Páscoa

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A Páscoa é uma das mais tradicionais datas da igreja cristã. Sua realização remete à Ressurreição de Jesus Cristo, celebrando a recuperação da esperança na humanidade. Assim, a Páscoa celebra um renascimento. O retorno de Cristo ocorreu no terceiro dia, depois que foi crucificado a mando de Pôncio Pilatos, governador da Judeia. A comemoração mais antiga da Páscoa, segundo historiadores, ocorreu no século II, mas antes disso a ressurreição de Cristo já era celebrada de outras formas.

Origem pagã

Apesar de ser reconhecida como uma data cristã, a Páscoa pode ser associada à cultura pagã. Em alemão, páscoa é “Ostern”, que segundo o monge inglês Venerável Beda (673-735), deriva da nominação da deusa Eostre (Eostrae). Neste sentido, o paralelo ocorre devido à significação de Eostre na cultura germânica que, assim como a Páscoa, simboliza a fertilidade e a primavera. Além disso, a imagem de Eostre é sempre acompanhada de lebres ao seu redor, assim é verificado outro paralelo entre as simbologias, pois as lebres e os coelhos (Páscoa) são animais parecidos. Desta forma, assim como ocorre com o Natal, percebe-se que muitos dos feriados e símbolos cristãos foram originados de datas pagãs.

Reivindicação da origem cristã

Em outro aspecto, a Páscoa seria uma celebração que teria surgido etimologicamente da designação da semana de Páscoa, “in albis”, expressão plural para “alba”, que significa amanhecer. Assim, a igreja cristã indica que esta foi a origem da palavra “eostarum” (alemão antigo), palavra mais próxima de “Ostern”.

Tradições e símbolos da Páscoa

A comemoração da Páscoa envolve uma infinidade de tradições. A maior parte delas tem sua origem em costumes populares. Um bom exemplo é o cordeiro pascal, que remete à forma como Jesus Cristo é chamado nas escrituras sagradas: “cordeiro de Deus, que tirai o pecado do mundo”. Além disso, o cordeiro era um animal sacrificado na Israel antiga.

Ovos de Páscoa decorados. Foto: Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0

Desde o século XIII existem registros a respeito da utilização de ovos de Páscoa. Naquele período, a Igreja não permitia que o povo consumisse ovos na Semana Santa. Então, os ovos que as galinhas botavam naquele período eram separados e decorados para sua identificação como os ovos da Semana Santa. O ovo também precede de um sentido de renascimento, ou seja, ressurreição, identificando-se com a volta de Cristo. Em outro aspecto, os cristãos ortodoxos pintam ovos em vermelho como forma de aludir ao sangue derramado por Cristo no momento de sua crucificação.

A associação dos coelhos com a data da Páscoa teve início em regiões de protestantes na Europa do século XVII, porém foi somente no século XIX que esta tradição tornou-se algo comum. Nas celebrações, indica-se para as crianças que o coelho da Páscoa põe os ovos decorados em lugares escondidos. Afora os ovos, o coelho pascal deixa também cestas com doces na manhã de Páscoa. No Brasil, pais emulam pegadas de coelho pela casa e depois as crianças passam a procurar os ovos, comemorando os achados ao comer o chocolate.

Outros símbolos também são associados à Pascoa. O peixe, por exemplo, é um animal que remete à vida, estando presente na parábola do milagre dos peixes, na qual Jesus Cristo multiplica-os. Sua utilização como símbolo pascal se deu a partir do acróstico IXTUS, peixe em grego. Durante a Semana Santa costuma-se comer peixe na Sexta-feira, o que simboliza o começo dos 40 dias em que os cristãos não comem carne vermelha: a Quaresma.

Na tradição cristã outro elemento considerado tradicional da Páscoa é a folha de palmeiras. Este símbolo remete ao Domingo de Ramos, no qual tem início a Semana Santa. Assim, o ramo de palmeiras é uma forma de anunciar a chegada de Jesus Cristo a Jerusalém, pois os cidadãos colocaram folhas de palmeiras pela estrada para lhe dar as boas-vindas e comemorar seu retorno. Após algum tempo, estas folhas tornaram-se itens decorativos em igrejas durante as comemorações de Páscoa.

Outro elemento é o círio Pascal, uma grande vela com decoração das letras alfa e ômega, que significam “começo” e “fim”, respectivamente, no alfabeto grego. Durante a vigília de Páscoa são colocados no círio pontos que remetem às cinco chagas de Cristo depois de crucificado. O costume é acender a vela no Sábado de Aleluia, homenageando a Ressurreição.

Leia mais:

Fontes:

https://www.britannica.com/topic/Easter-holiday

https://www.history.com/topics/holidays/history-of-easter

https://blog.science4you.pt/curiosidades/a-verdadeira-historia-da-pascoa/

https://www.elo7.com.br/lista/a-verdadeira-historia-da-pascoa

Arquivado em: Cristianismo
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