Doença da mancha branca

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A "doença da mancha branca" é uma doença que acomete camarões e é uma das quatro identificadas no Brasil que constam na lista da OIE em animais aquáticos. É de etiologia viral. O WSSV- “White Spot Syndrome Virus” é uma infecção persistente, durante toda a vida do animal, tendo elevada mortalidade em cultivos de camarão. Os animais que se recuperam da infecção são portadores persistentes do vírus. Não são conhecidos vetores biológicos. Esse vírus possui um tipo de flagelo e seu material genético é DNA (sendo geneticamente mais estável) e faz parte da família Nimaviridae. Também possuem a proteína VP28. Seu ciclo replicativo a 25 ºC gira em torno de 20 horas.

É um vírus resistente e de boa sobrevivência: estudos mostram que tem durabilidade de 30 dias em água marinha a 30 ºC. Dura de 3 a 4 dias em lagoas, porém é inativado em um minuto a 60 ºC.

Os principais hospedeiros do vírus da doença da mancha branca são os crustáceos, principalmente os decápodes. Os caranguejos e lagostas apresentam morbidade por este vírus, porém os camarões marinhos e de água doce são os que apresentam maior mortalidade.

Crustáceos não decápodes, copépodes, rotíferos, artemia salina e os decápodes selvagens são também hospedeiros e foram diagnosticados como portadores do vírus. Crustáceos não decápodes apresentam infecção subclínica. Outros moluscos marinhos como poliquetos e artrópodes marinhos não-crustáceos são portadores mecânicos.

A infecção viral acomete todos os estágios de vida, sendo as principais fases as pós-larva e jovens. O estresse é uma condição que favorece a infecção e as manifestações clínicas. A muda, mudanças de pH e alterações de salinidade causam elevados níveis de estresse em crustáceos. Os tecidos de eleição para análise são os de origem embrionária ectodérmica e mesodérmica. Uma analise histopatológica pode ser feita com o epitélio cuticular, conjuntivo sub-cuticular, glândula antenal e órgãos hematopoiéticos.

Existe a forma clínica e subclínica. Isso depende da tolerância do hospedeiro a esta infecção viral. Mudanças bruscas de salinidades e temperatura de água abaixo de 18 ºC ou acima de 30 ºC são os principais fatores desencadeantes. Manifestações clínicas: letargia, coloração de rósea a marrom, queda no consumo de alimento e alteração de comportamento de se aproximar nas margens e na superfície da água. Vias de transmissão: vertical – transovariana e horizontal como canibalismo e água. Prevalência variável: menor que 1% em animais selvagens e 100% dentro de um cultivo. Identificada na China, Japão, Coréia, Sul e Sudeste Asiático, Oriente Médio e América, subcontinente Indiano e Mediterrâneo.

Prevenção e controle: existem estudos relacionados a proteínas VP com imunização que aumentou a resistência dos camarões. Não existem vacinas e drogas conhecidas e nem espécimes resistentes. Prevenção: Prática de manejo adequada como evitar repovoamento em estações frias, utilizar para repovoamento as espécimes livres e conter água e sistemas biológicos seguros.

Diagnóstico: clinico-epidemiológico, esfregaço da hemolinfa, histopatologia, imunohistoquimica, ELISA, hibridização in situ, PCR e LAMP.

FONTE:
Mariëlle C.W van Hulten, Jeroen Witteveldt, Marjolein Snippe, Just M Vlak White Spot Syndrome Virus Envelope Protein VP28 Is Involved in the Systemic Infection of Shrimp. Volume 285, Issue 2, 5 July 2001, Pages 228–233.
Li-Li Chen, Chu-Fang Lo, Ya-Lin Chiu, Chen-Fang Chang, Guang-Hsiung Kou. Natural and experimental infection of white spot syndrome virus (WSSV) in benthic larvae of mud crab Scylla serrata. doi:10.3354/dao040157.

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