Implante coclear

Mestre em Ciências Biológicas (Universidade de Aveiro-SP, 2013)
Graduada em Biologia (Universidade Santa Cecília-SP, 2003)

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As células ciliadas que estão presentes na cóclea, estrutura da orelha interna do sistema auditivo humano, podem sofrer algum tipo de lesão decorrente de diversas causas, tais como: patologias (de origem genética, viral, bacteriana), ruídos elevados, traumas, idade, entre outras, o que pode ocasionar a perda auditiva sensorioneural. Isso ocorre devido ao fato da cóclea, através dessas células ciliadas auditivas, possuir a função de fazer a transdução do estímulo mecânico da onda sonora em estímulo elétrico, que será encaminhado pelo nervo auditivo até o córtex cerebral que fará a interpretação dos sons. A perda da capacidade de realizar esse mecanismo leva a uma surdez, que não só compromete a audição, mas também outros aspectos cognitivos do indivíduo, como a comunicação através da fala.

Quando as próteses auditivas convencionais não permitem um suficiente ganho funcional, é indicado o uso dos implantes cocleares, uma vez que o dispositivo eletrônico faz o estímulo elétrico que as células ciliadas não fazem porque foram danificadas ou porque foram destruídas, recuperando a audição.

O implante coclear é uma prótese sensorial capaz de transmitir a informação sonora do ambiente, desde a sua intensidade a frequência, para o cérebro. É composta por quatro partes:

  1. Um microfone, parte que capta os sons do ambiente e que faz a conversão em sinais digitais, e um processador de sinal, responsável por transformar o sinal captado em diferentes frequências e pelo envio dos sinais digitais para a bobina interna.
  2. Bobina eterna e implante sob a pele, que é colocado no osso temporal.
  3. Eletrodos, um fio inserido na escala timpânica da cóclea ou no núcleo coclear que é responsável por converter os sinais digitais em energia elétrica.
  4. Eletrodos, responsável por estimular o nervo auditivo.

Implante coclear. Foto: Kathy Hutchins / Shutterstock.com

Os tipos de estímulos podem ser:

  • Estimulação analógica: um estímulo análogo elétrico da onda acústica no eletrodo.
  • Estimulação pulsátil: um conjunto de pulsos chega aos eletrodos.

A transmissão de sinais é de dois tipos:

  • Transmissão transcutânea: o transmissor codifica a informação do estímulo e envia, por radiofrequência, para a bobina. Isso faz estimular as fibras nervosas, por um dispositivo magnético.
  • Transmissão percutânea: a informação do estímulo é feita pela conexão com plugue para os eletrodos.

O dispositivo pode ser colocar em uma ou nas duas orelhas. Para o primeiro caso, o implante coclear unilateral melhora a audição, contudo limita a identificação do local no ambiente que tem a origem do som e a sua diferenciação em locais com ruído intenso. Já o implante coclear bilateral (nas duas orelhas), consegue suprir esses dois fatores.

Para a verificação da necessidade da colocação do implante coclear é necessário uma avaliação das condições da orelha interna através de uma anamnese, exames de audição (audiometria tonal e vocal, imitanciometria, audiometreia de tronco cerebral e emissões otoacústicas), exames de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética tridimensional com reconstrução e medida de luz coclear) e avaliação fonoaudiólogica.

Referências:

GOFFI, M. V. S. et al. Critérios de seleção e avaliação médica e audiológica dos candidatos ao implante coclear: Protocolo HCFMUSP. Arq Int Otorrinolaringol, v. 8, p. 197-204, 2004.

HYPPOLITO, M, A. et al. Rumos do implante coclear bilateral no Brasil. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 78, n. 1, p. 2-3, 2012.

OLIVEIRA, J. A. Implante coclear. Medicina (Ribeirão Preto), 38, 262-272, 2005.

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Arquivado em: Audição, Medicina
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