Guerra do Vietnã

Graduação em História (Universidade do Vale do Sapucaí, UNIVÁS, 2008)

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A Guerra do Vietnã foi um conflito no Extremo Oriente da Ásia, na região denominada Indochina, logo após a Segunda Guerra Mundial. É considerado o mais duradouro e um dos maiores conflitos da história do século XX.
O Vietnã é um país que se localiza na região da Indochina, no extremo leste do continente asiático.

Helicópteros eram a novidade em tecnologia militar em 1966, durante a Guerra do Vietnã. Foto: US Army / via Wikimedia Commons

Helicópteros eram a novidade em tecnologia militar em 1966, durante a Guerra do Vietnã. Foto: US Army / via Wikimedia Commons

A península da Indochina está localizada ao sul da China e reúne países como Vietnã, Laos, Camboja e Tailândia.
Essa região esteve desde o século XIX, ocupada pela França, como colônia. Durante a época do Imperialismo, os franceses se apossaram da região, que lhes servia como local de obtenção de matéria-prima e mercado consumidor, essenciais para o crescimento industrial francês.

E influência francesa sobre a região se manteve até os anos 30, quando o Japão Imperial deu início a uma política expansionista de dominação da região do Extremo Oriente, invadindo regiões da China, arquipélagos do Pacífico e a região indochinesa.

Com o fim da segunda Guerra Mundial, em 1945, todas as regiões consideradas até então como colônias foram tomadas pelo desejo de independência, dando início a um processo denominado Descolonização. Na esteira desse processo, a Indochina sofreu mudanças profundas. Ainda no ano de 1945, o Vietnã declara independência.

O mundo já vivia a chamada “Guerra Fria” a disputa entre Estados Unidos e União Soviética, os dois grandes vencedores da Segunda Guerra Mundial, representantes de sistemas político econômicos opostos.

Nesse contexto, a Indochina foi alvo de tratativas no fim da guerra. Os franceses buscaram recuperar sua posição de domínio e ocupar o vácuo de poder deixado pelos japoneses.

Porém, nesse momento, a Indochina vivia um processo de crescimento e organização de movimentos de resistência à dominação estrangeira. Ligado à doutrina e ao avanço dos comunistas, espelhados na URSS e na recém formada China comunista, esses movimentos se dedicaram à guerrilha, ao combate irregular como modo de atuação contra a dominação estrangeira, Por causa dessas disputas, as fronteiras das antigas colônias francesas sofreram profundas mudanças. A mais significativa foi a divisão do Vietnã em duas partes: O Vietnã do Sul, cuja capital era Saigon e o Vietnã do Norte, que tinha como capital Hanoi. A separação seria, em tese, provisória.

Segundo os acordos firmados, haveria eleições gerais e um processo de reunificação em 1956. Porém isso não se concretizou. Sucessivas crises levaram ao adiamento da questão e ao agravamento do conflito.

Em 1955, Ngo Dinh Diem, do Vietnã do Sul, dá um golpe e toma o poder no país, cancelando as eleições e o processo de unificação. Em seguida, proclama a independência do Vietnã do Sul e governa o país com mão de ferro. O regime de Ngo conta com o apoio dos Estados Unidos, que encontram nele uma colaboração importante na resistência ao avanço do comunismo na Indochina.

Para ajudar o regime sul vietnamita, os americanos mandam armas, ajuda financeira e treinamento militar ao Vietnã do Sul. Com isso, passam a exercer uma maior influência na região.

Enquanto isso, o Vietnã do Norte estrutura sua resistência ao avanço americano buscando seus aliados comunistas, a URSS e a China. São formadas forças de combate irregular denominadas “vietcongues”.

Até 1965, os Estados Unidos se limitam a oferecer ajuda ao Vietnã do Sul, sem envolvimentos militares efetivos. No entanto, em 1965, navios americanos foram bombardeados pelos comunistas do Vietnã do Norte. Com isso, os Estados Unidos entram definitivamente na guerra.

Após anos de combate, em 1968 ocorre a Ofensiva do Tet e o Vietnã do Norte ocupa a capital do Vietnã do Sul, Saigon. Ambos os fatos são derrotas importantes dos americanos. Essas derrotas possuem em peso considerável no contexto da guerra.

O alto número de soldados americanos mortos no conflito (em sua maioria muito jovens) gera um profundo sentimento de desilusão, tristeza e revolta na população americana, e isso se reflete na opinião pública, que começa a pressionar fortemente o governo.

Em 1972, o presidente Nixon estende os bombardeios ao Laos e ao Camboja e inicia uma fase da guerra marcada pelo uso de armas químicas, como o Fósforo Branco e o Agente Laranja.

Mesmo com a grande quantidade de baixas do lado comunista, a guerrilha se mantém firme e o desgaste das forças americanas e sul vietnamitas é cada vez maior. O conhecimento do teatro de guerra por parte dos vietcongues, a inexperiência dos americanos naquele tipo de conflito e pressão da opinião pública, com protestos nas ruas, fazem os Estados Unidos saírem da guerra em 1973.

Após a saída dos americanos, a guerra se estende até 1975 entre as forças do norte e do sul. Porém, sem condições de resistir ao avanço dos comunistas do Norte, o Vietnã do Sul capitula em 1976. Neste ano o Vietnã se unifica, transformando-se numa república socialista alinhada à China e à URSS.

A Guerra do Vietnã, foi um dos mais violentos importantes e simbólicos conflitos do século XX. Uma guerra que foi marcada pela violência dos bombardeios, pelo uso das armas químicas, por novas tecnologias militares, como a Napalm e o helicóptero.

Foi também uma guerra que entrou para a história por ter uma cobertura jornalística muito grande. A guerra foi mostrada em imagens ao mundo todo, fazendo com que a opinião pública passasse a exercer um papel preponderante na lógica dos conflitos militares.

Leia também:

Bibliografia:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/04/150430_vietna_guerra_fatos_pai
http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao05/materia03/militar.pdf
Eric J. Hobsbawm. A Era dos Extremos. O breve século XX 1914-1991. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.

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