Gênero narrativo

Mestre em Linguística (USP, 2019)
Graduada em Letras (USP, 2016)

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Quem não gosta de uma boa história? Nós as encontramos em livros, jornais, fofocas e nos causos contados pelos nossos avós. Por estar tão presente no nosso dia a dia, o gênero narrativo possui grande aceitação entre as pessoas. Ele permite que sejamos capazes de sermos transportados para outros lugares e vermos a vida por meio do olhar de alguém.

Conteúdo deste artigo

Características do gênero narrativo

Isso acontece por causa da característica desse gênero literário. Ele abarca obras que nos permitem observar como uma ação é desenvolvida em um contexto temporal e espacial e como ela recebe a interferência de personagens.

Para isso, é necessário contar com a figura do narrador, que pode atuar na história como um personagem ou pode apenas falar sobre ela, como se fosse um observador da ação. Assim, o ponto de vista do narrador pode variar entre histórias, alterando o foco narrativo das mesmas.

É importante ressaltar que o narrador não consiste no autor da história. O escritor inclusive pode usar o narrador para criar possibilidades diferentes de interpretação da mesma obra. Assim sendo, é necessário que o leitor esteja ciente de que essa figura faz parte dos elementos que compõem o gênero narrativo, podendo ser confiável ou não.

Subgêneros do gênero narrativo

O gênero possui vários subgêneros, afinal há diversas formas de contar uma história.

Dentre elas, as principais são a epopeia, o romance, a novela e o conto e a crônica. Veja a seguir quais são as características de cada um desses subgêneros a fim de facilitar a diferenciação entre eles.

Epopeia

A epopeia se trata de uma narrativa de longa extensão escrita em versos ou em prosa cujos temas são grandiosos e que possuem caráter heroico. Ela busca preservar a memória de um povo ao abordar acontecimentos passados ou míticos.

Nela, é comum a presença de deuses e heróis. Dois exemplos de obras desse subgênero narrativo são as famosas Ilíada e Odisséia de Homero.

Romance

O romance consiste em uma narrativa de longa extensão que constrói com detalhes o universo onde os personagens são posicionados e no qual a ação decorre. Nele, as personagens são descritas com minúcias e o escritor desenvolve análises a respeito dos elementos da narrativa.

Assim, a complexidade da narrativa é maior e há nela a construção de teias de conflitos causada pela inter-relação de uma ação principal e outras ações de menor importância. Dois romances bastante conhecidos do Brasil são O Guarani, de José de Alencar, e Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

Novela

A novela, por sua vez, busca priorizar a ação, deixando as análises para segundo plano. Nela, o escritor desenvolve um encadeamento de episódios (assim como acontece nas novelas que assistimos na televisão).

Dessa forma, o leitor acompanha as repercussões do que acontece sempre se encaminhando para o final, que também consiste no clímax da narrativa. Pode-se mencionar como exemplos as novelas brasileiras Vidas Secas, de Graciliano Ramos, e O Alienista, de Machado de Assis.

Conto

O conto é uma narrativa de curta extensão que se concentra no que é essencial para a história. Assim, desenvolve-se apenas uma unidade de ação que ocorre dentro de um tempo e espaço limitados.

Além disso, nesse subgênero narrativo, dispensa-se divagações ou qualquer descrição que seja excessiva. Dois contos bastante conhecidos no Brasil são “A cartomante”, de Machado de Assis, e “Feliz aniversário”, de Clarice Lispector.

Crônica

A crônica, assim como o conto, possui curta extensão. Geralmente, o assunto dela está relacionado a temas do cotidiano. Por essa razão, ela é muito presente em jornais e revistas. Além disso, a sua linguagem costuma ser leve e pode ter pitadas de humor. Um cronista brasileiro bastante famoso é Luís Fernando Veríssimo.

Arquivado em: Literatura, Redação
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