Núcleo celular

Bacharel em Ciências Biológicas (UNITAU, 2012)
Pós-graduação Lato Sensu em Perícia Criminal (Grupo Educacional Verbo Jurídico, 2014)

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O núcleo celular é uma estrutura presente nas células eucariontes, sendo, justamente, a principal característica que as difere das células procariontes, essas que têm o material genético nucleóide. Para facilitar a compreensão, é possível fazer uma analogia. Digamos que as células são indústrias, cada departamento dentro da empresa é responsável por desempenhar uma função específica. Nesse caso, esses departamentos seriam as organelas, como complexo de Golgi, mitocôndrias, entre outros. O núcleo, nessa comparação, seria o setor da gerência ou da administração. Isso ocorre porque é, exatamente, na região nuclear que estão presentes as informações genéticas que coordenam e comandam as funções celulares.

Embora exista apenas um núcleo por célula na grande maior parte dos eucariotas, a quantidade dessas estruturas é variável, existindo casos em que as células não possuem núcleo algum, como as hemácias. Essa multiplicidade nuclear das células também pode ser ilustrada com as fibras musculares, que são polinucleadas (vários núcleos), e com os hepatócitos, que são binucleados (dois núcleos). Com relação à forma dos núcleos, é comum acreditar que eles são redondos. Entretanto, isso não é bem verdade. O que acontece é que a forma dos núcleos, geralmente, acompanha a forma da célula em si. Assim, é bastante frequente encontrá-los arredondados, entretanto, eles também podem se apresentar alongado e, até mesmo, com formato irregular.

Estrutura do núcleo

O núcleo das células é uma região onde há intensa atividade, como síntese de proteínas, duplicação do DNA, entre outras. Por essa razão, existem certas mudanças na configuração das estruturas nucleares. Dessa forma, para caracterizá-las é necessário escolher uma fase em que o núcleo esteja mais estável, por assim dizer. Essa fase é denominada interfase, que se trata do hiato entre uma divisão celular e outra.

Uma vez nessa fase mais estável, o núcleo tem seu arranjo bem definido. Basicamente, ele é composto pela carioteca, cromatina, nucleoplasma e nucléolo. A carioteca delimita o núcleo separando-o do citoplasma e é formada por duas membranas biológicas. Assim como todas as membranas biológicas, elas exercem um controle sob o que entra e o que sai do núcleo. Outra característica dessa estrutura é que a membrana externa se comunica diretamente com o retículo endoplasmático rugoso.

A cromatina nada mais é do que a associação do DNA com proteínas. Ela possui a forma de fios alongados que podem estar mais ou menos condensados nessa fase da vida celular. É a cromatina que, na mitose, atinge alto nível de condensação formando os cromossomos que podem ser visualizados ao microscópio. Ou seja, a cromatina e os cromossomos se tratam basicamente da mesma estrutura, diferenciando-se, em resumo, pelo seu grau de condensação. Em meio a cromatina, é possível encontrar estruturas nucleares, geralmente, esféricas chamadas de nucléolo. Essas estruturas são bastante importantes porque se relacionam com a produção de RNA ribossômico que, por sua vez, é relacionado com a produção dos ribossomos. Já o nucleoplasma se trata do meio aquoso, rico em moléculas usadas nas funções nucleares, em que a cromatina e o nucléolo estão mergulhados.

Função

Uma vez que o núcleo é uma estrutura complexa em que está localizado o material genético, é possível destacar algumas funções. Primeiramente, o envoltório nuclear desempenha uma função de proteção, ou seja, ele impede que moléculas que poderiam causar efeitos deletérios entrem em contato com o DNA. Em uma segunda análise, a estrutura nuclear é a responsável pela coordenação das reações e das funções celulares. Existem diversas moléculas, como proteínas, que regulam, desencadeiam ou medeiam algumas funções celulares. Essas moléculas, muitas vezes, têm de ser sintetizadas pela célula e é, justamente, no núcleo que as “receitas” de como produzi-las estão codificadas.

Sob outro aspecto, existe outra função de suma importância: a hereditariedade. A hereditariedade é responsável pelo fato do indivíduo gerado compartilhar características do individuo gerador. Isso ocorre porque, para gerar novos indivíduos ou novas células, ocorre um processo denominado divisão celular. Nesse processo, parte (no caso da meiose) ou todo (na mitose) o material genético da célula geradora é passado à célula gerada. Vale ressaltar que a possibilidade de herança genética é muito importante para a história evolutiva. Isso acontece da seguinte forma: digamos que exista um gene que dá uma característica vantajosa para um organismo. Somente por causa da hereditariedade é que esse gene tem a possibilidade de ser passado para a progênie.

Bibliografia:
Guyton, A.C. & Hall, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª Edição. Editora Elsevier. 1115 páginas. 2006

Junqueira, L. C. & Carneiro, J. Biologia Celular e Molecular. 9ª Edição. Editora Guanabara Koogan. 338 páginas. 2012.

Lopes, S. Bio – Volume Único. 1ª Edição. São Paulo: Editora Saraiva. 606 páginas. 2004.

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