Alterações da linguagem

Por Paula Farias Akkari

Psicóloga (CRP 06/178290), graduada pela PUC-SP.
Mestranda em Psicologia Social na mesma instituição.
Pós-graduanda no Instituto Dasein.

Categorias: Neurologia, Psicologia
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A linguagem na forma verbal é uma atividade unicamente humana, essencial na elaboração e expressão de pensamentos e emoções.

É organizada em quatro dimensões:

Todos estes aspectos podem sofrer alterações em diversos graus.

Eis algumas de suas disfunções orgânicas - relacionadas a perturbações e lesões neurológicas:

Afasias: são síndromes relacionadas à perda da linguagem falada e ouvida, por incapacidade de compreender e utilizar os símbolos verbais, decorrentes de lesão neuronal (revisões de Butler et al., 2014; Yourgarnov et al., 2015). Seus principais tipos são:

Agrafias: são síndromes relacionadas à perda da linguagem escrita, sem que haja déficit motor ou perda cognitiva global. Suas formas são agrafia associada à afasia, agrafia pura – decorrente de lesão na segunda circunvolução frontal, na área de Exner ou no giro angular, na agrafia com alexia e agrafia apráxica – caracterizada pela dificuldade em formar grafemas, resultante de lesão no lobo parietal esquerdo.

Alexia: é a perda da capacidade de leitura previamente adquirida. Além da alexia pura, na qual há comprometimento na habilidade de transferir os resultados das análises da formas das letras para o léxico ortográfico com preservação de todos os aspectos semânticos e léxicos, há subtipos: alexia atencional (déficit grave na atenção seletiva), alexia por síndromes de heminegligência (incapacidade de perceber um hemicampo visual), alexia ortográfica, alexia fonológica, alexia profunda (ou dislexia profunda), na qual a palavra é percebida visual e fonologicamente de forma correta, mas cujo significado é modificado em um aspecto relacionado à palavra.

Disartria: é a dificuldade ou incapacidade motora de articular palavras, decorrente de fraqueza ou paralisia ou coordenação falha dos músculos do aparelho fonador. Como resultado, a fala, se ocorre, é fraca, pastosa e ritmamente prejudicada, por vezes de impossível compreensão. É um sintoma comum em lesões de trauma e acidente vascular cerebral (AVC). Seus tipos são disartria atáxica (tipicamente relacionada a lesões no cerebelo), disartria hipocinética (relacionada a lesões nos núcleos da base e nos circuitos por ele controlados, comum condição do curso progressivo da doença de Parkinson), e a disartria espástica, associada a lesões bilaterais no neurônio motor superior.

Parafasias: São alterações da linguagem nas quais determinadas palavras são deformadas. Seus tipos são parafasia fonêmica, com troca de fonemas das palavras, e parafasias semânticas, com troca de termos das frases.

Referências bibliográficas:

BAEH, Mathias: Duus, diagnostico topográfico em neurologia: anatomia, fisiologia, sinais, sintomas, 2008

Neurociências da mente e do comportamento/ Roberto Lent, coordenador. – [Reimp.] – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013

RAFIA: 1. Dalgalarrondo, P Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre, 2000. Editora Artes Médicas do Sul

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