados de oposição na região norte se espalham para as regiões central e sul. O exército somali se desintegra e o controle efetivo do regime é reduzido às áreas nas imediações de Mogadíscio. No final de 1990 o Estado somali estava em colapso total. A queda do regime ocorre em 1991 e várias facções tentam controlar o território lutando uns contra os outros. Cerca de 14 conferências de reconciliação foram convocadas ao longo da década. A Conferência de Reconciliação Nacional da Somália, organizada pelo Quênia, concluída em agosto de 2004, resultou no estabelecimento de um Governo Federal de Transição (TFG).

No início da primavera de 2011, a Somália experimentou o que alguns chamam a pior seca em 60 anos. A quebra de safra e um aumento drástico dos preços dos alimentos, juntamente com a situação de insegurança em áreas controladas pelo grupo al-Shabaab (simpatizante da Al-Qaeda) no sul e centro da Somália levou a ONU a declarar fome em seis áreas. Até o momento, 4 milhões de somalis precisam de ajuda e 750.000 correm risco de morrer. Os Estados Unidos, a ONU e agências humanitárias internacionais vêm trabalhando para abordar tanto as necessidades imediatas do povo somali. Até o momento, o estado segue desintegrado, com o governo central tendo um controle limitado sob o território.

Bibliografia:
Somália. Disponível em <http://www.portalbrasil.net/africa_somalia.htm>. Acesso em: 18 dez. 2011.

Background note: Somalia(em inglês). Disponível em <http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/2863.htm>. Acesso em: 18 dez. 2011.

Mapa: http://www.africa.com/somalia/map

Arquivado em: África
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