Orações coordenadas assindéticas

Mestre em Ciências Humanas (CEFETRJ, 2014)
Especialista em Linguística, Letras e Artes (CEFETRJ, 2013)
Graduada em Letras - Literatura e Língua Portuguesa (UFRJ, 2011)

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As orações coordenadas não apresentam nenhum relacionamento nem com o verbo nem com o nome, pois são independentes sintaticamente. Num período composto, as orações coordenadas aparecem uma ao lado da outra, com ou sem conjunção coordenativa. Sendo assim, entre elas passa a existir uma dependência de significado, ou seja, uma subordinação semântica, já que a frase é um enunciado completo em seu significado.

É importante lembrar que as orações coordenadas não estabelecem relações como as subordinadas, que são condicionadas ao sujeito, objeto ou adjunto. Em vez disso, relacionamos as orações entre si para detectarmos se houve somas de ideias, oposições de ideias, conclusão de ideias e assim por diante. Em grego, a palavra “conjunção” é sindeton. Por isso falamos em orações coordenadas assindéticas e orações coordenadas sindéticas.

As orações coordenadas assindéticas não apresentam conjunção, ou seja, uma aparece justaposta à outra.

Exemplificando:

[Tudo muda], [tudo passa], [o mundo permanece].

Entre a primeira e a segunda oração existe soma de ideias, já na terceira “o mundo permanece”, faz oposição as duas primeiras: “O mundo continua apesar de tudo mudar e passar".

[O hóspede de Tupã é sagrado]; [ninguém o ofenderá]; [Araquém o protege].

Observamos que entre a primeira e a segunda oração existe uma ideia de adição. Na última oração percebemos uma justificativa das duas primeiras. “O hóspede de Tupã é sagrado e ninguém o ofenderá porque Araquém o protege".

[Não alcancei a celebridade do emplasto], [não fui ministro], [não fui califa], [não conheci o casamento].

Observamos que entre as orações existe uma ideia de adição. “Não alcancei a celebridade do emplasto e não fui ministro e não fui califa e não conheci o casamento.

Bibliografia:

DE OLIVEIRA, Ubaldo Luiz. A estrutura sintática da frase. São Paulo, Selinunte editora, 1986.

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. São Paulo, Nacional 1966.

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