Domínio morfoclimático amazônico

Por Morôni Azevedo de Vasconcellos

Especialista em Geografia do Brasil (Faculdades Integradas de Jacarepaguá, RJ)
Mestre em Educação (Estácio de Sá, 2016)
Graduado em Geografia (Simonsen, 2010)

Categorias: Biomas, Brasil
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Também conhecido como domínio morfoclimático equatorial amazônico, este é o domínio presente na maior parte da região norte do Brasil e se estende por alguns países vizinhos. Como o nome já diz, está diretamente relacionado com a Floresta Amazônica.

O nome Amazônia e Amazonas (este último sendo o nome de um Rio e de um estado brasileiro, com capital em Manaus) tem origem nas mulheres guerreiras da mitologia grega: as amazonas.

O capitão espanhol Francisco de Orellana, que ao cruzar o rio, alega ter visto uma tribo (indígena) de mulheres guerreiras e as batizou de amazonas em referência a mitologia grega. Assim sendo, ficou o Rio das Amazonas (hoje Rio Amazonas) dando nome ao Estado do Amazonas e a floresta amazônica.

O domínio morfoclimático amazônico é caracterizado, considerando a sua localização na altura da linha do Equador e arredores, pelo clima equatorial: intensamente quente e úmido ao longo de todo o ano.

Sendo um domínio tão chuvoso que as chuvas costumam ter um horário relativamente definido para acontecerem, portanto, sendo comum que a população local organize seus compromissos diários para antes e depois das chuvas.

O seu relevo é predominantemente baixo, sendo composto basicamente por planícies e depressões.

A floresta equatorial amazônica atualmente foco de atenção dos ambientalistas por todo mundo, sendo pela grande extensão de área ainda preservada, seja pelo receio do avanço do agronegócio e da exploração madeireira e mineradora sobre as áreas de floresta, causando um constante desmatamento.

A vegetação da Floresta Amazônica pode ser considerada como latifoliada (pois suas árvores possuem folhas grandes), suas folhas não caem ao longo do ano (perene), ela é densa, sua vegetação é adaptada as chuvas intensas da região (ombrófila) e com uma biodiversidade considerável não só na flora, como também na fauna que reside no meio da vegetação e dela se alimenta.

Uma característica deste domínio morfoclimático é que o solo em si é relativamente pobre de nutrientes, sendo muito dependente da serapilheira (também por vezes chamada de serrapilheira), que é a aquela camada de plantas (incluindo aí os galhos, as folhas e frutos que caem das árvores vivas) e animais mortos que cobrem o solo das florestas e que servem de adubo, além de proteger do intemperismo e da erosão pluvial (lixiviação).

Com as queimadas para desmatar esta parte da floresta, visando abrir espaço para a mineração e para o agronegócio (especialmente a pecuária), a serapilheira acaba destruída e o solo empobrecido começa a ter dificuldades para sustentar as plantas e produzir os frutos esperados. Com o tempo, o solo pode se tornar improdutivo e em casos mais extremos transformar a floresta em uma savana como as do cerrado ou até em uma área desertificada.

Se chegar a esse extremo, talvez seja inviável recuperar este domínio morfoclimático, o que acarretará prejuízos incalculáveis ao meio-ambiente e até para a própria economia. Por isso, a preocupação ambiental com a Amazônia é tão grande, mesmo ela estando mais preservada do que por exemplo a Mata Atlântica.

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Referências:

PIRES, Luciana A. et al. Produção, acúmulo e decomposição da serapilheira em uma restinga da Ilha do Mel, Paranaguá, PR, Brasil. Acta Bot. Bras., São Paulo, v. 20, n. 1, p. 173-184, Mar. 2006. Available from < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-33062006000100016&lng=en&nrm=iso>. access on 15 July 2020. https://doi.org/10.1590/S0102-33062006000100016.

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