Reino Fungi

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O Reino Fungi, um dos reinos mais fascinantes e diversificados da natureza, abrange uma ampla variedade de organismos conhecidos como mofos, bolores e cogumelos. Esses seres vivos são classificados como eucariontes, o que significa que suas células possuem uma carioteca, uma membrana que separa o núcleo do citoplasma, onde estão localizadas as organelas celulares. Os fungos podem existir como organismos unicelulares ou pluricelulares, variando em sua estrutura e complexidade.

Os fungos desempenham papéis significativos em várias interações com os seres humanos. Por exemplo, eles são amplamente utilizados na indústria farmacêutica, servindo como a base para a produção de antibióticos essenciais, como a penicilina. Além disso, muitos fungos são consumidos diretamente como alimentos, como o shimeji e o champignon, ou indiretamente, pois são utilizados na fabricação de pães e bebidas alcoólicas por meio do processo de fermentação. No entanto, alguns fungos também podem ser patogênicos e causar doenças, como micoses.

Cogumelos. Foto: Rubencress / Shutterstock.com

Alimentação

Todos os membros do Reino Fungi são heterotróficos, o que significa que não conseguem produzir seu próprio alimento. Em vez disso, eles obtêm energia a partir de fontes externas. Para isso, os fungos podem estabelecer associações simbióticas com outros organismos, como algas e raízes de plantas, formando estruturas como os líquens e as micorrizas. Nessas associações, os fungos fornecem nutrientes e recebem alimento, beneficiando ambas as partes (mutualismo). Além disso, os fungos também desempenham um papel vital na decomposição de matéria orgânica, atuando como decompositores e contribuindo para a reciclagem de nutrientes no ecossistema.

Uma característica distintiva dos fungos é seu processo de digestão extracelular. Eles liberam enzimas no ambiente ao seu redor, que quebram a matéria orgânica em moléculas menores. Essas moléculas são então absorvidas pelas hifas, estruturas filamentosas que compõem o corpo do fungo, e distribuídas por todo o organismo por meio de difusão. Essa estratégia alimentar eficiente permite que os fungos aproveitem uma ampla variedade de recursos disponíveis em seu ambiente.

Respiração

No que diz respeito à respiração, a maioria dos fungos realiza respiração aeróbica, utilizando oxigênio para a obtenção de energia. No entanto, alguns fungos possuem a capacidade de realizar respiração anaeróbica, ou fermentação, na ausência de oxigênio. Um exemplo notável são as leveduras, que utilizam açúcar como fonte de energia, em vez de oxigênio.

Reprodução

Os fungos pluricelulares, como os cogumelos, apresentam uma estrutura especializada conhecida como corpo de frutificação, que é a parte visível acima do solo. No entanto, abaixo do solo, encontram-se as hifas, que se assemelham às raízes e se ramificam no solo formando uma rede chamada de micélio. É a partir dessas hifas que surgem os corpos de frutificação, como os cogumelos, que são responsáveis pela reprodução dos fungos.

Hifas septadas e cenocíticas (sem septo). Ilustração: Designua / Shutterstock.com

A reprodução dos fungos pode ocorrer tanto de forma sexuada quanto assexuada. Na reprodução sexuada, que ocorre principalmente em fungos pluricelulares, há a troca de material genético através da fusão de hifas especializadas chamadas de gametângios. Esse processo resulta na formação de novos indivíduos geneticamente distintos.

Por outro lado, a reprodução assexuada dos fungos pode ocorrer tanto em fungos unicelulares quanto pluricelulares. Os fungos unicelulares, como as leveduras, podem se reproduzir por brotamento, onde uma nova célula se forma a partir de uma saliência na célula-mãe e, eventualmente, se separa. Já nos fungos pluricelulares, a reprodução assexuada pode ocorrer por meio da separação dos micélios, em que uma porção do micélio se desprende do organismo principal e inicia um novo indivíduo. Além disso, a reprodução assexuada também pode ocorrer por esporulação, em que estruturas chamadas esporos são produzidas nos corpos de frutificação e dispersadas pelo ambiente, podendo germinar e dar origem a novos fungos.

Micélio observado em microscópio. Foto: Rattiya Thongdumhyu / Shutterstock.com

Classificação

Dentro do Reino Fungi, existem quatro grandes divisões que possuem relevância particular para os seres humanos: Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e  Chytridiomycota. A divisão Zygomycota inclui fungos pluricelulares, como os bolores e mofos, além dos fungos que estabelecem associações simbióticas com as raízes de plantas. Os fungos da divisão Ascomycota podem ser tanto unicelulares quanto pluricelulares e englobam as leveduras, que são amplamente utilizadas na indústria alimentícia e na produção de bebidas alcoólicas, assim como fungos que estabelecem associações com algas em líquens.

Os Basidiomycota compreendem os famosos cogumelos, que são fungos pluricelulares com corpos de frutificação bem desenvolvidos e são amplamente consumidos em várias culturas gastronômicas ao redor do mundo. Por fim, a divisão Chytridiomycota, também conhecidos como quitrídios, constituem um grupo diverso de fungos aquáticos com zoosporos flagelados. Sua presença em ambientes aquáticos e sua capacidade de decompor matéria orgânica e atuar como parasitas são aspectos fundamentais para a ecologia e a compreensão da evolução dos fungos.

Champignon. Foto: Gita Kulinitch Studio / Shutterstock.com

Em resumo, o Reino Fungi é um grupo fascinante de organismos eucariontes que desempenham papéis cruciais em diversos aspectos da vida na Terra. Sua variedade de formas, suas interações simbióticas, sua capacidade de decompor matéria orgânica e sua importância na indústria e na saúde humana fazem dos fungos um grupo notável e fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas e para a nossa própria existência.

Exercícios e questões de vestibulares

Questão 01: (PUC-RIO 2009)

Quanto a indivíduos do Reino Fungi podemos afirmar que:

Veja a resposta desta e mais outras questões!
Exercícios sobre o Reino Fungi - Questões
Arquivado em: Biologia, Reino Fungi
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