Lebre

Graduada em Ciências Biológicas (USU, 2009)

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Lebre. Foto: Volodymyr Burdiak / Shutterstock.com

As lebres são mamíferos herbívoros pertencentes ao gênero Lepus, durante muito tempo foram incluídas no grupo dos roedores, porém a presença de um segundo par de dentes incisivos menores localizados do primeiro par de incisivos na mandíbula superior, a existência do lábio superior fendido (lábio leporino) e um maior desenvolvimento dos membros posteriores relativamente aos membros anteriores são características que permitem a sua distinção e reclassificação. Estudos de 1990 caracterizam as lebres em 29 espécies diferentes.

As lebres são encontradas ocupando grande parte da América do Norte até ao sul do México, e praticamente a totalidade do continente Europeu, Asiático e Africano. Espaços abertos são considerados como o habitat preferido pelas lebres. A capacidade de corrida e camuflagem destas espécies permite confundir os predadores neste tipo de habitat.

As lebres e os coelhos muitas vezes são confundidos, mas apesar disso são animais diferentes, as distinções são: o tamanho do corpo e das orelhas e quando nascem. Os coelhos são menores e têm orelhas curtas, enquanto as lebres, maiores, têm orelhas que podem ficar maiores do que suas cabeças. Elas também têm grandes patas traseiras e maior resistência, fator que as tornam mais ágeis. Quando eles ainda são bebês os coelhinhos nascem pelados e cegos, os filhotes de lebres nascem peludos e com os olhos bem abertos.

As principais características das lebres são: as patas traseiras longas e orelhas compridas, encontrando-se adaptados a movimentos rápidos de fuga, possuem uma variação no peso de 1,5 a 5 kg o peso superior nos indivíduos presentes em regiões mais frias e o peso menor nas zonas mais próximas do equador. A coloração da pelagem varia com tonalidades de castanho acinzentado no dorso e uma cor branca ou muito clara na região ventral e algumas espécies mudam a pelagem no Inverno, para uma cor branca (tática para se confundir com a neve).

Lebre. Foto: Jim Cumming / Shutterstock.com

O tempo de gestação chega até 40 dias e com os ninhos para os filhotes na superfície. Existe uma diferença no período do cio e na quantidade de filhotes por ninhada conforme as latitudes em que se encontram, sendo: as espécies que ocorrem nas zonas de maior latitude apresentam apenas uma ninhada de cerca de 6-7 crias, enquanto que as espécies que ocorrem em zonas de clima temperado apresentam um período reprodutivo mais longo, com 3 a 4 ninhadas de 2 a 5 crias. Nas regiões mais próximas do equador, não se verifica paragem no período reprodutivo, podendo ser produzidas 8 ninhadas, de 1 a 2 crias.

As lebres são essencialmente crepusculares e noturnas, encontrando-se ativas durante a noite, quando no inverno. No verão as lebres iniciam e terminam o seu período de atividade ainda durante o dia. Algumas evidências sugerem, no entanto, que fêmeas prenhes ou lactantes podem encontrar-se ativas por períodos superiores às 16h já que necessitam de mais alimento para o desenvolvimento da prole e a produção de leite.

Ao longo das últimas décadas, nota-se um declínio constante na população de lebres, as possíveis causas incluem os seguintes fatores: aumento da concorrência por alimento com outros herbívoros, industrialização da agricultura que evita as lebres de se alimentarem, a deterioração dos habitats através da fragmentação ou redução da paisagem, doenças virais que matam as lebres antes de uma intervenção e o aumento do número de raposa seus principais predadores.

Bibliografia:

CAMPOS, R. et al. 2015. Lebres Fantasmas – a Evolução das Lebres na Península Ibérica. Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO/InBIO) da Universidade do Porto, Portugal.

PAUPÉRIO, J.M.J.P. de C. 2003. Ecologia de Lebre-Ibérica (Lepus sranatensis) num ecossistema de montanha - Distribuição espacial, abundância e dieta de duas populações do Parque Natural da Serra da Estrela. Universidade do Porto.

Site Manual do Mundo: < http://www.manualdomundo.com.br/2014/01/qual-a-diferenca-entre-coelhos-e-lebres/>. Acessado em: 16/02/2018.

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