Pêssego

Graduado em Ciências Biológicas (UNIOESTE, 2017)

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O pêssego é o fruto do pessegueiro, a qual é conhecido cientificamente como Prunus pérsica. Essa planta não recebe esse nome atoa, esta nomenclatura foi dada fazendo uma referência ao país, que na época, acreditava ser o ponto de origem do pêssego, a Pérsia.

No entanto, com avanço científico, os pesquisadores puderam concluir que a verdadeira origem do pêssego se deu na China, local que até hoje tem esse fruto como sendo um dos principais produtos da base econômica do país.

Um pêssego. Foto: PublicDomainPictures

As teorias de que o pêssego teve sua origem na China, surgiram após pesquisadores encontraram endospermas de pêssego (caroço) em um local da Era Neolítica, a datação desses endospermas, sugeria que esses exemplares surgiram entre 6000 a 7000 a. C.

Além disto, foi encontrado um pessegueiro com mais de 20m de altura e 10m de circunferência, segundo os botânicos, estima-se que essa árvore tenha cerca de mil anos de idade.

A dispersão e domesticação do pêssego se deu a cerca de 4000 anos atrás. Nessa época, o pêssego teria sido levado através de rotas comercias para Pérsia, atual Irã. De lá, o pessegueiro foi introduzido no Mediterrâneo por meio dos gregos, que posteriormente, levaram a planta para Itália.

Nos países das Américas o pessegueiro chegou através das viagens marítimas, sendo os portugueses e espanhóis os principais responsáveis por levarem exemplares dessa planta para as diferentes regiões da América. Mais especificamente no Brasil, os registros apontam que a chegada do pessegueiro ocorreu no ano de 1532, por Martin Afonso de Souza, que trouxe a planta da Ilha Madeira - Portugal.

Botânica

O pessegueiro é uma árvore da família Rosaceae, pertencente ao gênero Prunus. A principal espécie econômica é conhecida como Prunus persica, a qual é integrada pelo pêssego e nectarina.

Uma confusão bastante comum é a definição de que pêssego e nectarina são a mesma coisa, o que é um equívoco, pois, na verdade, a nectarina surgiu a partir de mutações que foram responsáveis por dar origem a essa variedade de pessegueiro, que recebe o nome de P. persica var. nucipersica, ou seja, a nectarina é uma variação do pessegueiro.

O pêssego é classificado como sendo drupa, que apresenta um epicarpo piloso (casca), mesocarpo carnoso e rico em líquido (porção intermediária) e um endocarpo (caroço) rígido e rugoso que carrega uma semente.

O sistema radicular do pessegueiro inicialmente é pivotante, ao ponto de que ao longo de seu desenvolvimento, vão surgindo ramificações laterais. Este sistema apresenta cerca do dobro de tamanho da copa.

Já as flores, são completas (apresentam todos elementos florais), períginas (apresentam hipanto, que é o ponto de inserção das sépalas e pétalas) e com apenas um pistilo. Apresentam 5 pétalas e 5 sépalas que estão dispostas de maneira alternada formando o hipanto.

Por conta de seu ponto de origem acontecer na Ásia e os principais locais de dispersão acontecerem regiões com climas mais frios, o pessegueiro necessita de baixas temperaturas para conseguir atingir seu ápice produtivo. Por esse motivo, as regiões do sul do Brasil são os principais locais que lucram com a produção do fruto.

Importância nutricional e econômica

Boa parte da crescente econômica que envolve o pêssego está atrelada aos benefícios nutricionais gerados por essa planta ao consumidor.

Estudos apontam que o pêssego se destaca nutritivamente principalmente pelo seu alto teor de vitamina C, de compostos fenólico e de propriedades antioxidantes. Assim, o fruto ajuda a propiciar uma melhor resposta imunológica e proteger as células contra agentes patogênicos.

Os principais polos produtivos de pêssego e nectarina são a China, Espanha e Itália, que juntas são responsáveis por produzir cerca de 20 milhões de toneladas de pêssego por ano. Com relação ao Brasil, o país produz anualmente cerca de 300 mil toneladas de pêssegos produzidos em 20 mil hectares destinados ao cultivo.

O consumo de pêssego a cada ano que passa só aumenta. Afinal, esse fruto é amplamente utilizado na culinária e nas indústrias farmacêuticas, tendo como principais formas de consumo: in natura, polpa, cosméticos e outros.

Referências:

WANG, Z. H.; ZHUANG, E. J. China fruit monograph-peach flora. 2001.

HUANG, Hongwen et al. History of cultivation and trends in China. The peach: botany, production and uses, v. 1, 2008.

ZHANG, X. et al. Peach firmness determination by puncture resistance, drop impact, and sonic impulse. Transactions of the ASAE, v. 37, n. 2, p. 495-500, 1994.

SEGANTINI, Daniela Mota et al. Caracterização da polpa de pêssegos produzidos em São Manuel-SP. Ciência Rural, v. 42, p. 52-57, 2012.

FRANZON, R. C. et al. Pêssego, nectarina e ameixa: o produtor pergunta, a Embrapa responde. 2019.

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