Vasculite

Mestre em Ecologia e Recursos Naturais (UFSCAR, 2019)
Bacharel em Ciências Biológicas (UNIFESP, 2015)

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A vasculite é a inflamação dos vasos sanguíneos, alterando as paredes dos vasos, tornando-as fracas, mais grossas ou mais finas. Estas modificações afetam o fluxo de sangue, reduzindo o aporte sanguíneo nos órgãos e tecidos, o que pode gerar uma série de danos sistêmicos. As vasculites são raras, ocorrendo de modo agudo (curta duração) ou crônico (longa duração).

Existem diversos tipos de vasculites, mas de modo generalizado elas incluem os seguintes sintomas: febre, dor de cabeça, fatiga, perda de peso, dores e coceiras, sudorese noturna, manchas no corpo e dormência de partes do corpo. A doença de Behcet é um tipo especifico de vasculite associada a inflamação de veias e artérias por todo o corpo. Associada a fatores genéticos e autoimunes, esta síndrome causa úlceras genitais, na boca e nos olhos. Estas precisam ser tratadas com medicamentos para evitar complicações, como inflação da córnea e perda de visão. A doença de Bueger também é uma vasculite rara onde os vasos afetados são os capilares das mãos e pés. Estas inflamações bloqueiam o fluxo de sangue, causando dor e inchaços. Se não tratada, esta doença pode causar gangrenas que levam a necrose das extremidades dos membros, que são amputados para evitar a disseminação da doença. O tabagismo está diretamente relacionado com esta condição, uma vez que todas as pessoas que desenvolvem Buerger são fumantes.

Comparação entre epiderme com vasculite e normal. Ilustração: Designua / Shutterstock.com

A síndrome Churg-Strauss é uma forma raríssima de vasculite. Nela ocorre a inflamação de vasos sanguíneos no pulmão (causando asma), mucosa nasal (causando rinite alérgica) e face. Se não tratada, ela pode evoluir para um quadro sistêmico pode causar diarreia, vomito, sangramentos na urina, dores severas e batimentos cardíacos irregulares. Seu diagnóstico é difícil, mas se detectada no estágio inicial, seu tratamento é efetivo. A crioglobulinemia é uma vasculite caracterizada pela presença de proteínas anormais no sangue. Estas podem formar coágulos gelatinosos e reduzir a circulação, danificando juntas, nervos e órgãos específicos, como rins e fígado. Ela causa dores nas juntas, formação de manchas arroxeadas nas pernas e formigamento dos dedos. Esta condição ocorre normalmente associada a alguns tipos de câncer, hepatite ou como doença autoimune. O seu tratamento requer o cuidado das condições de saúde associadas para minimização dos sintomas.

Outra forma de vasculite é a arterite de células gigantes (ou arterite temporal), uma inflamação das artérias de médio e grande calibre localizadas no pescoço e membros superiores. As artérias das têmporas, na lateral da cabeça, ficam protuberantes e inchadas e seus sintomas principais são dores nas têmporas, cabeça e maxilar e problemas de visão. Se não tratada, ela pode causar cegueira e derrame. A vasculite IgA (ou síndrome purpura de Henoch-Schonlein) ocorre com mais frequência em crianças e é facilmente reconhecida pelo surgimento de manchas arroxeadas nas pernas e nádegas. Nesta condição, os capilares ficam inflamados, podendo levar a graves problemas renais e dores abdominais. Esta síndrome parece ser uma resposta autoimune do corpo que ocorre após outra infecção, como gripes e hepatite. Alguns pacientes também desenvolvem esta vasculite após reações alérgicas a picadas de insetos ou alimentos. Seu tratamento requer cuidado continuo, embora em muitos casos os sintomas durem apenas um mês e passem sem deixar sequelas.

Referências:

Atkinson, S. R., & Barker, D. J. (1976). Seasonal distribution of Henoch-Schönlein purpura. Journal of Epidemiology & Community Health30(1), 22-25.

Fauci, A. S., Haynes, B. F., & Katz, P. (1978). The spectrum of vasculitis: clinical, pathologic, immunologic, and therapeutic considerations. Annals of internal medicine89(5_Part_1), 660-676.

Gorevic, P. D., Kassab, H. J., Levo, Y., Kohn, R., Meltzer, M., Prose, P., & Franklin, E. C. (1980). Mixed cryoglobulinemia: clinical aspects and long-term follow-up of 40 patients. The American journal of medicine69(2), 287-308.

O'Duffy, J. D. (1990). Vasculitis in Behçet's disease. Rheumatic diseases clinics of North America16(2), 423-431.

Shionoya, S. (1998). Diagnostic criteria of Buerger's disease. International journal of cardiology66, S243-S245.

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