Lagartixas

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Os lagartos do gênero Hemidactylus, conhecidos popularmente de “Lagartixas”, pertencem à família Gekkonidae, grupo exótico de ampla distribuição no Brasil, originário da África. Foram introduzidos possivelmente por volta do século XVIII, por meio dos navios negreiros e hoje ocorre em todas as regiões do país.

As lagartixas estão geralmente associada a habitats antrópicos ou rurais, sendo bastante comum em habitações humanas. Também podem ser encontradas em ambientes naturais de vários biomas brasileiros e sua ocorrência dentro de áreas de florestas pode estar limitando o sucesso ecológico de lagartixas nativas. Esta espécie possui quantidade fixa de ovos por ninhada, produzindo dois ovos de cada vez e sua reprodução é contínua.

É uma espécie de hábitos noturnos que pode ser facilmente encontrada perto de fontes luz devido a serem lagartos generalistas e oportunistas. Alimentam-se de vários artrópodes como aranhas, gafanhotos, cupins, baratas, grilos, gafanhotos, mariposas, mosquitos e formigas. Passa boa parte do tempo imóvel à espreita de suas presas, podendo se aproximar das mesmas lentamente para depois capturá-las com uma rápida mordida.

Pesquisas demonstraram que espécie de lagartixa H. mabouia se alimenta da aranha-marrom (Loxosceles intermedia), podendo ser usada como agente biológico para controle populacional dessa aranha, que representa uma preocupação médica devido ao grande número e gravidade dos acidentes que provoca, assim como importantes agentes de controle biológico e predadores potenciais do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e da febre amarela.

Por outro lado, as lagartixas são hospedeiras de vários parasitos, podendo representar um risco à saúde de outros animais ou mesmo do homem. Estudos parasitológicos têm demonstrado a presença de parasitas em várias espécies de lagartixas, podendo ser encontrado Salmonella, Plasmodium (causadora de malária sauriana), protozoários coccídeos e helmintos gastrointestinais.

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Lagartixa. Foto: Bruno C. Barbosa

A camuflagem é uma estratégia de caça e de defesa utilizada por vários animais em seus ambientes. Ao assumir a coloração do local, podem não ser vistos por seus predadores, como cobras, aves e mamíferos. O processo de mudança na coloração também tem grande importância no comportamento social de algumas espécies de répteis.

As lagartixas são capazes de alterar a coloração da pele, este é um processo mediado pela ação de hormônios (hormônios de estimulação dos melanóforos) que por sua vez é dependente da informação das condições de luminosidade captada pelos olhos ou por células especializadas (fotorreceptores) espalhados pela derme.

Referencias:
Vitt, L ., Magnusson, W .E ., Ávila Pires, T .C ., Lima, A .P . 2008 . Guia de lagartos da  Reserva Florestal Adolpho Ducke, Amazônia Central . Áttema Design Editorial, Manaus, 176 pp

Leão, T. C. C.; Almeida, W. R.; Dechoum M, M.; Ziller, S. R. 2011. Espécies Exóticas Invasoras no Nordeste do Brasil: Contextualização, Manejo e Políticas Públicas. Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste e Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental. Recife, PE. 99 p.

Arquivado em: Répteis
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