Cortina de ferro

Doutora em História (UDESC, 2020)
Mestre em História (UDESC, 2015)
Pós-graduada em Direitos Humanos (Universidade de Coimbra, 2012)
Graduada em História (UDESC, 2010)

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A expressão Cortina de ferro refere-se à fronteira que, a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, dividiu a Europa ocidental do leste Europeu, região dominada pela União Soviética. Em um dos discursos mais famosos do período da Guerra Fria, Winston Churchill, então primeiro-ministro britânico, afirmou que:

“De Estetino, no [mar] Báltico, até Trieste, no [mar] Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o continente. Atrás dessa linha estão todas as capitais dos antigos Estados da Europa Central e Oriental. Varsóvia, Berlim, Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste e Sófia; todas essas cidades famosas e as populações em torno delas estão no que devo chamar de esfera soviética, e todas estão sujeitas, de uma forma ou de outra, não somente à influência soviética mas também a fortes, e em certos casos crescentes, medidas de controle emitidas de Moscou."

Era 5 de março de 1946 e a Segunda Guerra Mundial recém acabara. Vivia-se um período de tensão entre a comunista União Soviética e as outras potências Aliadas, todas de economia capitalista. O discurso de Churchill é considerado um marco para o início da Guerra Fria, pois colocou fim à aliança que derrotara Alemanha na Guerra e iniciou o processo de divisão da Europa e, posteriormente, do mundo, em duas zonas de influência: capitalista e comunista.

A expressão usada por Churchill era uma metáfora sobre a influência soviética na região e a separação econômica existente entre o leste europeu e a Europa capitalista. No entanto, a metáfora tornou-se realidade com a construção de muros militarmente protegidos pelos soviéticos, sendo o Muro de Berlim o mais famoso deles.

No mesmo discurso, Churchill disse ainda que era necessário evitar que outra catástrofe como o nazifascismo voltasse a destruir a Europa. Referia-se ao comunismo. Em resposta, Stálin, líder da União Soviética, afirmou que as baixas soviéticas durante a guerra haviam sido muito maiores que as britânicas ou norte-americanas e que, portanto, era os soviéticos que a Europa devia agradecer pela libertação do nazifascismo.

Em 1985, Mikhail Gorbachev assumiu a liderança da União Soviética e deu início a um processo de abertura politica e econômica do regime, chamadas, respectivamente, de perestroika e glasnost. Tais reformas contribuíram para diminuir a tensão entre o bloco capitalista e a União Soviética, mas resultaram no fim da mesma. Em 1989, com a queda do Muro de Berlim, o mundo polarizado começou a ruir. Com a derrubada de Gorbachev, em 1991, o regime soviético chegou ao fim. Trinta anos depois de criada, a cortina de ferro se abriu definitivamente.

Referências:
http://www.history.com/this-day-in-history/churchill-delivers-iron-curtain-speech
http://www.justinegosling.com/iron-curtain/

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