Destino do lixo no Brasil

Graduação em Ciências Biológicas (UNIFESP, 2016)

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O tratamento e destinação correta dos resíduos sólidos é considerada uma questão de saúde pública, envolvendo tanto membros e agências do governo como a própria população, já que o acúmulo de lixo prejudica não só o meio ambiente, mas também toda a sociedade. O último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, mostra que a maior parte da população brasileira está concentrada em áreas urbanas. Assim, a quantidade de resíduos vem crescendo com o aumento da população, acarretando diretamente no aumento do volume de lixo produzido nos centros urbanos.

Diariamente são descartadas 240 mil toneladas de lixo no Brasil, das quais mais de 70% tem como destino aterros sanitários. A maior parte dos 30% de resíduos restante também não é destinada de forma correta, sendo descartada em terrenos abertos e até mesmo córregos, rios e áreas florestais próximas de centros urbanos. Assim, o destino impróprio do lixo do Brasil acarreta em poluição ambiental, incluindo reservatórios de água, rios e áreas florestadas, proliferação de animais e insetos vetores de doenças, produção de gases nocivos, além de desperdício de materiais potencialmente reutilizáveis. Por esses motivos novas alternativas para a destinação do lixo no país se tornam cada vez mais necessárias, e vem sendo elaboradas não só pelo poder público, mas também por ambientalistas e profissionais da área, além da própria população.

Alternativas para o destino do lixo

O descarte de resíduos sólidos acontece mais comumente em áreas expostas lixões e terrenos baldios. Essa prática é amplamente difundida por apresentar baixo custo quando comparada a outras alternativas, mas acarreta em uma série de problemas ambientais como o aumento de gases do efeito estufa a partir da combustão espontânea do material exposto e poluição de reservatórios de água e até mesmo lençol freático pelo contato com o chorume. Além disso, locais de descarte de lixo são ambientes favoráveis para proliferação de vetores de doenças, e também contaminação de pessoas que buscam nessas áreas materiais recicláveis como fonte de renda.

Algumas alternativas vêm crescendo no mundo dadas as consequências da destinação incorreta do lixo, como a coleta seletiva, os aterros sanitários e industriais, as incineradoras, a logística reversa e as usinas de compostagem. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRR) prevê a extinção dos lixões, redução do volume de lixo gerado, ampliando assim a reciclagem e coleta seletiva contanto com a inclusão de catadores. Além disso, o material que não puder ser reaproveitado deverá ter como destino aterros sanitários preparados, apresentando uma manta impermeável que impede a contaminação do solo pelo chorume.

A reciclagem através da coleta seletiva, logística reversa e usinas de compostagem são as alternativas que mais contribuem com a preservação do meio ambiente. Materiais como papel, vidro, plástico e metal podem ser destinados por meio da coleta seletiva, que além de minimizar a produção e acúmulo de lixo, é responsável por empregar e incluir socialmente os catadores. Além disso, alguns estabelecimentos vêm apresentando alternativas como a logística reversa, que consiste no retorno de embalagens e produtos para o fabricante após o consumo. Materiais orgânicos como restos de alimento também podem ser reaproveitados por usinas de compostagem, e posteriormente utilizados como fertilizantes pela agricultura.

Referências Bibliográficas

[1] Langanke, R. Destino do lixo. Disponível em: http://ecologia.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/lixo_destino.htm

[2] Mesmo com política de resíduos, 41,6% do lixo tem destino inadequado. Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2015/07/mesmo-com-politica-de-residuos-416-do-lixo-tem-destino-inadequado.html

[3] Conheça o destino do lixo no Brasil e sua relação com a produção e descarte - Dinâmica Ambiental. Disponível em: https://www.dinamicambiental.com.br/blog/meio-ambiente/conheca-destino-lixo-brasil-relacao-producao-descarte/

Arquivado em: Ecologia
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