Escrita Logo-silábica

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Nos idiomas cultivados no Oriente Médio em outros tempos, como, por exemplo, no acadiano – falado na Acádia, região da antiga Mesopotâmia -, no persa e no egípcio, os vocábulos adotavam distintas conformações segundo determinadas e variadas conjugações de seus verbos, ou segundo os diferentes papéis cumpridos na sentença, como na língua portuguesa. As formas eram modificadas, mas não o sentido das palavras: jogo/jogas; vós/vos, entre outros.

Para se expressar a variada articulação dos sons das letras, sílabas ou palavras, foi preciso criar um mecanismo de escrita que revelasse estas diferenças sonoras. As primeiras tentativas se baseavam em logogramas, imagens ou letras singulares que se referem significativamente a uma ideia consistente ou abstrata do real. Graficamente eles se transformam em ideogramas, enquanto na simbolização direta, por meio de gravuras ou desenhos, tornam-se pictogramas.

Este primeiro ensaio revelou resultados inexatos, então foram elaborados caracteres-sílaba que não detinham sentido algum, e tinham como função somente demarcar os distintos sufixos, prefixos, partículas desprovidas de qualquer acepção e flexões gramaticais. Assim nasceu a escrita logo-silábica, mesclando sinais genuinamente logográficos – imagens simplificadas dos vocábulos representados – e outros de caráter fonético – meros esboços da pronúncia. Os hieróglifos – símbolos da arte de escrever das civilizações ancestrais, traduzidos como ‘escrita sagrada’ – elaborados no Antigo Egito eram constituídos desta forma.

A escrita cuneiforme praticada na Suméria – empreendida com o auxílio de um instrumento denominado cunha – e a ideográfica exercitada pelos chineses são também exemplos de um sistema logográfico. Cada termo – ‘logo’ – é simbolizado por um sinal – ‘graphos’. Os egípcios, assírios e acadianos cultivavam a escrita logo-silábica, na qual algumas imagens expressam palavras e outras representam sonoridades isoladas.

Por esta razão, quando se intitula a escrita praticada na China de ‘ideográfica’, esta expressão soa muito vaga, pois literalmente ela teria o sentido de ‘escrita de ideias’, quando na verdade os ideogramas desenvolvidos por este povo se referem a palavras, não a conceitos.

A arte de escrever - praticada em regiões como a China, o Oriente Médio, o Indo e mais tarde a América - teve sua origem em desenhos criados pelo Homem que viveu no período neolítico, também conhecido como Idade da Pedra Polida, por volta de 8000 a.C. Estas imagens foram gradualmente se estilizando. A princípio eram reproduzidos artefatos, bichos e seres humanos, configurando a passagem de um evento ou uma narrativa em quadrinhos.

Logo depois foram criados sinais para representar ideias abstratas e atitudes concretas; posteriormente foi possível simbolizar graficamente os vocábulos na sequência e na maneira como surgiam no idioma falado; neste exato momento nasceu a escrita, que expressa a língua de quem fala e não somente seus conceitos por meio de ícones; é neste ponto que escrever e desenhar se transformam em ações distintas.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Logograma
http://www.unisal-lorena.br/nova/cidinha/textosmarc/textos3/Apostila%201%20-%20A%20Origem%20da%20Escrita.doc

Arquivado em: Comunicação
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