Olinda

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A histórica cidade pernambucana foi a primeira cidade brasileira eleita Capital Brasileira da Cultura em 2006. Tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco ainda em 1982 e alçada a Monumento Nacional pela Lei Federal n.º 6.863 em 1980, Olinda guarda inúmeras riquezas artísticas e culturais que vão desde os magníficos prédios em estilo colonial até os famosos bonecos gigantes, chamados Bonecos de Olinda.

Vista da Igreja do Carmo da cidade de Olinda, com a cidade de Recife podendo ser vista ao fundo (Pernambuco, Brasil). Foto: Gustavo Frazao / Shutterstock.com

A Capitania Hereditária de Nova Lusitânia foi concedida a Duarte Coelho Pereira, navegador e soldado da Ásia, em 1535 e foi uma das 14 primeiras capitanias brasileiras. Nova Lusitânia, situada entre os rios São Francisco e Igaraçu, foi umas das poucas que rapidamente tiveram êxito fazendo com que prosperassem ali os primeiros engenhos açucareiros do Brasil colônia.

O povoado de Olinda foi elevado a vila em 12 de março de 1537 quando então, se tornou sede da capitania de Pernambuco. Como Portugal encontrava-se sob domínio dos espanhóis e ficara proibida de comercializar com a Holanda, estes invadiram o nordeste brasileiro causando inúmeros conflitos primeiro na Bahia e depois em Pernambuco, em 1630.

Passando à categoria de cidade em 1637, Pernambuco foi o palco de grande parte das revoltas contra as imposições feitas pelos holandeses. Em 1645, mais precisamente no dia 15 de maio no Engenho de São João, 18 líderes Pernambucanos assinaram o “Compromisso Imortal do Ipojuca” onde se comprometiam a lutar para acabar com a opressão dos invasores. Ali se iniciou um conflito armado que duraria ainda quase 10 anos.

Em 1654 Olinda volta a ser novamente a capital de Pernambuco logo após a derrota dos holandeses no dia 27 de janeiro, quando foram entregues ao General Francisco Barreto de Menezes as 73 chaves da cidade Mauricéia como símbolo da rendição.

O episódio conhecido como Restauração Pernambucana marcou o início de um sentimento nacionalista que seria primordial para a Proclamação da República décadas depois.

Alguns após a expulsão dos holandeses, Recife foi alçada a categoria de vila, assim como Olinda mas, a definição dos limites da nova vila acaba criando certa rivalidade entre os habitantes destas duas cidades. Essa rivalidade leva a outro episódio importante da história Pernambucana em 1710, a Guerra dos Mascates em que só terminaria em 1711 após a invasão de Recife pelos olindenses. O que, entretanto, não impediu Recife de continuar a se sobressair.

Em 1817, novo episódio histórico: a Revolução Pernambucana estabeleceu um governo provisório que durou pouco mas, contribuiu para tornar ainda mais forte o sentimento republicano e de revolta contra a dominação pela Coroa Portuguesa. Este sentimento causaria ainda mais dois movimentos revolucionários: um em 1824 e chamado Confederação do Equador, e outro em 1848 que ficou conhecido como Revolução Praieira. Todos com forte participação da cidade que se tornara exemplo de desenvolvimento da época, Olinda.

Entretanto, Olinda perdera o título de capital Pernambucana em 1837, para Recife que despontara como a nova “menina dos olhos“ do nordeste brasileiro.

Felizmente, suas riquezas foram preservadas: o frevo, o maracatu, os bonecos gigantes que alegram o maior carnaval do mundo, os casarões antigos da cidade e suas históricas ladeiras pelas quais pode se chegar aos conventos, mirantes, ateliês, museus e igrejas que fazem da cidade de Olinda o berço da cultura brasileira.

Carnaval de Olinda (Pernambuco, Brasil). Foto: MesquitaFMS / Shutterstock.com

Fontes
http://www.recifeguide.com
http://www.olinda.pe.gov.br

Arquivado em: Pernambuco
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