Mata Atlântica

Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (UFAC, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (UFAC, 2011)

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Mata Atlântica é o nome popular dado à floresta tropical atlântica que se distribui em milhares de fragmentos da região litorânea aos planaltos e serras do interior, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Originalmente, essa formação vegetal ocupava uma área de 1.300.000 km², em áreas de 17 estados (PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, ES, RJ, MG, GO, MS, SP, PR, SC, RS), ocorrendo de forma contínua entre RN e RS. Estreita na Região Nordeste, ela alargava-se para o Sul, até atingir sua largura máxima na bacia do Rio Paraná, penetrando, inclusive, no Paraguai e Argentina. Atualmente sua área fica em torno de 6 a 8% da original.

A Mata Atlântica, sem perder certa homogeneidade, apresenta um conjunto de formações florestais bastante diversificadas, que são: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual. Além disso, alguns ecossistemas estão associados a esse bioma, como o manguezal, restinga, campos de altitude, e brejos interioranos. Essa variedade é resultado das variações climáticas e de relevo.

Mata Atlântica. Ao fundo, cidade do Rio de Janeiro. Foto: Dmitry V. Petrenko / Shutterstock.com

Os tipos climáticos da Mata Atlântica variam de quentes e úmidos a moderadamente frios. Tais climas são caracterizados por temperaturas altas, elevada umidade relativa do ar, precipitações abundantes, nevoeiros frequentes em algumas áreas e intensa luminosidade.

Sua composição florística é extremamente variada. O estrato superior da floresta é composto por árvores mais altas, como as leguminosas, os ipês, o manacá-da-serra, entre outras. O estrato arbustivo é formado por espécies arbóreas (jabuticabeiras, palmito-juçara, begônias, etc.) que vivem sombreadas pelas árvores mais altas. Plantas de pequeno porte formam o estrato herbáceo, como ervas, gramíneas, musgos e plantas jovens que farão parte dos estratos superiores. As lianas e epífitas se agregam aos estratos médio e superior da floresta.

A flora é muita rica em espécies endêmicas, entre as quais estão o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifólia), pau-brasil (Caesalpinia echinata), jequitibá (Cariniana ianeirensis) e Eugenia itacarensis, que são também ameaçadas de extinção.

Dentro da riquíssima fauna desse bioma, algumas espécies como a onça pintada, onça parda, cateto, papagaios, corujas, queixada, anta e muitos outros, possuem ampla distribuição e são encontrados em outros biomas. Mas a quantidade de espécies endêmicas da Mata Atlântica é enorme. No entanto, a situação dessa alta biodiversidade é extremamente grave, pois a maioria dos animais ameaçados de extinção vive na Mata Atlântica.

Entre os animais endêmicos desse bioma e ameaçados de extinção estão os primatas muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides) e muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), o papagaio-da-cara-roxa (Amazona brasiliensis), a lagartixa-da-areia (Liolaemus lutzae), a jiboia-de-cropan (Corallus cropanii) e a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) faz parte dessa categoria e virou símbolo na luta pela preservação da fauna brasileira.

A devastação da Mata Atlântica corre paralela à história econômica do Brasil. Cada ciclo econômico correspondeu ao desaparecimento de uma grande parcela da mata. Apesar de muitas áreas serem consideradas regiões de preservação ambiental, esse bioma ainda sofre com o desmatamento.

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