Câncer de vulva

Graduação em Biologia (CUFSA, 2010)
Especialização/MBA em Análises Clínicas (Uninove, 2012)

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O câncer de vulva é raro, corresponde de 3 a 4% dos cânceres ginecológicos. Em geral acomete mulheres mais velhas, em sua maioria na menopausa, por volta dos 70 anos de idade. Pode ocorrer em mulheres mais jovens, mas normalmente acima de 50 anos e apresenta um desenvolvimento lento.

A vulva é o órgão mais externo do sistema feminino, corresponde aos órgãos reprodutores femininos externos. Faz parte da vulva os grandes lábios, pequenos lábios, clitóris, introito vaginal e glândulas de Bartholin, que ajudam a lubrificar a vagina durante o sexo.

Na grande maioria dos casos, o carcinoma epidermoide é o tipo histológico mais frequente, aproximadamente 90% dos cânceres de vulva são causados por esse tipo.

Como a maioria dos casos ocorrem em mulheres mais velhas, a atrofia da vulva está associada com a doença. A atrofia vulvar, também conhecida como vaginite atrófica, é o resultado da falta de produção do hormônio feminino estrogênio e causa secagem e inflamação das paredes vaginais. Porém, assim como o câncer de colo do útero, o vírus HPV tem um papel importante com o desenvolvimento do câncer de vulva e está presente em vários dos casos, principalmente em mulheres mais jovens.

Sintomas

Como o desenvolvimento desse câncer é lento, muitas vezes é assintomático no início. Entre os principais sintomas descritos, a coceira, sensação de ardor, dor para urinar e dor nas relações sexuais, aparecimento de feridas semelhantes a verrugas, vermelhidão e alterações na coloração da pele dos grandes lábios são os mais reportados.

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer de vulva costuma ser tardio, isso porque como acomete mulheres mais velhas e a procura pelo serviço de saúde é mais prejudicada, muitas vezes por vergonha.

Após a anamnese, a biópsia é realizada, onde um pequeno fragmento do tumor é retirado para a análise histopatológica. Por se tratar de uma região externa, comumente a biópsia é realizada no próprio ambulatório, com anestésico local.

Outros exames de imagem são indicados, para a análise da extensão da lesão, como tomografia, raio X do tórax e a tomografia por emissão de pósitrons, denominada PET-CT, que consegue avaliar todos os focos da doença no organismo, para verificar a existência de metástase.

Tratamento

A prescrição terapêutica vai depender do tamanho e do estadiamento clínico da lesão. O tratamento é basicamente cirúrgico, em especial a vulvectomia simples, focada na retirada do tumor da vulva e uma margem de tecido normal para segurança, preservando assim o órgão. Os linfonodos da virilha são analisados e podem ser retirados. Caso necessário, um tratamento adjuvante com radioterapia é realizado.

Em casos mais graves a vulvectomia radical, que remove a vulva, parte do tecido saudável ao redor, e os gânglios linfáticos da virilha, é indicada.

Em casos de recidiva, ou seja, o retorno da doença, é indicado a combinação de radioterapia e quimioterapia. Essa mesma indicação também serve para os casos mais avançados da doença, onde a mesma se alastrou. Nesses casos a remoção cirúrgica ainda pode ser uma opção, mas associada com a retirada de parte do cólon, reto, bexiga, útero, colo do útero e/ou vagina, dependendo da extensão da doença.

Em casos de lesões pré-cancerosas, denominadas neoplasia intraepitelial vulvar, o tratamento é base de laserterapia, que é eficiente e elimina as células atípicas.

Na rotina, o exame pélvico é utilizado para a análise da vulva. Normalmente esse exame é seguido do Papanicolau, que serve para a análise do colo do útero e identificação de lesões causadas pelo HPV.

Prevenção

Como o HPV está associado com o câncer de vulva, o combate ao vírus é uma medida de prevenção, ainda que nem todos os casos sejam associados com a infeção viral.

A utilização de preservativos é eficiente e a vacinação para o HPV pode prevenir o surgimento dos casos de câncer, no futuro. O tabagismo também deve ser combatido, pois está associado com basicamente todos os tipos de cânceres.

É importante que a mulher conheça seu corpo e ao sinal de qualquer alteração procurar o médico especialista.

Leia também:

Fontes:

https://www.hcancerbarretos.com.br/cancer-de-vulva

https://www.accamargo.org.br/tipos-de-cancer/vulva

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