Objeto direto e Indireto Pleonásticos

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

Você já deve ter ouvido falar de uma figura de linguagem chamada “pleonasmo”. Ela está expressa na linguagem coloquial, quando as pessoas dizem “subir para cima’, “entrar para dentro”. Pois bem, como pleonasmo significa “superabundância” (do grego), esta figura de linguagem consiste na repetição de palavras, expressões, com o objetivo de enfatizar uma ideia.

Contextualizando o termo para a análise sintática, um objeto pleonástico, obviamente, estará expresso na frase duas vezes, sob a forma de um pronome pessoal oblíquo átono. Vejamos:

A correntinha, guardou-a no bolso da camisa de riscado”. (Mário Palmério).

Observe bem que, quando perguntamos ao verbo: “guardou o quê?”, a resposta que se apresenta é: “a correntinha” (objeto direto). Entretanto, após o verbo existe o pronome pessoal átono “a”, que se remete também à correntinha. Logo, o objeto direto está expresso duas vezes na mesma frase, com o intuito de dar ênfase a esse objeto. Assim, temos um objeto pleonástico, neste caso, um objeto direto pleonástico.

O objeto pleonástico ocorre só em objetos diretos? Não. Ele pode também aparecer em orações cujo objeto seja indireto. Leia a frase a seguir, de Dalton Trevisan:

Às violetas, na janela, não lhes poupei água”.

O verbo poupar é transitivo direto e indireto, já que fazemos duas perguntas a ele: “não poupei o quê a quem?”. Logo, "às violetas"  respondem a pergunta “a quem?” (objeto indireto). O pronome lhes refere-se também às violetas. Percebe-se que o escritor teve a intenção de dar ênfase ao objeto indireto. Portanto, tem-se aqui expresso um objeto indireto pleonástico.

Para se identificar facilmente a presença de um objeto pleonástico, lembre-se sempre de verificar primeiro a presença do objeto. Caso haja um pronome átono que se refira a esse mesmo objeto, trata-se de um objeto pleonástico. Agora, se ele é direto ou indireto, você já sabe! É só verificar a presença (ou não) da preposição.

REFERÊNCIAS
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 421-2.
SAVIOLI, Francisco de Platão. Gramática em 44 lições. 15. ed. São Paulo: Ática, 1989, p. 30.

Arquivado em: Português
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: