Lista de questões de vestibulares e concursos sobre as figuras de linguagem. Ler artigo Figuras de linguagem.
No enunciado: “Virgílio, traga-me uma coca cola bem gelada!”, registra-se uma figura de linguagem denominada:
anáfora
personificação
antítese
catacrese
metonímia
Neste caso, trata-se de uma METONÍMIA, e portanto a resposta da questão é a letra E. A metonímia é a figura de linguagem que consiste na utilização de um termo em substituição a outro que estabelece com ele algum tipo de afinidade, semelhança ou relação semântica. Neste caso, substitui-se refrigerante de cola pela marca do produto “coca cola”. É o que acontece com outros produtos, com palha de aço, que em alguns lugares é mais conhecida pela marca “Bom Bril”, ou quando, ao invés de falar iogurte, se utiliza a marca “Danone”, etc. Vale ressaltar que este é apenas um dos casos de metonímia, existem muitos outros como o autor pela obra, a parte pelo todo, etc.
(FMU) Quando você afirma que enterrou “no dedo um alfinete”, que embarcou “no trem” e que serrou “os pés da mesa”, recorre a um tipo de figura de linguagem denominada:
paródia
alegoria
Nestes três casos apresentados no enunciado da questão, temos exemplos de uma figura de linguagem chamada “CATACRESE”: alternativa E. Esta figura de linguagem consiste no uso de uma palavra ou expressão em um sentido que não lhe é próprio, um sentido figurado, ou um sentido que não corresponde de forma apropriada ao real significado de tal palavra ou expressão. Isso acontece, geralmente, porque não se encontra um termo adequado para ser utilizado no contexto, e por alguma aproximação de sentido foi utilizado outro termo, que acabou ficando muito comum e perdeu a característica de metáfora, sendo assim denominado CATACRESE. São exemplos de catacrese: dente de alho, pés da mesa, cabeça de alfinete, e muitos outros, como os três presentes no enunciado “embarcar no trem” (embarcar significa entrar no barco) “enterrar no dedo um alfinete” (enterrar significa colocar debaixo da terra) ou “serrar os pés da mesa” (mesa, na verdade, não tem pés. Este nome é dado aos membros inferiores do ser humano, então, na falta de um termo apropriado, este passou a ser utilizado).
(U. Taubaté) No sintagma: “Uma palavra branca e fria”, encontramos a figura denominada:
sinestesia
eufemismo
onomatopéia
antonomásia
Quando se atribui as características “branca” e “fria” a uma “palavra” (que é algo sonoro ou visual) está acontecendo uma mistura entre os sentidos do ser humano (visual, táctil, auditivo). Este fenômeno é conhecido como SINESTESIA e considerado uma figura de linguagem quando aplicado ao texto. A resposta da questão, portanto, é a alternativa A.
(FAU-Santos) Nos versos: “Bomba atômica que aterra Pomba atônita da paz Pomba tonta, bomba atômica...”
A repetição de determinados elemento fônicos é um recurso estilístico denominado:
hiperbibasmo
sinédoque
aliteração
metáfora
Nas palavras utilizadas no trecho do poema, presente no enunciado, podemos notar a repetição insistente de algumas consoantes como P, B, T, C, o que sonoramente provoca um efeito no texto. Este recurso estilístico, presente principalmente em textos literários e poéticos, é chamado de ALITERAÇÃO, ou seja, a repetição de sons consonantais em um texto, provocando nele um efeito perbido pela audição. Outro som repetido é o som do “om” ou /õ/, que também seria uma figura de linguagem chamada de assonância (repetição dos sons vocálicos), porém esta não é uma alternativa presente na questão. A resposta correta é a letra D - ALITERAÇÃO.
(Maringá) Leia os versos e depois assinale a alternativa correta:
“Amo do nauta o doloroso grito Em frágil prancha sobre o mar de horrores, Porque meu seio se tornou pedra, Porque minh’alma descorou de dores.” (Fagundes Varela)
No primeiro verso, há uma figura que se traduz por:
pleonasmo
hipérbato
gradação
anacoluto
No primeiro verso do poema “amo do nauta o doloroso grito”, podemos perceber a alteração brusca da posição normal dos termos, que seria “amo o grito doloroso do nauta”. Esta mudança brusca em termos, palavras ou orações, é chamada de HIPÉRBATO, e geralmente é utilizada em poemas para ajustar a métrica ou a rima, ou como um efeito estilístico. A resposta, portanto, é alternativa B - HIPÉRBATO.
(Cesesp – PE) Leia atentamente os períodos:
Os períodos aça contêm, respectiva e sucessivamente, as seguintes figuras de sintaxe:
Silepse de pessoa, silepse de gênero, anacoluto, silepse de número.
Anacoluto, anacoluto, anacoluto, silepse de número.
Silepse de número, silepse de pessoa, anacoluto, anacoluto.
Silepse de pessoa, silepse de número, anacoluto, silepse de gênero.
Silepse de pessoa, anacoluto, silepse de gênero, anacoluto.
As figuras de sintaxe presentes nas frases apresentadas nesta questão são, respectivamente:
1. “Vários de nós ficamos surpresos.” - SILEPSE DE PESSOA - a concordância ideológica com uma pessoa que não está presente na estrutura sintática da frase, ou seja, na frase há um termo “ficamos” (1ª pessoa) que concorda com a ideia do sujeito da frase “nós” (1ª pessoa) e não com o termo sintático utilizado “Vários de nós” (3ª pessoa). Sintaticamente, a concordância correta seria “Vários de nós ficaram surpresos”.
