Tubarão-elefante

Graduado em Ciências Biológicas (UNIOESTE, 2017)

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Taxonomia e Distribuição Geográfica

Tubarão-elefante, tubarão-frade e tubarão-peregrino são três dos diversos nomes populares dados aos tubarões da espécie Cetorhinus maximus. Esses tubarões se destacam pelo seu tamanho que pode chegar a 15m, com isso, esses animais são considerados o segundo maior peixe do mundo, estando atrás apenas do tubarão-baleia.

O Cetorhinus maximus é a única espécie de sua família, conhecida como Cetorhinidae, a qual pertence a ordem Lamniformes. Com isso, temos a seguinte classificação taxonômica.

  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Chondrichthyes
  • Subclasse: Elasmobranchii
  • Ordem: Lamniformes
  • Família: Cetorhinidae
  • Gênero:  Cetorhinus
  • Espécie:  Cetorhinus maximus.

O tubarão-elefante é encontrado em regiões frias, por isso estão dispersos nas zonas subpolares do mundo inteiro. Quando chega o inverno nesses locais, esses tubarões migram para locais com águas mais quentes.

Tubarão-elefante. Foto: STRI

Anatomia e Caraterísticas Gerais

Como o próprio nome popular sugere, a característica de destaque do tubarão-elefante é o seu corpo robusto que pode chegar até 15 metros, sendo que normalmente atingem uma média de 8 metros de comprimento.

Outro ponto marcante a se destacar na espécie C. maximus, é a enorme fenda branquial (região das brânquias) que envolve quase toda a cabeça do animal e que normalmente permanece aberta e expandida no momento do nado.

Em contraste a isto, temos os dentes, que nesses animais são extremamente pequenos, possuem uma forma de gancho e estão distribuídos em duas fileiras.

Apresenta um longo corpo em uma coloração cinza escura, podendo apresentar estrias longitudinais em uma coloração mais clara. Essas manchas estão normalmente na parte mais ventral, correspondendo uma porção considerável dessa região.

Entretanto, alguns tubarões podem apresentar uma região dorsal azul, assim como foi observado em alguns tubarões-elefante que nadavam na costa sul brasileira.

Hábitos de Vida

C. maximus é uma espécie altamente migratória, por isso, são consideradas cosmopolita, ou seja, estão distribuídas em pelo menos 2/3 de todo o planeta e presentes em quase todos continentes.

Normalmente, essa espécie é encontrada em regiões de águas temperadas frias a quentes, raramente presentes nas águas equatoriais.

O comportamento de permanecer com a boca aberta durante o nado, em conjunto com os pequenos dentes, estão intimamente relacionados ao hábito alimentar dessa espécie, que é um filtrador e que se alimenta de fitoplanctons dispersos na superfície dos oceanos.

Pesquisadores observaram que os tubarões-elefante ao se alimentarem, atingem uma velocidade de cerca de 3km/h. Nessa velocidade, ao manterem a boca aberta, é possível filtrar cerca de 2 mil toneladas de água do mar por hora. Assim, respiração e alimentação acontecem simultaneamente.

Com relação a reprodução, para que ela aconteça é necessário que machos e fêmeas atinjam a maturação sexual que normalmente demora de 12 a 20 anos para acontecer. Quando a reprodução finalmente acontece, são esperados de 1 a 3 anos de gestação, para que enfim, os poucos filhotes gerados possam nascer.

Durante todo o período gestacional, as fêmeas se mantêm escondidas, por isso, quase não se há registros fêmeas gestantes dessa espécie.

Tal comportamento se deve principalmente por dois fatores: a delicadeza da gestação e a baixa taxa de filhotes gerados, em outras palavras, podemos dizer que durante a gestação, há um grande gasto energético na geração de pouca prole, por isso, a prole deve ser muito bem cuidada durante todo período gestacional e logo após o nascimento.

Estado de Conservação

Por serem animais presentes em quase todos continentes e por terem um hábito de vida que normalmente envolve a superfície dos mares, essa espécie sofre com a pesca intensiva, sendo considerada como espécie vulnerável a uma possível extinção.

Os pescadores buscam nesses tubarões uma renda extra, isso pois o óleo do fígado de tubarão-elefante é muito comercializado, sendo usado principalmente área farmacêutica e médica, servindo para tratamento de ferimentos e produção de vitamina A. Vale lembrar que a alguns anos atrás esse óleo era o combustível utilizado em lamparinas.

Além de tudo isso, a queda de biomassa nos oceanos provocada pelos impactos ambientais é outro fator preocupante que coloca a espécie em risco de extinção.

Referências:

Boelter, J, P. Cetorhinus maximus. Disponível em: https://www.ufrgs.br/faunadigitalrs/cetorhinus-maximus-tubarao-frade/. 2022

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Castro, J. I. (1983). The sharks of North American waters (Vol. 1). College Station: Texas A & M University Press.

Cetorhinus maximus (GUNNERUS, 1765): In: Database of modern sharks, rays and chimaeras, www.shark-references.com, World Wide Web electronic publication, Version 09/2019

Fowler, S.L. 2009. Cetorhinus maximus. The IUCN Red List of Threatened Species 2009: e.T4292A10763893. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2005.RLTS.T4292A10763893.en.

MATTHEWS, L. Harrison; PARKER, Hampton Wildman. Notes on the anatomy and biology of the Basking Shark (Cetorhinus maximus (Gunner)). In: Proceedings of the Zoological Society of London. Oxford, UK: Blackwell Publishing Ltd, 1950. p. 535-576.

RIBEIRO GOMES TOMÁS, Acácio; LEITE GOMES, Ulisses. On the presence of the basking shark, Cetorhinus maximus [Gunnerus, 1765] [Elasmobranchii, Cetorhinidae], in the southeastern and southern Brazil. B. Inst. Pesca, p. 111-116, 1989.

RUS HOELZEL, A. et al. Low worldwide genetic diversity in the basking shark (Cetorhinus maximus). Biology letters, v. 2, n. 4, p. 639-642, 2006.

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