Morfologia Latina

Por Maíra Althoff De Bettio
Categorias: Latim, Linguística
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

De acordo com o dicionário Michaelis, sema é um “traço pertinente de uma unidade lexical; traço semântico que distingue um vocábulo de outro do mesmo campo conceitual.” E é a este elemento significativo – na língua latina – que se pode adicionar morfemas para identificar possíveis categorias, como, por exemplo: número e grau, quando relacionado a pessoas; e voz, tempo e modo, quando se trata de verbos.

Sendo assim, o vocábulo latino é composto por três partes, que são raiz, sufixo e desinência; e sua morfologia separa as palavras em nove classes: substantivo, adjetivo, pronome, verbo, advérbio, numeral, conjunção, preposição e interjeição. Seguindo esta mesma classificação, a língua portuguesa acrescenta apenas o ARTIGO à lista anterior, tendo em vista que no latim o mesmo não constava.

Em relação aos prefixos, além dos latinos, o português também possui alguns provenientes do grego, e, ambos tinham a função de advérbio ou preposições. É por isto que eles dão significados maiores e mais claros do que os sufixos, pois, normalmente, orienta situações (lugar, modo, tempo etc), além do que, “tiveram grande vitalidade na formação de novas palavras” (CECHELLA, 2007), são eles: CONTRA-, ENTRE-, SUB-, etc. (latinos) e ANTI- (grego.) Por outro lado, “alguns prefixos foram pouco ou nada produtivos [...]”.

Ainda em relação aos prefixos, muitos deles foram suprimidos quando incluídos à língua portuguesa, isto é, não tem sentido (OBSERVAR, EXCEÇÃO, RELATAR). Outro fenômeno que acontece é a ocorrência de dois prefixos em uma mesma palavra, como, por exemplo, DESENterrar, INDISpor.

Os radicais latinos e gregos podem aparecer como primeiro ou segundo elemento da composição do vocábulo. Para exemplificar radicais latinos que configuram o primeiro elemento da composição têm-se: Cruci-, Multi-, Reti-, dentre tantos outros; e, respectivamente relacionam-se a cruz (crucifixo), muito (multiforme), reto (retilíneo). Quanto ao segundo elemento, alguns exemplos para tal são: -fero, -pede, -cultura; que, respectivamente, significam que contém ou produz (carbonífero), pé (velocípede), ato de cultivar (apicultura).

Já em relação aos radicais gregos correspondentes ao primeiro elemento da composição de certos vocábulos, pode-se citar: Antropo-, Cosmo-, Di-, que dão o sentido de, em ordem, homem (antropologia), mundo (cosmologia), dois (dissílabo). Para o segundo elemento da composição de algumas palavras, os escolhidos como exemplos foram: -cracia, -filia, -gêneo, que significam, poder (democracia), amizade (bibliofilia), que gera (heterogêneo).

Sendo assim, alguns termos podem ser minimizados a uma só palavra, quando se utiliza os prefixos adequados, como é o caso de: o crime não pode ficar sem punição; que pode ser substituído por: o crime não pode ficar impune. E, para finalizar, um outro exemplo: o doente sofre de dificuldade para digerir, ou seja, o doente sofre de indigestão.

Bibliografia:
CECHELLA, N.C.T.P. Língua Latina

Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!