Jânio Quadros

Licenciatura em História (IFG, 2022)

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Jânio da Silva Quadros foi um político brasileiro, que obteve uma rápida ascensão na vida política, tendo alcançado cargos de destaque como a prefeitura da cidade de São Paulo e o governador do estado. Em janeiro 1961 chegou à presidência da república, mas veio a renunciar em agosto do mesmo ano, no que se tornou um dos menores mandatos presidências da história do Brasil

As raízes genealógicas de Jânio encontram-se no Paraná, terra de origem da família Quadros (as raízes mais profundas da família remontam a Espanha). Seu pai Gabriel havia sido médico, engenheiro agrônomo e farmacêutico, e seus familiares estiveram envolvidos na política, fazendo com que a família ganhasse capitais sociais e políticos que mais tarde auxiliariam a carreira de Jânio.

Apesar dessa origem, Jânio nasceu em 25 de janeiro de 1917 em Campo Grande (Mato Grosso do Sul), pois seu pai casou-se com sua mãe, Leonor da Silva Quadros, que era do mato Grosso.

Jânio mais tarde, se tornou bacharel em direito e se casou com Eloá do Vale, com quem teve uma filha, cujo nome era Dirce Maria do Valle Quadros, em homenagem a sua falecida irmã. Em 1947 perdeu as eleições para vereador em São Paulo, mas, assumiu uma vaga na Câmara Municipal em 1948, por conta da cassação do Partido Comunista do Brasil (e de seus candidatos eleitos).

Em 1950 se elegeu para a Assembleia Legislativa de São Paulo, e é nesse período que começou a defender as bandeiras moralizantes que o tornariam conhecido. Em 1953 Jânio se tornou prefeito da cidade de São Paulo aos 36 anos de idade pelo PDC em coligação com o PSB. Em 1955 tornou-se governador do Estado. Conhecido por seu estilo excêntrico, suas campanhas o tornaram mais conhecido do que os partidos em que esteve inserido.

No ano de 1960, Jânio ganha as corridas presidenciais, graças ao Movimento Popular Jânio Quadros (MPJQ) com os slogans “Jânio vem aí” e “varre varre vassourinha” sobre varrer a corrupção. João Goulart, em uma eleição paralela, se elegeu como o seu vice. Na presidência, continuou com suas medidas moralistas no âmbito político e social, debruçando-se no combate a corrupção. Algumas de suas medidas se tornaram polêmicas, como proibir o uso de biquinis em desfiles e praias e o combate as brigas de galos (populares na época). Ficaram famosos também os bilhetes que Jânio enviava a seus auxiliares, contendo suas ordens.

Na economia, concentrou-se em atacar a inflação, diminuindo gastos públicos, o que não agradou aos trabalhadores. Na política externa, Jânio retomou as antigas ligações diplomáticas com a União Soviética, sem romper com os Estados Unidos, buscando relacionar-se com todos os países, sem tomar lado na Guerra Fria. Era a chamada “Política Externa Independente” (PEI).

A condecoração Ordem do Cruzeiro do Sul, dada ao revolucionário cubano Ernesto Che Guevara, acirrou as críticas ao governo. Jânio, impopular com as alas de direita e de esquerda no Congresso, não conseguia apoia para aprovar as suas medidas.

Jânio iniciou seu mandato em janeiro de 1961, mas, por razões até hoje pouco esclarecidas, renunciou a seu cargo através de uma carta em agosto, sete meses depois de eleito. Semelhante ao feito de Getúlio Vargas, o presidente mencionava ser vítima de pressão vinda de “forças terríveis”, mas não mencionava quais, e que teriam o motivado a renunciar. Supõem-se que Jânio esperava que a população saísse nas ruas pedindo o seu retorno, o que reforçaria o seu poder diante do Legislativo, mas isso não ocorreu e o político acabou fora do poder executivo, e posteriormente viajando para fora do país.

A sua saída do governo levará à uma crise política e a uma quase guerra civil no Brasil, diante da tentativa dos militares de impedirem a posse de seu vice, João Goulart, ao cargo de presidente.

Em 1985, Jânio vence Fernando Henrique Cardoso nas eleições para prefeitura de São Paulo, cargo, no qual ele se manteve até o final do mandato, em 1988. Jânio faleceu poucos anos depois, em 1992.

Leia também:

Referências:

OLIVEIRA, Ricardo Costa de. GOULART, Mônica Helena Harrich Silva. Jânio Quadros: genealogia e conexões paranaenses. Revista NEP, Núcleo de Estudos Paranaenses, Curitiba, v. 4, n. 2, p. 299 – 339, dezembro, 2018. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/nep/article/view/63839/37146 (Acessado dia: 29/11/2022).

BENEVIDES, Maria Victória. O Governo Jânio Quadros. São Paulo: Brasiliense. 1989.

Arquivado em: Biografias
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