Aterosclerose

Mestre em Ecologia e Recursos Naturais (UFSCAR, 2019)
Bacharel em Ciências Biológicas (UNIFESP, 2015)

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A aterosclerose é uma condição médica caracterizada pela obstrução do fluxo sanguíneo em artérias, ocorrendo devido a deposição de placas no lúmen destes vasos. Essas placas podem ser coágulos sanguíneos (compostos de aglomerados de plaquetas responsáveis pela trombose), moléculas de gordura, colesterol, cálcio e outras partículas encontradas no sangue. Com a passagem do tempo, a artéria bloqueada enrijece devido ao esforço contínuo de transportar o sangue em um espaço reduzido, o que também pode causar hipertensão. Partes menores destas placas podem se deslocar pela corrente sanguínea, causando embolia.

Aterosclerose. Formação de trombos (coágulos) na corrente sanguínea à partir da formação de placas de gordura. Ilustração: MSSA / Shutterstock.com

Dependendo da artéria afetada, a aterosclerose pode ocasionar doenças distintas. Quando as artérias coronárias são afetadas, o coração deixa de receber a quantidade de sangue e nutrientes mínima para sua sobrevivência, causando angina (fortes dores no peito) e ataque cardíaco. Se as artérias carótidas são afetadas, o fluxo de sangue para o cérebro diminui, podendo ocorrer um derrame. Quando o bloqueio ocorre nas artérias que irrigam braços e pernas, ocorre a doença arterial periférica. Seus sintomas são dormência, formigamento e dor no membro afetado, podendo levar a infecções ou necrose do tecido. Outra grave condição relacionada a aterosclerose é a doença renal crônica, na qual as artérias renais não fornecem O2 suficiente para os rins. Com o tempo, ela pode causar falência renal e fazer com que o paciente precise ser submetido a hemodiálise.

Apesar de não possuir causas bem conhecidas, sabe-se que atividades físicas, dieta balanceada com baixo teor de gordura e colesterol, não fumar e ingerir pouco açúcar evitam a ocorrência de aterosclerose. Já fatores genéticos, obesidade, diabetes, alcoolismo, estresse e envelhecimento estão associados com maiores chances de desenvolver esta condição.

A falta de sintomas claros dificulta o tratamento preventivo do bloqueio das artérias. Quando parte delas já se encontra obstruída, dependendo da artéria afetada, podem haver alguns sintomas, tais como: fraqueza, paralisia facial ou de algum membro, tontura, dificuldade de respiração, dores de cabeça fortes e desmaios. Especificamente, a aterosclerose nas artérias renais pode causar náusea, inchaço das mãos e pés, coceiras, cansaço e alteração na quantidade de vezes em que se urina por dia. O diagnóstico envolve exame físico (auscultar sons anormais), níveis de glicose e colesterol sanguíneos através de um exame de sangue, eletrocardiograma, raio X peitoral, tomografia ou angiografia. Este último teste refere-se a um raio x especial realizado com a inserção de um cateter no interior da artéria alvo, observando seu lúmen.

Muitos pacientes conseguem conviver com a aterosclerose sem sofrer problemas graves como enfarte ou ataque cardíaco. Monitoramento médico contínuo se faz necessário, bem como modificações no estilo de vida, especialmente na dieta e rotina de exercícios. Acompanhamento psicológico também é importante para reduzir a ansiedade e estresse. Em situações mais graves, em que as placas formadas são grandes ou estão em locais de extremo risco, medidas medicamentosas ou cirúrgicas podem ser adotadas. Os remédios mais comuns utilizados buscam reduzir a pressão arterial, evitar a formação de coágulos e prevenir inflamações. A angioplastia coronária é um procedimento adotado para abrir passagem e reduzir o bloqueio no interior da artéria que irriga o coração. Como resultado, pode ser implantado um stent cardíaco, que é um tubo expansível e flexível de metal com a função de sustentar as paredes da artéria, mantendo-a aberta.

Referências:

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Sposito, A. C., Caramelli, B., Fonseca, F. A., Bertolami, M. C., Afiune Neto, A., Souza, A. D., ... & Carvalho, A. C. (2007). IV Diretriz brasileira sobre dislipidemias e prevenção da aterosclerose: Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia88, 2-19.

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