2. “Essa gente está furiosa e com medo; por consequência, capazes de tudo.” - SILEPSE DE NÚMERO - a concordância ideológica, porém desta vez não relacionada à pessoa do discurso, mas uma concordância de número (singular/plural). Na frase, o sujeito está no singular “esta gente”, porém o verbo está no plural “capazes”, subentendendo-se que “essa gente” se refere a muitas pessoas. Sintaticamente, para haver concordância de número, o verbo deveria estar também no singular.
3. “Tua mãe, não há idade nem desgraça que lhe transforme o sorriso.” - ANACOLUTO - figura que consiste na quebra da estrutura sintática de uma frase. Neste caso, a quebra acontece depois do termo “tua mãe”. Regularmente, deveria haver um verbo e um complemento, mas a estrutura se reinicia, apresentando outro sujeito com seu verbo e complemento.
4. “Entre elas, alguém estava envergonhada” - SILEPSE DE GÊNERO - é o mesmo fenômeno de concordância ideológica, explicado acima, porém desta vez a concordância é quebrada quanto ao gênero das palavras. No exemplo, o adjetivo“envergonhada” (feminino) não concorda com o substantivo ao qual se refere “alguém” (masculino), pois concorda com a ideia que fica subentendida, de que este “alguém” é uma mulher, já que há o termo “entre elas” citado anteriormente.
A alternativa que corresponde às figuras de linguagem encontradas respectivamente, é a letra D - Silepse de pessoa, silepse de número, anacoluto, silepse de gênero.
(Inatel) Reconheça e classifique as figuras de palavras, de construção e de pensamento:
( ) “Quando uma lousa cai sobre um cadáver mudo”. ( ) “Terrível hemorragia de sangue”. ( ) “Das idades através”. ( ) “Oxalá tenham razão”. ( ) “Trejeita, e canta, e ri nervosamente”.
A sequência que corresponde à resposta correta é:
4,3,5,2,1
3,4,2,1,5
3,4,2,5,1
3,4,5,2,1
1,3,2,5,4
A sequência correta das figuras de linguagem encontradas é:
3. EPÍTETO - é a utilização de um adjetivo, substantivo ou expressão associado a um outro nome para qualificá-lo ou identificá-lo, dando a ele características que já lhe são próprias. No exemplo “Quando uma lousa cai sobre um cadáver mudo”, a característica “mudo” é atribuída ao cadáver, que obviamente já tem esta característica.
4. PLEONASMO - é quando há uma redundância de ideias na frase, como no exemplo “Terrível hemorragia de sangue”. Trata-se de um pleonasmo, pois a ideia de hemorragia já nos diz que é um sangramento, portanto não seria necessário usar a expressão “de sangue”.
2. HIPÉRBATO - figura que consiste na alteração da ordem lógica na estrutura sintática do termo, da frase, da oração ou do período. Neste caso, a ordem seria “através das ideias”, e foi alterada de forma brusca: “Das ideias através”.
5. ELIPSE - é a figura de linguagem utilizada para suprimir do texto uma palavra que fica facilmente subentendida, sem causar nenhum prejuízo para a compreensão do mesmo. É o caso do exemplo “Oxalá tenham razão”, em que é suprimido o sujeito, porém não há nenhum prejuízo quanto à compreensão da frase.
1. POLISSÍNDETO é o uso repetitivo de uma mesma conjunção para ligar termos, orações ou períodos, como acontece na frase dada como exemplo: “Trejeita, e canta, e ri nervosamente”. A repetição da conjunção “e” causa um efeito estilístico no texto, como se as ações se repetissem interminavelmente uma depois da outra.
A alternativa que corresponde à sequência é a letra C - 3,4,2,5,1.
(Cescea) Identifique os recursos estilísticos empregados no texto:
“Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos, os modernos”. (Machado de Assis)
anáfora – antítese - silepse
metáfora – antítese – elipse
anástrofe – antítese – zeugma
pleonasmo – antítese – silepse
anástrofe – comparação – parábola
Os recursos estilísticos utilizados na frase “Nem tudo tinham os antigo, nem tudo temos, os modernos” são: SILEPSE - concordância da forma verbal “temos” com a ideia subentendida de “nós”, quando na verdade o sujeito é “os modernos” (3ª pessoa); ANTÍTESE - aproximação de duas ideias opostas, presentes nas palavras “antigos” e “modernos”; ANÁFORA - repetição da palavra “nem” consecutivamente nas duas frases seguidas. A alternativa que corresponde à resposta é a letra A - anáfora - antítese - silepse.
(Mack) Nos versos abaixo, uma figura se ergue graças co conflito de duas visões antagônicas:
“Saio do hotel com quatro olhos, - Dois do presente, - Dois do passado.”
Esta figura de linguagem recebe o nome de:
hipérbole
As ideias opostas presentes no trecho do poema apresentado no enunciado da questão são as ideias de “presente” e “passado”. A figura de linguagem presente graças à oposição destas duas ideias é a ANTÍTESE, assinalada pela alternativa D.
(FUVEST) Identifique a figura de linguagem empregada nos versos destacados:
“No tempo de meu Pai, sob estes galhos, Como uma vela fúnebre de cera, Chorei bilhões de vezes com a canseira De inexorabilíssimos trabalhos!”
litotes
paragoge
Nos versos em destaque “Chorei bilhões de vezes com a canseira / De inexorabilíssimos trabalhos!” há uma figura de linguagem chamada HIPÉRBOLE, assinalada na letra C. A hipérbole é uma figura de estilo que consiste no emprego de uma ideia de maneira demasiadamente exagerada, chegando ao ponto de não condizer com a realidade dos fatos. No caso do exemplo, ela está presente na afirmação “chorei bilhões de vezes”. É utilizada geralmente para conferir ao texto um certo nível de dramaticidade.