Papa Clemente VII

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

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Clemente VII foi 219º papa da história da Igreja Católica.

Nascido em Florença, na Itália, no dia 26 de maio de 1478, Giulio di Giuliano de Medici era um filho bastardo de Giuliano de Medici, que foi assassinado em uma conspiração contra sua família. Era, no entanto, proveniente de uma família muito representativa na sociedade da época, seu tio era Lourenço de Medici, famoso estadista italiano durante o Renascimento, e primo do Papa Leão X. Seu pai e seu avô também eram muito influentes como governantes de Florença. Giulio di Giuliano de Medici chegou a governar a região também entre 1519 e 1523, e, após ingressar na vida religiosa, foi cardeal e arcebispo na mesma localidade por designação de seu primo que era papa. Por sinal, Giulio foi seu principal ministro e confidente. Quando o Papa Leão X faleceu, Giulio foi decisivo na escolha do Papa Adriano VI. Foi com o falecimento deste que Giulio di Giuliano de Medici foi eleito papa no dia 19 de novembro de 1523, adotando o nome de Clemente VII.

O Papa Clemente VII era muito ambicioso e causou grandes perturbações na época. Sua principal preocupação foi manter o poderio da família Medici contra a ameaça espanhola e francesa, além de controlar o crescimento do protestantismo na Europa. Mas o Papa Clemente VII era muito instável, estava sempre disposto a mudar de opinião para favorecer aos mais ricos e poderosos em determinado momento. Foi assim que fez alianças flutuantes com Alemanha, França e Espanha. Inicialmente, o papa estava alinhado com os interesses do Sacro Império Romano, até ser surpreendido pelo poder do imperador Carlos V. Reuniu uma liga formada por França, Inglaterra, Florença, Veneza, Milão e o Papado para prejudica-lo, mas o imperador respondeu tomando Roma. A ação de Carlos V resultou no refugio do papa no Castel Sant’Angelo por sete meses. Mas o papa se reconciliou com o imperador e recebeu Florença para os Medicis novamente.

Após reatar amizade com Carlos V, o Papa Clemente VII criou uma confusão com o rei inglês Henrique VIII impedindo a dissolução de seu casamento com Catarina de Aragão, que era tia do imperador. Como o rei inglês não desistiu de seu interesse, houve uma ruptura com a Igreja Católica e o surgimento de uma nova religião na Inglaterra, o Anglicanismo. Clemente VII não era muito habilidoso para administrar assuntos seculares.

No que se refere à esfera da Igreja Católica, o Papa Clemente VII era um tanto quanto indiferente à Reforma Protestante. Em função disso, foi incapaz de impedir seu avanço. Suas atitudes acabaram facilitando o caminho para os protestantes em algumas localidades. Sua principal ação para a tradição religiosa foi considerar relíquia verdadeira o prepúcio sagrado de Jesus, legitimando sua veneração e concedendo indulgência aos peregrinos que o visitassem. Foi importante mecenas de artistas famosos como Rafael e Michelangelo.

O Papa Clemente VII permaneceu 11 anos à frente da Igreja Católica e faleceu no dia 25 de setembro de 1534, aos 56 anos de idade, após ingerir uma refeição à base de um tipo de cogumelo altamente tóxico. Tudo indica que tenha sido envenenamento. Foi sucedido pelo Papa Paulo III.

Fontes:
DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: história dos Papas. São Paulo: Cosac & Naify, 1998.
FISCHER-WOLLPERT, Rudolf. Os Papas e o Papado. Petrópolis: Editora Vozes.

Arquivado em: Biografias
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