Peste Suína Clássica

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A Peste Suína Clássica (PSC), também conhecida como febre suína ou cólera dos porcos, é uma enfermidade contagiosa e muitas vezes, fatal aos suínos, causada por um vírus RNA envelopado pertencente a família Flaviviridae. Foi no século XX que sua etiologia viral foi estabelecida, embora tenha sido reconhecida pela primeira vez no século XIX. Nos dias de hoje no Brasil, algumas das regiões mais importantes na criação de suínos são livres da PSC, embora permaneça endêmica e recorrente em outras áreas. Este é uma das doenças mais importantes dos suínos domésticos, sendo assim de notificação compulsória.

Com base na análise seqüencial de genes específicos, o vírus da PSC divide-se em três grupos, com três ou quatro subgrupos cada (1.1, 1.2, 1.3; 2.1, 2.2., 2.3; 3.1, 3.2, 3.3 e 3.4).

A contaminação geralmente se dá pela via oronasal e o período de incubação varia de 7 a 10 dias, sendo menor em casos de infecção experimental. Alguns fatores que são responsáveis pela propagação da doença são a alta densidade populacional e a presença de porcos silvestres, pois estes são um importante reservatório do vírus.

As células que o vírus ataca, são: células endoteliais, células linfo-reticulares, macrófagos e algumas células epiteliais específicas. Quando a infecção é pré-natal o vírus afeta a diferenciação dos órgãos, levando a más formações (aborto, natimortos, mumificação fetal); quando a infecção é pós-natal, as lesões relacionam-se com os danos sofridos pelas células endoteliais e trombose.

Os sinais clínicos que os suínos afetados apresentam dependem de fatores como a idade do animal e a virulência da cepa envolvida. Em animais jovens, a taxa de mortalidade pode chegar a 90%, já em animais mais velhos, a enfermidade pode manifestar-se discretamente ou até mesmo ser subclínica. Inicialmente os animais apresentam depressão e febre alta, associados com leucopenia severa (contagem de leucócitos abaixo do normal), como o vírus ataca o sistema linfóide, há necrose das tonsilas; observam-se também eritemas (regiões avermelhadas), hemorragia e cianose em animais de pele branca, geralmente nas extremidades, axilas, abdômen e face interna dos membros. Petéquias e Hemorragia também são vistas nas mucosas. Observa-se também sinais nervosos, como: letargia, convulsões ocasionalmente, ranger de dentes e dificuldade de locomoção.

Animais que sobrevivem por mais de 10 dias após o início dos sinais clínicos, podem desenvolver sintomas respiratório e intestinal (constipação e em seguida, diarréia). Quando a infecção é crônica, após inicialmente o animal apresentar febre, apresentam recuperação transitória seguida de recorrência com febre, anorexia e depressão.

O método de diagnóstico mais utilizado é o isolamento do vírus em cultivo celular. O material utilizado é o sangue, ou suspensão de órgãos do sistema linfóide, como tonsilas, baço, linfonodos, glândulas parótidas e rins. Como este vírus não é citopatogênico, são usados anticorpos específicos para a identificação do vírus em cultivo celular. Esta é uma técnica muito lenta, podendo levar até sete dias após submissão das amostras ao laboratório.

Pode ser utilizada a técnica de imunofluorescência e o teste de E.L.I.S.A. para a detecção dos antígenos virais. A técnica de RT-PCR, embora não seja aceita ainda, pode ser uma alternativa para o diagnóstico deste vírus.

Para o controle da doença são utilizadas vacinas atenuadas, baseadas na amostra chinesa do vírus da PSC. Elas induzem altos títulos de anticorpos neutralizantes e é segura para fêmeas gestantes. A desvantagem da utilização da vacinação é que não é possível a diferenciação entre anticorpos vacinais e aqueles induzidos por infecção natural.

Em áreas sem vacinação são utilizados os seguintes procedimentos para controlar os surtos:

  • Eliminação de toda a população suína de rebanhos infectados
  • Investigação epidemiológica, clínicas e virológicas
  • Restrição de movimentação de suínos vivos, da carne suína e de outros vetores que possam transmitir a doença

Fontes:
https://web.archive.org/web/20090315043016/http://www.vet.ufmg.br:8080/Portal_Vet/departamentos/clinica/patologia/documentos/Peste%20suina%20classica.pdf/view
http://www.agroredenoticias.com.br/textos.aspx?wjXxJBSHfZ1qdrgqwLa+TQ==
http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/servlet/VisualizarAnexo?id=1721

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