Colonização de Marte

Mestre em Astronomia (Observatório Nacional, 2016)
Graduado em Física (UFRPE, 2014)

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O termo colonização é conhecido pelos seres humanos desde a pré-história. Inicialmente não havia uso de força ou troca para conseguir a terra. Com o passar do tempo, essa mesma colonização passou a ser mais agressiva. A busca por condimentos e segurança levou aos homens interagirem de maneira mais grotesca e egoísta. Agora, séculos após a expansão no crescimento populacional e uso inconsciente dos recursos naturais terrestres, há investimento para achar outro planeta que possa servir à humanidade.

O estudo do Sistema Solar através de observações, previsões teóricas e análise de elementos pertencentes à Terra, como parâmetro de comparação com o que é visto no espaço, levou à conclusão do planeta Marte ser o mais parecido com à Terra. Possuindo semelhanças como a duração do dia (24h 39min 35,244 s), aproximadamente 53% do diâmetro terrestre, inclinação axial (ou eixo de rotação) de 25.19° comparado aos 23.45° da Terra. Isto faz o planeta possuir estações como as já conhecidas, embora durem quase o dobro de tempo, já que o planeta demora mais tempo para completar sua órbita em torno do Sol. Possui uma leve atmosfera, cerca de 0.7% da densidade atmosférica terrestre. Apesar dela ser composta em 95% de dióxido de carbono (CO2) substância altamente tóxica e nada respirável, ainda pode ser utilizada como proteção para radiação solar e radiação cósmica, sendo este último bastante problemático já que há um campo magnético fraco.

Estudos mostram que as condições de Marte um dia já foram muito parecidas com as da Terra. Em busca disso, a corrida espacial na época da Guerra Fria, iniciou mandando sondas tanto russas quanto americanas para estudar as condições atmosféricas do planeta e tirar fotos também. Entre 1960 e 1975 não houveram pousos no solo marciano, até que enfim em 1976 a primeira sonda americana, Viking 5, pousou em Marte, mais especificamente na Chryse Planitia, em 20/07/1976, sendo lançada no dia 09/09/1975. Esta missão possuía um aterrissador e um orbitador. O aterrissador buscava dados da superfície, clima atmosfera e efetuava experimentos biológicos com o solo marciano, este último sem dados conclusivos e controversos. Logo após esta sonda, veio a Viking 2 com os mesmos objetivos. Juntas, suas missões orbitadores conseguiram retornar em torno de 4500 imagens.

Indubitavelmente, após o sucesso de conseguir aterrissar partes de uma sonda em solo marciano, o desenvolvimento científico continuou a prosperar de maneira a mandar também os conhecidos rovers, ampliando ainda mais as áreas a serem estudadas.

O sonho da colonização de Marte então passou a ser mais acessível. Atualmente existe a missão tripulada proposta da NASA a Marte, programada para ocorrer em 2030 usando o Veículo de Tripulação Orion Multipurpose (MPCV) e o sistema de Lançamento Espacial (SLS); existem planos de longo prazo para envio de seres humanos pela Agência Espacial Europeia, além de simulações; A Agência Espacial Federal da Rússia planeja uma missão tripulada, e efetuou simulações chamadas Mars-500, que foram concluídas em 2011. Em 2012, empresários holandeses expuseram seu plano ambicioso de iniciar a colonização logo em 2023, através de financiamento coletivo, conhecida como MarsOne.

Embora, assim como o planeta possui semelhanças, há divergências graves a serem resolvidas de maneira que uma sociedade possa prosperar. O planeta, apesar de evidências de água, atualmente é seco e bastante frio. A temperatura média da superfície está em torno de -55°C e nos polos -153°C. Como já mencionado, a atmosfera também não é muito densa e baixa quantia de oxigênio. Entretanto, vem desenvolvendo-se a terraformação ou geoengenharia, para tentar superar alguns problemas. A utilização de cianobactérias e fitoplânctons é uma forma de converter CO2 em oxigênio respirável. Para melhorar a questão da temperatura superficial, cogita-se implantação de indústrias. Com esta melhoria, a pressão atmosférica provavelmente aumentaria pela sublimação do CO2 na forma de gelo seco para gás e também possivelmente derreteria as calotas polares, localizada na criosfera do planeta. A sublimação do gelo seco das calotas polares seria importante para aumentar a espessura da atmosfera marciana, o que ajudaria a aumentar a temperatura e a pressão atmosférica do planeta. Também é cogitado colocar dois espelhos de modo estático para que direcione os raios solares para as calotas polares, novamente visando sublimar a camada de gelo de CO2 para contribuir com o aumento do efeito estufa de Marte.

A imagem mostra como seriam as cápsulas de abrigo para os primeiros colonizadores de Marte. O projeto MarsOne já soma mais de 1 milhão de dolares arrecadados por meio de doações e mais de 200 mil inscritos para participar do programa de seleção para astronautas para missão (Fonte: http://www.mars-one.com/).

Referências:

HOW DO WE COLONIZE MARS?. Universe Today, 2019. Disponível em: <https://www.universetoday.com/14883/mars-colonizing/> (Acesso em 31 de outubro de 2019)

COLONIZAÇÃO DE MARTE. Wikipédia, 2019. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o_de_Marte> (Acesso em 31 de outubro de 2019)

CRONOLOGIA DAS MISSÕES A MARTE. Wikipédia, 2019. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Cronologia_das_miss%C3%B5es_a_Marte#Marte_1960_A_ou_Korabl_4_ou_Marsnik_1> (Acesso em 31 de outubro de 2019)

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