Potências agrícolas mundiais

Especialista em Geografia do Brasil (Faculdades Integradas de Jacarepaguá, RJ)
Mestre em Educação (Estácio de Sá, 2016)
Graduado em Geografia (Simonsen, 2010)

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Por potência agrícola mundial entende-se os países que mais produzem e mais lucram com a produção agrícola em todo o mundo. O nome potência significa força, portanto uma potência agrícola é aquela que possui força no mercado agrícola.

Em 2016, as três maiores potências agrícolas do mundo eram os Estados Unidos da América, a União Europeia (que apesar de não ser um país, o bloco econômico funciona como se fosse como um único país no comércio exterior) e o Brasil, que não atoa foi por muito tempo chamado popularmente de celeiro do mundo, o qual tem sido a meta e o sonho de uma boa parte do Brasil por muito tempo.

O Brasil é uma potência agrícola mundial quando se trata da Soja. Foto: Lipik Stock Media / Shutterstock.com

Ao contrário do que muitos poderiam pensar, as potências agrícolas mundiais não são países majoritariamente rurais e nem mesmo países economicamente atrasados ou subdesenvolvidos, pelo contrário, os Estados Unidos da América e os países da União Europeia estão entre os países mais desenvolvidos e urbanizados do mundo.

O Brasil é considerado um país em desenvolvimento, porém sendo uma das economias mais poderosas do mundo. Essas três potências possuem em comum uma grande variedade de climas e solos, por conta de seu extenso tamanho. O que torna viável a produção de tipos de produtos agrícolas muito diferentes entre si.

Aliás, note que falamos de produtos agrícolas e não só de alimentos e isso deve ao fato de que nem toda a produção agrícola necessariamente vai ser utilizada para a alimentação, especialmente a humana.

Parte da produção agrícola é usada para a alimentação animal (como no caso da soja tão abundantemente produzida no Brasil) que é basicamente direcionada ao consumo como ração animal. A produção de cana-de-açúcar não serve apenas como alimento (açúcar, bebidas alcoólicas, garapa, adoçantes entre outros produtos), também é muito usada para a produção de combustíveis como o etanol, biomassa e biodiesel.

Além destes usos da cana, existe uma quantidade enorme de outros usos para os quais ela também é destinada como compor a produção do chamado plástico verde, um plástico de origem vegetal que substitui o produto original e tem diversos usos como na fabricação de garrafas pet, tecidos ecológicos e do álcool para a limpeza que foi um dos produtos que mais disparou nas vendas em todo o mundo durante a pandemia do coronavírus sars-cov-2, causador da Covid-19, a partir de 2020.

Esses países possuem um forte agronegócio baseado em alta tecnologia, forte investimento de recursos financeiros e monocultura (como no caso dos cinturões americanos, belts, sendo regiões inteiras com a economia fortemente voltada para um determinado produto como a produção de milho ou as imensas plantações de soja no centro-oeste brasileiro ou mesmo as grandes produções açucareiras).

Navio graneleiro sendo carregado com milho. Foto: Alexey Lesik / Shutterstock.com

Apesar de este tipo de grande agronegócio costumar causar grandes impactos ambientais com o uso de pesticidas, transgênicos e outras práticas questionáveis, cada vezes mais há uma preocupação por parte dos consumidores e dos governos com a sustentabilidade na agricultura fazendo com que gradativamente comecem a adotar políticas e práticas ambientais mais rigorosas. Atualmente, dentre as potências aqui citadas, a Europa vem se destacando na produção sustentável.

O Brasil também é considerado um importante país no desenvolvimento de uma agricultura sustentável, embora ainda sofra muitas criticas pelo desmatamento causado e pela pressão de grupos de interesses internacionais pela maior adoção de agrotóxicos e transgênicos.

Arquivado em: Agricultura, Geografia
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