Comunicação Interventricular

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A comunicação interventricular (CIV) consiste em uma cardiomiopatia congênita, que se caracteriza pela existência de um orifício entre os ventrículos esquerdo e o direito.

A CIV resulta de uma anomalia no septo interventricular, composto por três partes: câmara de entrada, porção trabecular e câmara de saída, além do componente fibroso, chamado de septo membranoso.

Estima-se que a CIV represente aproximadamente 35% das cardiopatias congênitas.

Na CIV, o sangue que está passando pelo ventrículo esquerdo (regime de maior pressão), passa para o ventrículo direito (regime de menor pressão) durante a sístole ventricular, resultando no “shunt” esquerda/direita. O excedente sanguíneo que alcança o ventrículo direito é ejetado em direção à circulação pulmonar, com consequente aumento do fluxo sanguíneo pulmonar. Com o tempo, este fluxo maior para o pulmão ocasiona o aumento da pressão nas artérias pulmonares e, subsequentemente, aumento da resistência vascular pulmonar, levando, nos casos mais severos, a denominada Síndrome de Eisenmenger.

As alterações hemodinâminas ficam na dependência de diversos fatores, como tamanho do defeito, relação entre a resistência sistêmica e pulmonar e existência de lesões associadas. Estima-se que aproximadamente 25% das CIV desaparecem completamente, cerca de 40% diminuem de tamanho até os 6 anos de idade, apontando que o coração cresce proporcionalmente mais do que o orifício da CIV.

Durante um exame físico o médico pode suspeitar da existência de CIV, alcançando a confirmação por meio de exames, como ecocardiograma ou cateterismo cardíaco.

O tratamento é cirúrgico. Os fatores determinantes da época certa para a realização de uma cirurgia são:

  • Risco operatório com relação à idade;
  • Tipo da correção cirúrgica (paliativa ou definitiva);
  • Efeitos deletérios pré-operatórios da lesão em certas áreas cardíacas (miocárdio e vasculatura pulmonar) e sua reversibilidade.

Durante o procedimento cirúrgico definitivo, o orifício é tampado suturando-se pedaço do pericárdio do próprio paciente ou pericárdio bovino que recebeu tratamento adequado.

Existe também a possibilidade de realizar uma cirurgia paliativa, como o procedimento denominado bandagem pulmonar, no qual é feita a diminuição da luz da artéria pulmonar, dificultando a passagem do sangue para os pulmões. Todavia, como resposta, há uma queda na oxigenação sanguínea, sendo responsabilidade do cirurgião encontrar este equilíbrio. Contudo, quando realizada em crianças, a mesma irá crescer e será necessário operar novamente e fazer a cirurgia corretiva.

Leia também:

Fontes:
http://www.brunorocha.com.br/portal/?p=127
http://departamentos.cardiol.br/sbc-depeco/publicacoes/revista/2008/Revista03/07-comunicacao-interventricular.pdf
http://www.medicinapratica.com.br/tag/comunicacao-interventricular/

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