Aranha-marrom

Graduação em Ciências Biológicas (Unicamp, 2012)
Mestrado Profissional em Conservação da Fauna Silvestre (UFSCar e Fundação Parque Zoológico de São Paulo, 2015).

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As aranhas-marrons são invertebrados do filo Arthropoda, da classe Arachnida, pertencentes à ordem Araneae e à família Sicariidae. Elas são animais do gênero Loxosceles, mas que comumente são chamadas de aranhas marrons, no Brasil. São amarronzadas, variando o tom e algumas possuem um desenho no cefalotórax e podem medir até 4 cm (o corpo mede apenas um terço disso). É distribuída por quase todo planeta, tendo mais de 30 espécies só na América do Sul. É uma das aranhas que mais gera mortes no mundo e tem o veneno mais tóxico entre as aranhas brasileiras.

Podem ser encontradas em áreas livres, entre frestas de troncos, folhas secas, rochas, dentro de casa embaixo ou atrás de móveis, em galpões, etc. Normalmente, aranhas venenosas não fazem teia, mas a aranha marrom faz uma parecendo algodão, bem branquinha. São mais ativas durante a noite e principalmente no verão. Predam insetos, injetando seu veneno hemolítico nas presas. São importantes para manter um equilíbrio nas populações de insetos, que podem virar pragas, como os grilos e gafanhotos. Possuem dimorfismo sexual, uma vez que as fêmeas são maiores que os machos. A reprodução muda de espécie para espécie, na Loxosceles reclusa, por exemplo, o macho faz uma espécie de dança do acasalamento na teia da fêmea, se ela aceitar a cópula, ele enrola seus gametas em um saco de teia e o deposita com o pedipalpo no receptáculo seminal da fêmea. Ela deposita seus ovos em um casulo de seda e o fixa em algum local, como na própria teia, ou em uma planta.

As aranhas marrons não são agressivas. Os ataques a humanos ocorrem como defesa quando, sem querer, alguém toca nela. É comum acidentes com estes animais na hora de pôr calçados ou roupas, onde elas estão escondidas, ou são vítimas que colocaram a mão em alguma fresta, mas não é comum elas atacarem sem ser por defesa, quando se sentem comprimidas. A picada não é dolorida, mas cerca de 14 horas depois há desenvolvimento de edema (inchaço) e eritema (vermelhidão), podendo ser acompanhado de prurido (coceira). Sua toxina é hemolítica, podendo não causar problemas apenas na área picada, mas na região visceral, levando o indivíduo a ter febre, urinar escuro e sem tratamento adequado pode gerar necrose no tecido local da picada, falência renal e óbito.

Aranha-marrom. Foto: Sari ONeal / Shutterstock.com

Em caso de acidente é recomendado procurar um posto de saúde imediatamente. Apesar de pequena, a aranha marrom pode inocular grande quantidade de veneno, o suficiente para causar muitos danos à vítima, inclusive a morte. No Brasil, há produção de soro antiloxoscélico para tratamento contra a toxina deste animal. Não é recomendando tentar espremer a região para tirar o veneno, nem fazer torniquetes, pois acelera o processo de necrose. O apropriado mesmo é lavar o local com água e sabão, mantê-lo em repouso e procurar ajuda médica.

Seu predador natural são as lagartixas. Não podemos esquecer que a urbanização dos espaços leva à diminuição de habitat para fauna, consequentemente ela passa a conviver com os humanos em suas propriedades, aumentando o número de acidentes com animais venenosos e peçonhentos, como no caso da aranha-marrom.

Referências:
http://animaldiversity.org/accounts/Loxosceles_reclusa/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Loxosceles
http://animais.culturamix.com/informacoes/insetos-e-aranhas/aranha-marrom
http://www.guiabutanta.com/butantan/aranhas.htm

Arquivado em: Aracnídeos
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