Vitamina D

Por Aline Pacheco de Oliveira Lima

Graduada em Ciências Biológicas (Unifesp, 2013)

Categorias: Bioquímica, Nutrição
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A vitamina D é um micronutriente essencial, importante principalmente para absorção de cálcio e consequente calcificação de tecidos. Os compostos que forma a vitamina D são compostos lipossolúveis. A estrutura principal deste grupo é possuir uma unidade de isopropeno que é formada pela abertura de um anel do ciclopentanoperidrofenantreno (colesterol). Os vitâmeros da vitamina D são o ergocalciferol e o colecalciferol.

Fórmula estrutural plana da Vitamina D2 (Calciferol)

A vitamina D pode ser obtida através da alimentação, no entanto em quantidades muito pequenas em vegetais e legumes ou em peixes como salmão e o atum, mas é principalmente sintetizada a partir da incidência de raios ultravioletas do Sol no contato com a pele.

Além do metabolismo do cálcio, a vitamina D também está altamente relacionada com o paratormônio, com a absorção ativa de fosfato e também de magnésio. A vitamina D além de possuir função de calcificação direta dos ossos, também é um sinalizador para outras células que possuem receptor específico como células dos rins, células pancreáticas, hematopoiéticas, epidérmicas, neurônios e músculos, sinalizando outras funções biológicas não relacionadas ao cálcio diretamente.

Tendo essa abrangência de atuação, a vitamina D tem sido estudada por possíveis conexões com diversas doenças como esclerose múltipla, diabetes, hipertensão, doenças ósseas e até mesmo tipos de câncer. Alguns estudos mostraram a relação entre os níveis sanguíneos de vitamina D e a presença de câncer de pâncreas, enquanto outros mostram o efeito protetor da vitamina para os canceres de mama e próstata. No entanto ainda não se sabe exatamente qual é a relação da vitamina com a proteção ou o desenvolvimento de câncer. Outra doença muito bem estabelecida cujo tratamento com a vitamina D suplementar traz grandes benefícios, são as doenças relacionadas a mineralização dos ossos, como a osteoporose. Todos estes casos são exemplos da importância da vitamina D e como sua deficiência (hipovitaminose) pode ser prejudicial.

Ainda, existe também os quadros de hipervitaminose, onde a quantidade de vitamina D, geralmente advinda de suplementação alimentar, se torna excessiva. Esses quadros desencadeiam sintomas de toxicidade como náuseas, falta de apetite, vômitos, fraqueza e constipação. Além disso, grandes quantidades de vitamina D, aumentam a concentração de cálcio sanguíneo o que pode ocasionar quadros de desorientação e problemas de ritmo cardíaco, além de ser prejudicial aos rins.

A quantificação clínica da quantidade de vitamina D é feita a partir da concentração de [25(OH)D3], que é a forma circulante mais abundante da vitamina D. Essa é a forma circulante com maior tempo de meia-vida, cerca de duas semanas e por isso é usada em detrimento da forma [1,25(OH)2D3], que apesar de ser a forma ativa seu tempo de meia-vida é de aproximadamente 4 horas. No entanto não existe consenso sobre concentração ideal para os níveis de vitamina, pois, estudos sugerem que as diferentes funções da vitamina D exigem concentrações diferentes. Por exemplo, níveis de vitamina D suficientes para não desencadear doenças ósseas é aproximadamente 20 ng/mL, no entanto para ser importante para o sistema imunológico essa concentração é outra (não estabelecido) e para manter a homeostase do cálcio, outra.

Referências:

< https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/vitamin-d/ > acessado em 05/11/17

<https://ods.od.nih.gov/factsheets/VitaminD-Consumer/ > acessado em 05/11/17

Castro, L.C.G. O sistema endocrinológico vitamina D. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2011, vol.55, n.8

Canto, Marcelo; Lauand, Thais Cabral Gomes. Deficiência de Vitamina D e fatores determinantes dos níveis plasmáticos de 25-hidroxivitamina D.2008

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