Cinesiologia

Graduação em Fisioterapia (Faculdade da Serra Gaúcha, FSG, 2014)

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A cinesiologia é um assunto de alto grau de complexidade, pois envolve conhecimentos nas áreas de anatomia, fisiologia, física, química e biomecânica. Esse tema traz como principal objetivo estudar o movimento humano em sua totalidade, especificando e especializando as estruturas que realizam os movimentos, tais como a musculatura, as estruturas ósseas, as articulações, os tecidos moles presentes nas articulações, as fáscias, tendões, ligamentos e demais estruturas que possam estar envolvidas com a execução do movimento em qualquer plano e eixo.

Devido ao seu aprofundamento, a cinesiologia é estudada em sua multidisciplinariedade, fazendo assim com que os movimentos executados pelo corpo humano sejam melhor compreendidos, buscando seus mecanismos de ação junto às forças internas e externas que atuam para tal execução, podendo assim entender as limitações de cada estrutura articular ou membro, assim como também pode-se ter a visão preventiva em relação a lesões. Ao longo da história, percebeu-se que apenas descrever o movimento não era suficiente, necessitando assim de maiores esclarecimento e complementação de estudos. A partir dessa necessidade, a cinesiologia acabou se complementando com a biomecânica, que trata de assuntos relacionados à área da física, trazendo assim informações importantes quanto à execução dos movimentos, planos utilizados e também mecanismos de lesão que podem ser executados pelo indivíduo.

Os estudos que complementam a cinesiologia envolvem os seguintes aspectos:

  • A biomecânica quando determina as forças internas relacionadas as músculos e articulações e o resultado dessas forças (tensões geradas sobre as estruturas).
  • A biomecânica que determina as forças externas quando relacionadas à quantidade e qualidade na mudança de posicionamento do corpo humano, descrevendo assim as medidas cinemáticas e dinâmicas.
  • Cinemetria: grupo de parâmetros que estuda os movimentos através da aquisição de imagens onde a execução facilitará a realização de cálculos através da posição, orientação, velocidade e aceleração do corpo ou do segmento a ser analisado.
  • Dinamometria: todos os dados referentes as medidas de força e distribuição de pressão são utilizadas para especificar o movimento em questão. Podem-se obter tais dados através de plataformas de força, dinamômetros isocinéticos e transdutores de força.
  • Eletromiografia: responsável por captar sinais elétricos responsáveis pela ativação muscular durante o episódio de recrutamento e contração muscular. Os dados necessários para a análise são coletados através de eletrodos posicionados sobre os pontos específicos da musculatura que resultarão nos sinais necessários para estudo.
  • Antropometria: determina as características e propriedades do organismo como sistema locomotor com informações como dimensões, formas dos segmentos, distribuição de massa, alavancas e demais dados necessários para os cálculos de forças internas onde a estrutura é recrutada para execução.

A fisioterapia acaba tendo um grande aliado no estudo do movimento, uma vez que a cinesiologia abrange conhecimentos muito mais complexos do que apenas observar o movimento humano, mas sim entende-lo em sua totalidade, descrevendo-o com detalhes minuciosos afim de entender sua funcionalidade e possíveis mecanismos de lesão. A partir da compreensão de todos os campos envolvidos nos estudos da cinesiologia, o profissional pode identificar, analisar e planejar procedimentos terapêuticos de acordo com as informações oferecidas através de tais conhecimentos, facilitando assim a sua atuação, diagnóstico e tratamento adequados.

Bibliografia:
LIPPERT, L.S. Cinesiologia Clínica para Fisioterapeutas. 3a ed. Rio de Janeiro: Ganabara Koogan, 2003.

AMADIO, A.C.; DUARTE, M. Fundamentos biomecânicos para a análise do movimento. Laboratório de Biomecânica, Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, 1997.

HAMILL, J.; KNUTZEN, K.M. Bases biomecânicas do movimento humano. 2 ed. São Paulo: Editora Manole, 2008.

Arquivado em: Educação Física
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