Brucelose humana

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Doenças bacterianas
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A brucelose, também chamada de febre de Malta, febre ondulante ou febre mediterrânea, trata-se de uma zoonose, que tem como agente etiológico uma bactéria do gênero Brucella.

Este gênero de bactérias são bacilos Gram-negativos, aeróbios, imóveis, encapsulados, não formam esporos e são parasitas intracelulares facultativos, com predileção pelo trato reprodutivo, articulações e sistema retículo-endotelial. As principais espécies compreendem a B. abortus (bovinos), a B. suis (suínos), a B. melitensis (caprinos) e a B. cannis (caninos).

Ocorre especialmente em países em desenvolvimento, sendo hiperendêmica em algumas regiões do Mediterrâneo, Índia, Península Arábica, México, América Central e América do Sul. Algumas regiões do mundo chegam a apresentar prevalência de 10 casos para cada 100.000 habitantes.

A infecção ocorre quando os indivíduos entram em contato com animais doentes ou produtos de origem animal contaminados com a bactéria, como leite não pasteurizado, produtos lácteos, carne mal passada ou seus subprodutos. A bactéria pode adentrar o organismo por diferentes formas, como ingestão, inalação ou, até mesmo, por penetração em feridas.

Quando no organismo, este agente etiológico é fagocitado pelos macrófagos, que são células de defesa do organismo, sobrevivendo no interior dessas células, sendo carreados para os tecidos linfoides. Na tentativa de isolar a bactéria, para que a mesma não cause danos ao organismo, há a formação de um granuloma ao redor das bactérias, impedindo sua disseminação. Às vezes, essas bactérias driblam esse mecanismo de defesa, multiplicando-se e causando ataques agudos no paciente crônico.

Nos casos agudos da doença, o paciente apresenta febre, calafrios, suores, cansaço, inapetência, cefaleia, dor nas costas e no abdômen. Já nos quadros crônicos, os sintomas resurgem mais intensos e inclui: febre recorrente, fraqueza muscular acentuada, intensa cefaleia, falta de apetite, perda de peso, tremores, manifestações alérgicas, hipotensão, alterações de humor e de memória.

Para se alcançar o diagnóstico é preciso realizar uma investigação detalhada do paciente, tanto da sua condição clínica, quanto do seu histórico, em associação com exames laboratoriais (hemograma, cultura bacteriana e testes sorológicos).

O tratamento abrange o uso de antibióticos, como doxiciclina, tetraciclina e gentamicina, por, no mínimo, seis semanas. Durante uma crise da doença, o paciente deve ficar em repouso e manter uma boa hidratação.

A prevenção deste transtorno é feita essencialmente controlando e erradicando a bactéria nos animais. Desta forma, torna-se imprescindível realizar uma adequada higiene pessoal, com os utensílios de trabalho, com o preparo e escolha dos alimentos, especialmente carne, leite e seus subprodutos.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brucelose
http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/zoonoses/Noticias/2012/Protocolo_Clinico_de_Brucelose_Humana.pdf
http://drauziovarella.com.br/letras/b/brucelose/

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