Cegueira

Mestre em Ciências Biológicas (Universidade de Aveiro-SP, 2013)
Graduada em Biologia (Universidade Santa Cecília-SP, 2003)

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A perda da visão é um termo geral para descrever todos os níveis de comprometimento da visão, em um olho ou em ambos (mono ou bilateral). Também inclui o impacto de uma doença ou condição ocular antes de atingir o limiar de deficiência visual. O termo “cegueira” é utilizado para os indivíduos que apresenta um certo grau de prejuízo ou a incapacidade total da visão. As causas da cegueira estão listadas a seguir.

A cegueira infantil pode ser ocasionada por doenças congênitas como a toxoplasmose, sífilis e a rubéola. Outra causa é pela má-formação dos olhos durante a gestação, que pode ser causada pelo reduzido consumo de vitamina A pela mãe durante o período de gravidez.

O tracoma é uma patologia ocular infecciosa da conjuntiva e da córnea, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, com maior incidência em regiões rurais. Pode ser transmitida por contato direto ou pelas moscas do gênero Hippelates sp. O tratamento é realizado com o uso de antibióticos para tratar a infecção, limpeza facial e melhoria ambiental em áreas onde a doença é endêmica.

A ceratite microbiana é uma inflamação da córnea de origem infecciosa ou não, é considerada grave se não for tratada pois pode se estender para outras estruturas do globo ocular, ocasionando a perda da capacidade visual até a sua perda total.

Os principais agentes causadores são as bactérias (Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeroginosa ou Chlamydia trachomatis), contudo os vírus (Herpes simplex ou Herpes zoster), nematódeos (Loa loa, Toxocara ou Oncocera), os protozoários (Acanthamoeba) e os fungos (Fusarium solani, Candida albicans, Fusarium spp e Aspergillus spp) podem provocar a doença.

A contaminação por esses agentes ocorre através de traumas: lesões na córnea permitem uma entrada para microrganismos; o uso de lentes de contato: higienização inadequada das lentes, no estoja de armazenamento, uso de soluções inapropriadas para esterilização e manutenção das lentes ou o uso prolongado das lentes (como dormir); cirurgias oftalmológicas: falta de cuidados, falta de uso de colírios, no pós-operatório pode levar à infecção do olho.

A ceratite não infeciosa é ocasionada por meio de lesões nas córneas, alergias (substâncias tóxicas), o olho seco ou ceratite de Thygeson.

Os sintomas são a vermelhidão no olho, dor ocular, sensação de cisco no olho, fotofobia, lacrimejamento e visão embaçada.

Os cuidados que auxiliam a prevenir a patologia são:

  • Higienizar diariamente as mãos e os cílios;
  • Manutenção e limpeza adequada de lentes de contato;
  • Não coçar os olhos
  • Uso de colírios durante após uma cirurgia.

A retinopatia diabética é uma complicação crônica do diabete melito, que ocorre a perda da autorregulação dos vasos retinianos e a hipóxia tecidual, e é a principal causa de cegueira em indivíduos adultos.

A oncocercose é uma doença infecciosa endêmica na África, Península Arábica e nas Américas que ocasiona a cegueira irreversível. É provocada pelas lesões oculares causadas pela presença do filarídeo Onchocerca volvulus no olho. É transmitido ao ser humano por um díptero hematófago do gênero Simulium.

Olho com catarata. Foto: sruilk / Shutterstock.com

Doenças como a catarata, degeneração macular e o glaucoma podem levar o indivíduo a perda parcial ou total da visão. Os erros refrativos não corrigidos não podem constituir outra origem para a cegueira. A opacidade da córnea causa a perda da transparência da córnea e pode comprometer seriamente a visão, pode ser causada por diversas patologias do olho, traumas, inflamações, falta de vitamina A, entre outros.

Referências:

BOELTER, M. C. et al. Fatores de risco para retinopatia diabética. Arquivos brasileiros de oftalmologia. São Paulo. Vol. 66, n. 2, 239-247, 2003.

CBO. Cuidados que podem evitar a cegueira – CBO. Disponível em: <http://www.cbo.net.br/novo/publicacoes/revista_veja_bem_07.pdf>. Acesso em: 01/06/2018.

DE OLIVEIRA, P. R. et al. Ceratite fúngica. Arq. Bras. Oftalmol, v. 64, n. 1, p. 75-9, 2001.

HERZOG, M. M. et al. A Oncocercose humana no Brasil e sua dispersão. Tese de Doutorado – Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro,1999.

WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Global data on visual impairments 2010. Geneva: World Health Organization Organization, 2012.

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