Mercantilismo

Mestra em História (UFRJ, 2018)
Graduada em História (UFRJ, 2016)

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Este termo se refere à política econômica dos reinos europeus absolutistas. O mercantilismo tem três características centrais: intervenção do Estado, metalismo e colonialismo. Os principais nomes desta política são: Jean-Baptiste Colbert (1619 - 83), ministro das Finanças do rei Luís XIV (1638 - 1715), Thomas Mun (1571 - 1641), diretor da Companhia das Índias Orientais, e Antonio Serra (c. 1550 – c. 1600), economista e filósofo italiano.

Jean-Baptiste Colbert. Pintura de Claude Lefèbvre, 1666.

Intervenção estatal

A intervenção econômica governamental visava fortalecer e regulamentar a estrutura financeira do reino, possibilitando assim a constituição de exércitos e marinhas. Embora, em última análise, isso beneficiasse principalmente a dinastia real, que poderia fortalecer seu poder ao sair vitoriosa de conflitos, a burguesia também tinha grandes benefícios – o que fazia este grupo aceitar a situação.

Metalismo

Já o metalismo consistia em manter um equilíbrio favorável ao reino entre a saída e a entrada de metais preciosos. Uma vez que se acreditava no período que a riqueza de um país media-se pela quantidade destes dentro de suas fronteiras, era preciso manter uma balança comercial positiva; para isto, era utilizado o protecionismo. Por meio de altas taxas alfandegárias, a mercadoria estrangeira acabava se tornando tão cara que era mais vantajoso adquirir um produto nacional.

Colonialismo

Por último, havia a fundamental necessidade de manter colônias – ou seja, explorar e dominar novas terras além da Europa. Embora o colonialismo tivesse se iniciado propriamente falando no final do século XV, com a descoberta das Américas pelo navegador genovês Cristovão Colombo (1451 – 1506) e, depois, pelo fidalgo português Pedro Álvares Cabral (c. 1467 – c. 1520), ele apenas se tornaria uma política nacional dos reinos europeus no século XVII. A função das colônias era fornecer valiosos produtos para suas metrópoles, que seriam depois vendidas no mercado europeu. Por outro lado, as próprias colônias eram obrigadas a comprar as manufaturas da metrópole por preços elevados. Isso se dava devido ao fato que não existia concorrência graças ao monopólio estabelecido. Desta forma, o lucro ficava não com os produtores coloniais, mas sim com os comerciantes burgueses oriundos da metrópole.

No século seguinte, o mercantilismo já começaria a ser criticado pela teoria política do liberalismo, embora só fosse ficar realmente obsoleto como prática econômica no século seguinte. Segundo o filósofo e economista britânico Adam Smith (1723 – 90), a identificação entre a quantidade dos metais preciosos dentro do território e riqueza era simplesmente falsa. Na verdade, as altas taxas alfandegárias pensadas para manter a balança comercial positiva não trazia mais dinheiro para o reino; de fato, apesar de toda a opulência do reinado de décadas do Rei Sol, a França estaria mais pobre quando Colbert faleceu. Segundo a linha econômica liberal, a atividade comercial deveria ser livre independentemente do território, uma vez que a riqueza não era equivalente ao acúmulo das reservas monetárias, mas sim relacionada com a produção de bens – que se beneficiaria da livre circulação econômica abominada pelo mercantilismo.

Bibliografia:

LIMA, Lizânias de Souza; PEDRO, Antonio. “Das monarquias nacionais ao absolutismo”. In: História da civilização ocidental. São Paulo: FTD, 2005. pp. 142-147.

Arquivado em: Economia, História
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