Relevo de Santa Catarina

Mestre em Educação, Comunicação e Tecnologia (UDESC, 2016)
Graduada em Geografia (UDESC, 2014)

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O relevo de Santa Catarina apresenta características estruturais bastante complexas devido aos aspectos geológicos (rochas) e geomorfológicos (formas do relevo) diversificados. Ao longo dos milhões de anos sua paisagem passou por diversos estágios de evolução e variações na idade e formação dos terrenos. Em consequência, seu relevo agrega diferentes tipos rochas, solos e altitudes, que definiram feições diferenciadas e com a maior média altimétrica do país.

As principais formas do relevo catarinense, ou as principais unidades geomorfológicas são três: as Planícies, as Serras, Planaltos, Patamares e Depressões.

Planícies

As Planícies Costeiras correspondem a uma estreita faixa sedimentar situado na porção leste do Estado junto ao oceano Atlântico (litoral), onde existem praias, dunas, penínsulas, ilhas, pontais, enseadas, bacias sedimentares, baías e lagunas. Sua largura varia na extensão Norte - Sul, no norte do Estado chega a 26 Km, no Vale do Itajaí 85 Km e nas proximidades de Florianópolis apenas 500 metros. Sua altitude é de 0 a 200 metros, e o contato entre sua planície costeira e as serras litorâneas marca grande contrastes altimétricos.

As Planícies Fluviais encontram-se distribuídas de maneira irregular e descontínua em pequenas extensões, elas compõem as áreas planas junto aos rios. Sendo as mais conhecidas as da bacia do Itapocu, Paraná, Itajaí e rios do planalto de Lages. Periodicamente inundadas são aproveitadas para agricultura, em especial o cultivo de arroz. O caráter altimétrico é extremamente variado, situa-se entre 30 e 200 metros.

Serras

A Serra do Mar, localizada no extremo norte de Santa Catarina, apresenta relevo com formação geomorfológica de serra, com vertentes fluviais (rios) para leste e para oeste; a vertente leste (atlântica) é a de maior declividade. Contém picos separados por vales em “V'' de grande amplitude altimétrica, superiores aos 400 metros. Nessa unidade encontram-se uma faixa montanhosa e pontos com amplitude superior a mil metros, formando um grupo vales profundos dos rios que descem para o Oceano Atlântico, formando a borda montanhosa do planalto.

A Serra Geral é formada pelas escarpas dos Campos Gerais, com desníveis acentuados de até 1.000 metros, e sua direção é distribuída pelo território catarinense em especial na direção Norte – Sul. A mais conhecida é a Serra do Rio do Rastro. Unidade com relevos abruptos, e vales fluviais com aprofundamento superior a 500 metros desde suas nascentes, formando canyons.

Serra do Rio do Rastro - Santa Catarina. Foto: Lucas Martins / InfoEscola

As Serras do leste Catarinense caracterizam-se pela distribuição sequencial e paralela de serras na direção Norte – Sul do Estado, desde Joinville até Laguna. Nas proximidades do litoral apresentam-se relativamente mais baixas, terminando em pontais, penínsulas e ilhas (Florianópolis). E nas proximidades de linhas de costa com altitudes próximas a 100m, já em sua parte ocidental as unidades atingem de 900 metros nos Patamares do Rio Itajaí, até aproximadamente 1.200 metros, como as Serras do Tabuleiro e Anitápolis.

Planaltos

O Planalto Dissecado Rio Iguaçu/Rio Uruguai porção do relevo catarinense marcada por vales profundos e encostas em patamares. Trata-se de um planalto inclinado, onde a maior altitude aparece na borda leste, com mais de 1.000 metros, e com rebaixamente inferiores a 300 metros no sentido Oeste.

O Planalto dos Campos Gerais apresentam-se em blocos isolados entre o Planalto Dissecado Rio Iguaçu/Uruguai. Estes blocos tem cotas altimétricas acima das áreas vizinhas, apresentando as mais elevadas ao leste, marcas superiores aos 1.200 metros, nas proximidades da “cuesta” da Serra Geral. No planalto de Chapecó, encontram-se cotas de 600 metros.

O Planalto de Lages está localizado entre os Patamares do rio Itajaí e o planalto dos Campos Gerais, com exceção da nascente do Rios Canoas. Seu relevo é composto por formas colinosas, com média altimétrica de aproximadamente 850 a 900m nos planaltos. É comum encontrar a presença de relevos residuais (Morros testemunhos), mantidos por rochas mais resistentes, como a morro do Tributo que tem altitude de 1.200m. Também é possível localizar ressaltos topográficos, com frente voltada para sudeste.

O Planalto de São Bento do Sul uma parcela desta unidade localiza-se ao Norte do Estado, entre as unidades da Serra do Mar e Patamar de Mafra, e sua maior extensão encontra-se no Estado do Paraná. O relevo apresenta formas colinosas com altimetria entre 850 a 900m.

Patamares

O Patamar de Mafra presente no extremo norte do Estado apresenta colinas com pequena amplitude altimétrica, formando uma superfície regular e quase plana. Apresentando a “cuesta” da Serra Geral e o planalto dos Campos Gerais como limite e, com desnível médio de 300 metros. As altitudes médias desta unidade são de aproximadamente 750 metros.

Os Patamares do Alto Rio Itajaí dispõem-se numa faixa estreita de Noroeste e estreitando-se em Sudeste, essa unidade é caracterizada pela intensa dissecação do relevo, com patamares e vales estruturais, a exemplo o Vale do Rio Itajaí do Norte ou Hercílio

Os Patamares da Serra Geral consiste numa faixa estreita e descontínua no extremo sul, que avança com relevo alongados e irregulares sobre as planícies costeiras. Possui testemunhos de recuo da linha de escarpas conhecida como Serra Geral.

Depressões

A Depressão Carbonífera Catarinense está posicionada no extremo sul catarinense, consistindo numa faixa alongada na direção Norte – Sul, que predominam as formas colinosas com vales encaixados e as vertentes íngremes. As formas de relevo são côncavo-convexa com vales abertos em “U”, nessas formas também é possível encontrar relevos residuais de topo plano (mesas), e que fazem parte dos Patamares da Serra Geral.

Veja também:

Referencial Bibliográfico:

PERON, André; MAAR, Alexander; NETTO, Fernando Del Prá. Santa Catarina: História, Espaço Geográfico e Meio Ambiente. Florianópolis: Insular, 2009.

https://geovest.files.wordpress.com/2012/09/santa-catarina1.pdf

http://www.spg.sc.gov.br/mapas/atlas/AtlasBranco.pdf

http://www.cfnp.com.br/documentos/aspectos_fisicos_de_santa_catarina_3serie_100315.pdf

Arquivado em: Geologia, Santa Catarina
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