Febre de Mayaro

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A febre de Mayaro é uma infecção causada pelo vírus Mayaro (MAYV), o qual é transmitido tipicamente pela picada do mosquito Haemagogus.

Este vírus foi primeiramente identificado em Trinidad, no ano de 1954, no sangue de cinco trabalhadores rurais que apresentavam febre. No Brasil, foi isolado pela primeira vez em 1955 durante um surto em uma comunidade rural próximo à Belém, no estado do Pará.

O MAYV pertence à família Togaviridae, gênero Alfavirus, no qual são encontradas 30 espécies classificadas de acordo com os seus determinantes antigênicos e as diferenças genômicas. Todos são transmitidos por artrópodes, sendo, por este motivo, considerados arbovírus.

Esta enfermidade ocorre em florestas tropicais úmidas da América do Sul; todavia, já foi identificada na América do Norte, em Louisiana, em aves. Esta infecção resulta em uma doença aguda, auto-limitada e que dura de 3 a 5 dias. O MAYV relaciona-se intimamente com o alfavírus que causa uma doença similar a dengue em decorrência da presença de artralgia de longa duração.

Pesquisadores admitem que este vírus também possa ser transmitido por outras espécies de mosquitos, como Culex, Aedes, Psophora e Sabethes, podendo também ocorrer uma forma urbana da doença, do mesmo modo que ocorre com a febre amarela.

O ciclo de transmissão do MAYV é semelhante ao ciclo silvestre da febre amarela. Acredita-se que haja a participação de macacos como reservatório do vírus, enquanto que a copa de certas árvores funciona como o reservatório do mosquito Haemagogus. Infecções em humanos estão relacionadas à exposição a florestas tropicais úmidas.

Dentre os sintomas causados pela febre de Mayaro estão:

  • Febre;
  • Calafrios;
  • Mialgia e astenia;
  • Dor nas articulações;
  • Cefaleia;
  • Tontura;
  • Dor epigástrica;
  • Náuseas;
  • Fotofobia;
  • Dor lombar;
  • Erupções cutâneas do tipo macropapular;
  • Linfadenopatia inguinal.

O melhor método de diagnóstico para a febre de Mayaro é o isolamento do agente, podendo-se isolar in vivo o vírus a partir de inoculações em cérebro de camundongos neonatos ou, in vitro, a partir de cultura de células de vertebrados ou de invertebrados. A identificação pode ser realizada por meio da inibição da hemaglutinação, soroneutralização ou por imunofluorescência. Existem também testes moleculares capazes de identificar o MAYV.

No entanto, após o surgimento dos sintomas, técnicas de identificação do vírus são difíceis de serem utilizadas, já que o MAYV apresenta um pequeno período de viremia (de 2 a 3 dias). Nestes casos, os testes sorológicos são os mais indicados.

Habitualmente a febre de Mayaro é uma doença auto-limitada, desaparecendo dentro de poucos dias, com o quadro evoluindo para a cura sem deixar sequelas. Todavia, a artralgia pode prolongar-se por muitos meses, em alguns casos precedendo à febre e causando poliartrite moderada a intensa.

O tratamento é sintomático, uma vez que não existe uma terapia específica.

Fontes:
http://www.rightdiagnosis.com/m/mayaro_fever/intro.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Mayaro_virus_disease
http://www.tede.ufv.br/tedesimplificado/tde_arquivos/31/TDE-2009-11-18T095013Z-2045/Publico/texto%20completo.pdf

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