Bernardo Guimarães

Mestre em Ciências Humanas (CEFETRJ, 2014)
Especialista em Linguística, Letras e Artes (CEFETRJ, 2013)
Graduada em Letras - Literatura e Língua Portuguesa (UFRJ, 2011)

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Bernardo Joaquim da Silva Guimarães nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, em 15 de agosto de 1825, e faleceu na mesma cidade, em 10 de março de 1884.  O magistrado, jornalista, professor, romancista e poeta é o patrono da Cadeira nº 5 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Raimundo Correia. Era filho de Joaquim da Silva Guimarães e Constança Beatriz de Oliveira. Dos 4 aos 16 anos viveu em Uberaba e Campo Belo, impregnando-se das paisagens que mais tarde descreveria em seus romances e em alguns poemas. Antes dos 17 estava de volta a Ouro Preto, onde terminou os estudos preparatórios, como era denominada a formação básica na época.

Estudou Direito na Faculdade de Direito de São Paulo, onde se tornou amigo de Álvares de Azevedo e Aureliano Lessa, com os quais projetou a publicação de uma de suas obras chamada de “As três liras”. Juntamente com outros estudantes, Bernardo Guimarães, Álvares de Azevedo e Aureliano Lessa fundaram a “Sociedade Epicureia”, a que se atribuíram “coisas fantásticas”, que ganharam fama no meio paulistano. O nome “Sociedade Epicureia” faz referência ao filósofo Epicuro de Samos (341-270 a. C) e ao Epicurismo, escola filosófica fundada que primava pelo gozo dos prazeres materiais moderados, opondo-se, assim, à rigidez dos valores religiosos.

Bacharelou-se no começo de 1852. Nesse ano publicou Cantos da solidão (poesia). Exerceu o cargo de juiz municipal em Goiás por duas vezes, em 1852-54 e 1861-64. Estudou também jornalismo e crítica literária no Rio de Janeiro. Magistrado rigoroso, mas humano, promoveu um júri sumário para libertar os presos, pessimamente instalados e, intervindo motivos de conflito com o presidente da província, sofreu processo, do qual saiu triunfante. Em 1864-65, de novo o poeta viveu na Corte, onde publicou o volume Poesias, contendo “Cantos da solidão”, “Inspirações da tarde”, “Poesias diversas”, “Evocações” e “A baía de Botafogo”. Fixou-se, a partir de 1866, em Ouro Preto, onde foi nomeado professor de retórica e poética no Liceu Mineiro. Casou-se no ano seguinte com Teresa Maria Gomes. Tiveram oito filhos.

Em 1875 publicou o romance que melhor o situaria na campanha abolicionista e viria a ser a mais popular das suas obras: A escrava Isaura. Dedicando-se inteiramente à literatura, escreveu ainda quatro romances e mais duas coletâneas de versos. A visita de Dom Pedro II a Minas Gerais, em 1881, deu motivo a que o Imperador prestasse expressiva homenagem a Bernardo Guimarães, a quem admirava.

Embora tenha começado a escrever ficção no fim da década de 1850 e tenha feito poesias até os últimos anos, a sua melhor produção poética vai até os anos 60. Estreando com os “Cantos da solidão” em 1852 que foram reunidos com outros, em 1865, nas Poesias. Na ficção, distinguem-se: O ermitão de Muquém (escrito em 1858 e publicado em 69); Lendas e romances (1871); O seminarista  (considerado uma de suas melhores obras) e Histórias e tradições de Minas Gerais(1872); O índio Afonso (1873); A escrava Isaura (1875); Maurício (1877); Rosaura, a enjeitada (1883). Publicou mais duas coletâneas de versos: Novas poesias (1876) e Folhas de outono (1883).

Arquivado em: Biografias, Escritores
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