Ocupações soviéticas

Doutora em História (UDESC, 2020)
Mestre em História (UDESC, 2015)
Pós-graduada em Direitos Humanos (Universidade de Coimbra, 2012)
Graduada em História (UDESC, 2010)

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Em 24 de agosto de 1939, Alemanha e União Soviética (URSS) assinaram o Pacto Nazi-Soviético, garantindo a paz entre os dois países por um período de cinco anos. Tal pacto estabelecia ainda, em um protocolo secreto, a intenção de ambos em relação à Polônia, aos Países Bálticos (Lituânia, Estônia e Letônia) e à Finlândia, isto é, determinar as zonas de influência de cada uma das potências na região. Também chamado Pacto Molotov-Ribbentrop em referência aos representantes alemão e soviético responsáveis por sua assinatura, respectivamente Joachim von Ribbentrop e Vyacheslav Molotov, esse acordo levou à colaboração entre Alemanha e União Soviética em diferentes invasões, sendo a da Polônia, em setembro de 1939, a primeira delas.

No mês seguinte à invasão da Polônia, representantes do governo finlandês foram chamados a Moscou para discutir com Stalin e Molotov questões relacionadas à fronteira entre os dois países. A Finlândia, que até 1917 era território do Império Russo, recusou a proposta de Stalin, pois entendia que poderia se iniciar um novo domínio russo na região. Diante disso, em 30 de novembro daquele mesmo ano, os soviéticos invadiram a Finlândia, iniciando o episódio conhecido como Guerra de Inverno (ou Guerra Soviético-Finlandesa), que só terminou em 13 março de 1940 com a assinatura do Tratado de Paz de Moscou, através do qual a Finlândia cedia 10% de seu território à URSS.

Em 14 de junho de 1940, a URSS havia cercado as fronteiras dos Países Bálticos com suas tropas e exigiu que um governo soviético fosse estabelecido na Lituânia. Diante da negativa lituana, as tropas do Exército Vermelho invadiram o país no dia seguinte. Em 16 de junho, as tropas avançaram as fronteiras da Estônia e da Letônia. Em julho do mesmo ano, plebiscitos foram feitos nos três países e o resultado indicou a vontade da maioria da população de fazer parte da União Soviética. As suspeitas de que as consultas haviam sido fraudulentas foram vencidas, e a anexação de Lituânia, Estônia e Letônia à URSS foi concluída em agosto de 1940.

Também no mês de junho de 1940, o Exército Vermelho invadiu as regiões de Bessarábia e Bucovina do Norte, na Romênia, após o envio de um ultimato, no dia 26 daquele mês, exigindo que o governo romeno se retirasse. A fim de evitar um conflito de grandes proporções, o governo romeno acatou o ultimato, e em 2 de agosto de 1940 foi proclamada como parte da URSS, a República Socialista Soviética da Moldávia.

Em 22 de junho de 1941, a configuração de forças envolvidas na Segunda Guerra Mundial foi alterada. Os alemães romperam o Pacto Molotov-Ribbentrop com a invasão da União Soviética, evento conhecido como Operação Barbarossa. Os soviéticos passaram então a combater ao lado dos Países Aliados, fazendo da Alemanha seu principal alvo militar. Nesse contexto, o Exército Vermelho invadiu a Alemanha e territórios em sua zona de influência, formando estados-satélite como a República Popular da Polônia, República Popular da Hungria, República Popular da Romênia, República Popular da Bulgária, República Popular da Albânia, República Socialista da Tchecoslováquia e, ao fim do conflito, a República Democrática Alemã.

Outras invasões soviéticas durante a Segunda Guerra Mundial foram a do Irã, em conjunto com a Grã-Bretanha, com o intuito de garantir o fornecimento de petróleo iraniano durante o combate ao Eixo, em 1941; e do norte da Noruega, entre 1944 e 1946, por sua localização estratégica no Mar Báltico.

Referências:
http://ww2db.com/battle_spec.php?battle_id=283

http://www.historylearningsite.co.uk/world-war-two/world-war-two-and-eastern-europe/the-winter-war-1939/the-winter-war-1939/

https://en.wikipedia.org/wiki/Military_occupations_by_the_Soviet_Union

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