Sapo

Mestre em Ecologia (UERJ, 2016)
Graduada em Ciências Biológicas (UFF, 2013)

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Os sapos são anfíbios que pertencem à Ordem Anura assim como as rãs e as pererecas. Até o momento foram descritas 1039 espécies de anuros no Brasil representados por 20 famílias e 90 gêneros. Os sapos são fisicamente mais troncudos, possuem glândulas paratoides, têm pele mais rugosa e seca e são mais terrestres do que as rãs e as pererecas. Possuem hábitos noturnos e os machos são conhecidos por coaxarem na época reprodutiva. A pele dos sapos é fina e permeável e, portanto, esses animais são muito sensíveis a alterações tanto do ambiente aquático como do solo e do ar. Além disso, a respiração nos anuros é realizada parte através da pele e parte pelos pulmões, sendo que a pele também é importante na absorção da água, uma vez que estes animais não bebem água.

A dieta dos sapos é composta por insetos, como moscas (adultas e larvas), baratas, pernilongos, formigas, pulgões, besouros, lagartas e vagalumes; e por outros animais invertebrados, como aranhas, lesmas e minhocas. Os sapos não têm dentes fortes, apenas um serrilhado frágil e, portanto, não mordem ou mastigam os animais que constituem sua dieta. Eles utilizam sua língua que é elástica (fixada na parte da frente da boca, na maioria das espécies) para capturar sua presa em potencial. Quando o sapo vê a presa, ele se aproxima ou espera que o inseto fique a uma distância, suficiente para que a língua dele alcance o alimento. Então, o sapo projeta seu corpo e lança sua língua, que tem a ponta pegajosa para que o inseto fique grudado. Em seguida, o sapo retrai a língua, puxa o inseto para dentro da boca e o engole inteiro, sem mastigação.

Sapo cururu (Rhinella marina) . Foto: Randimal / Shutterstock.com

Os sapos têm uma bolsa em cada lado da cabeça, denominada glândula parotoide, com uma estrutura esponjosa contendo um líquido leitoso. Ao contrário do que muitas pessoas acreditam este líquido leitoso não é venenoso para o homem, causando no máximo uma irritação e, mesmo assim, apenas se colocado na boca ou nos olhos. Os sapos utilizam esse líquido apenas para se defender dos predadores, como os morcegos por exemplo.

A maioria dos sapos é ativa durante a noite e dormem durante o dia. Porém existem algumas espécies como o sapo-boi-da-serra-do-mar que vivem no chão da floresta (na serapilheira) e caçam durante o dia, porque esse ambiente é sempre úmido e fresco. As espécies diurnas apresentam uma coloração especial para ficarem camufladas nas folhas secas do chão da floresta e, assim, não são notadas por seus predadores naturais nem por suas eventuais presas.

No período reprodutivo, os machos coaxam para atrair uma parceira para o acasalamento. Os sapos coaxam na beira das lagoas, no chão ou na água e às vezes escondidos no meio da vegetação. Eles, normalmente, coaxam e se reproduzem no local onde nasceram. A fecundação na maioria das espécies é externa e durante o acasalamento o macho se posiciona sobre a fêmea, abraçando-a, numa posição denominada amplexo.

A conservação das espécies de sapos é importante para o homem, pois eles são responsáveis pelo controle de outras espécies, como moscas e besouros, que são consideradas pragas principalmente na agricultura. Além disso, ajudam no controle de vetores importantes na disseminação de doenças humanas que são problema de saúde pública como, por exemplo, a dengue e a malária.

Referências Bibliográficas:

Woehl Jr., Germano & Woehl, Elza Nishimura. Anfíbios da Mata Atlântica. Instituto rã-bugio para a conservação da biodiversidade. http://www.ra-bugio.org.br

Magno V. Segalla, Ulisses Caramaschi, Carlos Alberto Gonçalves Cruz, Taran Grant, Célio F.B. Haddad, Paulo Christiano de Anchietta Garcia, Bianca V.M. Berneck, José A. Langone. 2016. Brazilian Amphibians: List of Species. Versão 2015.2. Disponível em http://www.sbherpetologia.org.br/ Sociedade Brasileira de Herpetologia. Acesso em: 28 de maio, 2017.

Verdade, Vanessa K.; Dixo, Marianna; Curcio, Felipe F. 2010. Os riscos de extinção de sapos, rãs e pererecas em decorrência das alterações ambientais. Estudos avançados 24 (68): 161-172 p.

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