Doutrina Truman

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Doutrina Truman” é uma expressão que designa um conjunto de medidas políticas e econômicas assumidas depois de março 1947, data em que o então presidente dos EUA, Harry Truman, profere um violento discurso contra a “ameaça comunista”, onde diz que os EUA assumem o compromisso de defender o mundo dos soviéticos.

Após a Segunda Guerra Mundial e uma destruição nunca antes vista na história (foram mais de 50 milhões de mortos e alguns dos maiores e mais desenvolvidos países do mundo, arrasados) o mundo esperava um longo período de paz e cooperação entre os vencedores aliados (EUA, Grã Bretanha, URSS) que haviam derrotado o Eixo (Alemanha, Itália, Japão) e o perigo nazista.

Entretanto, o que ocorreu foi bem o contrário do que se esperava.

Os EUA e a URSS, as duas superpotências do pós-guerra, iniciam uma verdadeira disputa onde dividem o mundo em dois pólos distintos. Ambos os lados acusavam-se mutuamente de tentar dominar o mundo através de políticas autoritárias e antidemocráticas.

Nos EUA duas situações que contribuíram para sua adesão à Guerra Fria foram a morte do presidente Franklin Delano Roosevelt (1945) que defendia um mundo controlado pelos EUA com o apoio da URSS após o fim da guerra; e a eleição de um Congresso Republicano (1946) conservador. Com a morte de Roosevelt, Harry Truman assume o poder e muda o discurso da “coexistência pacífica” entre URSS e EUA, sabendo que se encontravam em vantagem por dispor de um arsenal de armas nucleares, além de ser o único país que saiu fisicamente ileso do conflito.

Desta forma, a Doutrina Truman é lançada em 1947 como o primeiro pilar da Guerra Fria que se estenderia ainda por mais dois anos. Nesse ano (1947) a Grécia e a Turquia passavam por uma guerra civil entre comunistas e monarquistas, o que constituiu a desculpa perfeita que Truman precisava para assumir de vez sua posição contra a URSS, o que fez no tal discurso de 1947. E, para consolidar de vez a polarização do mundo em “à favor” e “anti” comunistas, os EUA lançam o Plano Marshall, onde oferecem apoio econômico aos países que precisam se reerguer após o fim da guerra. A recusa de Stálin ao Plano e a exigência de que Romênia, Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Iugoslávia e Bulgária também recusassem, foi o que consolidou a divisão mundial.

À partir daí os EUA passariam a intervir em qualquer guerra a fim de obedecer a Doutrina Trumam e “auxiliar os países a derrotar os insurgentes comunistas”. Assim, de 1950 a 1961 os EUA intervém na Guerra da Coréia, na Guerra do Vietnã, no Irã, Guatemala, apóiam a invasão de Cuba e criam a “Escola das Américas”, no Panamá, onde os militares eram incentivados a assumir o poder em seus países.

Fontes:

Arquivado em: História
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