Guerra Irã-Iraque

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É historicamente conhecido como Guerra Irã-Iraque o conflito que por cerca de 8 anos, mais precisamente de 1980 a 1988, envolveu as duas nações do Oriente Médio, e terminou com a vitória do Iraque.

Irã e Iraque possuem diferenças históricas. Apesar de ambos seguirem a religião muçulmana, a corrente majoritária no Iraque e na maioria dos países árabes é a sunita, enquanto que no Irã predomina o xiismo, ambos diferindo basicamente em relação à questão da linha sucessória do profeta Maomé. Além disso, o Iraque é um país de língua árabe, e o Irã possui a sua própria língua, o persa. Os regimes políticos também são bastante distintos: enquanto o Iraque mantém até hoje um governo de inspiração ocidental e secular, o Irã é um regime controlado por líderes religiosos, os aiatolás, altos dignitários do segmento xiita do islã.

O conflito inicia-se a 17 de setembro de 1980, quando Saddam Hussein utiliza uma antiga disputa de fronteiras com o pretexto de invadir o país vizinho. Seu objetivo era enfraquecer o movimento fundamentalista que varria o Irã, pois temia-se que a recém-proclamada revolução, que derrubou o governo pró-ocidente do Xá Reza Pahlevi viesse a contaminar o regime instalado no Iraque, também pró-ocidente.

Inicialmente, o conflito pendeu para o lado iraniano, reforçado com as armas vendidas pelos Estados Unidos naquilo que ficou conhecido como o escândalo Irã-Contras. Logo, porém, a superioridade e a experiência das forças iraquianas pesou para o lado destes, pois muitos dos oficiais iranianos com prática acabaram perseguidos pelo novo regime dos aiatolás.

Apesar da ajuda clandestina dos americanos, os países que apoiavam formalmente o esforço de guerra iraniano eram a Líbia e Síria, enquanto que o Iraque tinha o respaldo oficial de países como Arábia Saudita e Estados Unidos.

O conflito terminaria a 20 de agosto de 1988, resultando em um considerável enfraquecimento do regime iraniano, que apesar disso, conseguiu manter intacta sua revolução. Aparentemente, Saddam Hussein obteve o que queria, ou seja, inibir a influência iraniana na região, além de obter um predomínio militar, acumulando grande número de tanques, artilharia, aviões de combate e militares altamente treinados.

Realmente, tudo parece apontar para esse cenário, porque, um ano após terminado o conflito, o Iraque pareceu querer "experimentar" seu poderio militar adquirido, aplicando-o ao pequeno vizinho mais ao sul, o Kuwait. Enfim, o Iraque saiu com maiores vantagens político-militares do conflito, mas não houve uma vitória decisiva, que aniquilasse o inimigo.

Estima-se que deste conflito resultaram 1 milhão de mortos, 1 milhão e meio de feridos de ambos os lados, e tudo isso a um custo total de 150 bilhões de dólares.

Bibliografia:
Guerra Irã-Iraque. Disponível em: http://www.militarypower.com.br/frame4-warIraIraque.htm . Acesso em: 18 ago. 2011.
Ilustração: http://users.rcn.com/mwhite28/iraniraq.htm

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