Elementos de vaso

Mestrado em Ciências Biológicas (INPA, 2015)
Graduação em Ciências Biológicas (UFAC, 2013)

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Elementos de vaso são células especializadas que apresentam perfurações. As perfurações são áreas onde faltam tanto a parede primária como a parede secundária.

Tecidos vegetais são definidos como grupos de células que possuem forma e função diferentes. Os principais tecidos das plantas vasculares estão agrupados em sistemas que estão presentes na raiz, no caule e na folha e podem ser de três tipos: o sistema dérmico ou de revestimento, o sistema vascular e o sistema fundamental.

Os sistemas de tecidos são originados durante o desenvolvimento do embrião. Os seus precursores são representados pelo meristema primário: protoderme, procâmbio e meristema fundamental respectivamente. Cada sistema tecidual apresenta um ou mais tecidos diferentes. O sistema fundamental é formado por três tipos de tecidos fundamentais: parênquima, colênquima e esclerênquima. O sistema vascular consiste nos tecidos de condução: xilema e floema. O sistema dérmico é representado por dois tecidos: epiderme e periderme. Os tecidos simples são formados por apenas um tipo de célula. Os tecidos complexos são formados por dois ou mais tipos celulares. Os tecidos complexos são formados por: xilema, floema e epiderme. O xilema e o floema formam um sistema contínuo de tecidos vasculares que perpassam por todo o corpo da planta.

No corpo primário da planta, o xilema tem origem no procâmbio. Durante o crescimento secundário, o xilema tem origem no câmbio vascular. O principal tecido de condução de água nas plantas vasculares é o xilema o qual também está envolvido na condução de sais mineiras e na sustentação e armazenamento de substâncias alimentares.

Os elementos traqueais são as principais células de condução do xilema e são de dois tipos: traqueídes e elementos de vaso.

Corte transversal de raiz de algodão mostrando os elementos de vaso (setas). Foto: Mike Rosecope / Shutterstock.com

As traqueídes são imperfuradas, típicas das gimnospermas embora também possam ser encontradas entre as famílias basais das angiospermas. Estas células se posicionam em fileiras longitudinais, justapondo-se pelas extremidades não perfuradas.

Os elementos de vaso apresentam placas de perfuração. As perfurações presentes nos elementos de vaso são áreas sem paredes primária e secundária. A região que apresenta uma ou mais perfuração é chamada de placa de perfuração. Geralmente as perfurações estão presentes nas paredes terminais. Os elementos de vaso formam colunas contínuas ou tubo denominados vasos que se unem pelas suas extremidades terminais.

Os elementos de vaso evoluíram de forma independente em vários grupos de plantas vasculares. São característicos das angiospermas e das ordens mais evoluídas de gimnospermas. São células mais especializadas do que as traqueídes por apresentar perfurações. Também ocorrem em fileiras longitudinais e se comunicam através das placas de perfuração, que constituem os vasos. O xilema de muitas angiospermas pode apresentar tanto elementos de vaso quanto traqueídes.

A água flui relativamente livre de um elemento de vaso para o outro através das perfurações e por isso são consideradas células mais eficientes na condução da água do que as traqueídes. Apesar de serem mais eficientes e formarem um sistema aberto, os elementos de vaso são menos seguros do que as traqueídes para a planta.

Nas traqueídes, a água precisa passar de uma célula para a outra e atravessar membranas de pontoações (paredes primárias). Apesar das membranas de pontoações oferecerem pouca resistência à passagem da água, a segurança vem do bloqueio de até mesmo as menores bolhas de ar, o que poderia prejudicar a planta, podendo causar algum “acidente”. As bolhas de ar que podem se formar nos elementos de vaso podem obstruir o fluxo da água por toda a extensão do vaso. Sendo assim, os vasos largos são mais eficientes para a condução de água do que os vasos estreitos. Os vasos largos tendem a ser mais longos e menos livres de que ocorra algum incidente do que os vasos estreitos.

Referências bibliográficas:

Raven, P. H.; Eichhorn, S. E.; Evert, R. F. Biologia Vegetal. 8ª ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 2014

Appezato-da-glória, B. & Carmello-Guerreiro, S.M. (Eds.) Anatomia vegetal. 3a ed. Viçosa: Editora UFV, 2012.

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