Gestação a termo

Doutora em Ciência Animal (UFG, 2020)
Mestrado em Ciências Veterinárias (UFU, 2013)
Graduação em Ciências Biológicas (UEG, 2010)

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Gestação a termo é o período da gravidez no qual o bebê está pronto para nascer, devido ao amadurecimento dos órgãos e, principalmente, do sistema respiratório. No passado, a gravidez era considerada “termo” de 37 a 41 semanas, ou seja, acreditava-se que em um período de cinco semanas os recém-nascidos apresentavam os mesmos resultados de saúde.

Atualmente, a designação desse período foi alterada por órgãos internacionais de obstetrícia, baseados em estudos que identificaram variações neonatais, especialmente a capacidade respiratória do bebê, nesse período antes considerado termo.

Diante dessas observações, a gravidez é considerada termo de 39 semanas completas a 40 semanas e 6 dias de gestação. Além disso, há uma nova nomenclatura para o período em que a gravidez é considerada termo e suas variações ao longo do tempo a partir de 37 semanas de gestação. São elas:

  1. Termo inicial: 37 semanas completas a 38 semanas e 6 dias;
  2. Termo completo ou período integral: 39 semanas completas a 40 semanas e 6 dias;
  3. Termo final: 41 semanas completas a 41 semanas e 6 dias;
  4. Pós-termo: 42 semanas completas e mais além.

Como calcular o período exato da gestação

É importante se conhecer a duração exata da gestação, para que o período termo não seja considerado fora do prazo real e, assim, partos induzidos não sejam feitos prematuros ou pós-termo.

A gestação dura em média 40 semanas (280 dias) desde o primeiro dia do último período menstrual normal (UPMN) até a data estimada do parto. Por isso, os casos em que há menores variações na contagem são aqueles em que a mulher se recorda exatamente qual o dia da sua última menstruação antes da gravidez, o seu ciclo é regular e não há o uso de anticoncepcionais hormonais. Para converter em semanas, divide-se por 7 o número de dias que se passaram até a data da contagem.

Mas, se a mulher não se recordar dessa data é possível fazer os cálculos estimados da seguinte forma:

A) Quando a mulher não se recorda a data, mas recorda o período em que a última menstruação ocorreu, considera-se no início do mês o dia 5, no meio o dia 15 e no final o dia 25. Então, Calcula-se quantos dias se passaram dessa data estimada e divide-se por 7 para converter em semanas.

B) Nos casos em que a mulher não se recorda a data e nem o período da última menstruação, a idade gestacional será mensurada pelo médico após observações dos seguintes parâmetros:

  • Medida da altura do fundo do útero por meio de toque vaginal. Esses parâmetros clínicos podem predizer as semanas, pois até 6 semanas não há alterações do tamanho uterino, em 8 o tamanho dobra, em 10 semanas ele triplica e em 12 o útero pode ser sentido em toda a pelve (bacia).
  • Informação sobre a data de início dos movimentos do feto percebidos pela mãe, pois, eles ocorrem em média entre 18 e 20 semanas de gravidez.
  • Medição do feto e verificação do seu desenvolvimento esperado para cada semana, por meio de ultrassonografia obstétrica.

Riscos de uma criança nascer fora do período de gravidez a termo

O período pré-termo, no qual o parto é considerado prematuro, ocorre de 22 a 38 semanas, conforme a nova designação. Nascimentos nessa data podem ocasionar problemas respiratórios, neuromotores, de visão e audição, entre outros, para o neonato. Por isso, as gestações com risco de parto prematuro devem ser acompanhadas e a gestante precisa seguir todas as recomendações médicas para evitá-lo.

No entanto, após 42 semanas também há riscos para o bebê e para a mãe, pois há maior chance de partos com rotura e distorcia, além de ser possível uma desproporção entre o tamanho do feto e/ou seu crânio e o canal do parto, o que pode ocasionar sofrimento e até morte fetal e materna durante o parto. Por isso, após a gestação vir a termo, o acompanhamento médico deve ser semanal até o parto.

Referências:

MATTHES, Ângelo do Carmo Silva. Gravidez prolongada: subsídios da literatura médica para uma defesa. Femina, v. 38, n. 8, 2010.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf>

SPONG, Catherine Y. Defining “term” pregnancy: recommendations from the Defining “Term” Pregnancy Workgroup. Jama, v. 309, n. 23, p. 2445-2446, 2013.

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