Reparações de guerra realizadas pela Alemanha

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

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Ao perder uma guerra a nação perdedora sofre sérias consequências. No entanto, o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, episódio tão violento e traumático, não foi finalizada com acordos e soluções de reparação imediatas. Assim, ao fim do conflito não houve nenhum acordo estipulando como a Alemanha indenizaria àqueles que foram atingidos com o Regime Nazista.

Com a rendição da Alemanha em maio de 1945, tropas britânicas, estadunidenses e soviéticas dividiram e ocuparam o território alemão, separado em Ocidental e Oriental, promovendo uma reorganização política, geográfica e econômica.

A Conferência de Potsdam entre julho e agosto de 1945 foi o palco das discussões sobre o futuro alemão. Os Estados Unidos levantaram a proposta de que os reparos deveriam ser feitos por zonas, e o total devido como pagamento não foi estipulado. A solução na Zona Soviética foi a expropriação de proprietários de terras e a nacionalização das grandes indústrias da Alemanha Oriental.

Por outro lado, as potências ocidentais precisavam da Alemanha Ocidental na Guerra Fria, e buscavam soluções. Com o tratado de Paz de Paris de 1947 as potências faziam combinações sobre a distribuição das indenizações de guerra entre si. Além disso, foram estipuladas obrigações reparatórias para que a Alemanha compensasse grupos de refugiados e de vítimas da perseguição nazista.

Os Estados Unidos, já experientes com a Primeira Guerra Mundial, atentaram que a primeira preocupação deveria ser a rápida recuperação econômica, tanto da Alemanha como de outras nações europeias envolvidas na guerra. Assim, esta recuperação econômica foi fomentada pelo Plano Marshall, um plano estabelecido para reativar a economia europeia. Foi por meio do Plano Marshall que os Estados Unidos disponibilizaram aos países europeus ocidentais cerca de 12 bilhões de dólares. Deste total, 10% foi destinado para a recuperação da Alemanha Ocidental.

Em 1951 a Alemanha Ocidental e Israel negociavam possibilidades de reparação à comunidade judaica por conta dos horrores do Holocausto promovidos durante a Segunda Guerra. Tanto Alemanha como Israel tinha interesse no acordo. Se por um lado a Alemanha precisa recompor sua imagem perante o mundo, Israel precisava de dinheiro. As negociações oficiais começaram em 1952 na Holanda, mas foram duramente criticadas por grupos de judeus que afirmavam que seu perdão não poderia ser comprado.

O acordo foi firmado, mesmo o presidente de Israel não tocou no perdão e apenas estipulou uma quantia para indenização: 1 bilhão de dólares e mais 500 milhões que seriam enviados para organizações judaicas de suporte às vítimas do Holocausto. O acordo foi assinado em setembro de 1952.

O pagamento foi feito em parcelas e ao final da última, em 1965, Alemanha Ocidental e Israel estabeleceram relações diplomáticas oficialmente.

As políticas de reparação foram fundamentais para que a Alemanha voltasse a se integrar no ocidente.

Com o término da Segunda Guerra Mundial não houve um acordo de paz imediato. Após a reunificação alemã em 1989 o novo chefe de governo buscou soluções para que a questão das reparações não voltasse à tona. A solução foi o Tratado Dois-Mais-Quatro, que estabeleceu a unidade e a soberania alemã, sem mencionar as reparações. O assunto aparentava estar encerrado até que em 2015 a Grécia trouxe ao debate a questão das reparações solicitando 280 bilhões de euros como política de reparação.

Além das indenizações e acordos de paz, políticas de memória fazem parte das reparações possíveis e a construção de uma justa memória sobre o holocausto e sobre a Segunda Guerra pode ser entendida como uma forma de reparar os horrores ocorridos no período.

Referências:

http://www.dw.com/pt-br/a-hist%C3%B3ria-das-repara%C3%A7%C3%B5es-alem%C3%A3s-do-p%C3%B3s-guerra/a-18592555

http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/israel-alemanha-ocidental-negociam-reparacoes-pelo-holocausto-10473692

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