Conjuntivite

Mestre em Ciências Biológicas (Universidade de Aveiro-SP, 2013)
Graduada em Biologia (Universidade Santa Cecília-SP, 2003)

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

Conjuntivite, conhecida como “olho vermelho”, é qualquer condição inflamatória da conjuntiva, uma camada de tecido fina, translúcida e transparente, nas porções bulbar (reveste a face da superfície externa da esclera) e palpebral (reveste o interior das pálpebras).

Na maioria dos casos é causada por microrganismos (bactérias e vírus). Outras causas são o uso de medicamentos e soluções oftálmicos, lentes de contato, olho seco, substâncias irritantes (poluição, cloro, maquiagem, etc.), produtos químicos (produtos de limpeza, pesticidas, etc.), pólen e pelos. Há casos poucos comuns de infecção por clamídia e gonorreia.

Mulher com conjuntivite. Foto: Anita van den Broek / Shutterstock.com

Em sua origem, pode ser:

  • Conjuntivite: infecciosa (microrganismos) ou não infecciosa (alérgica, olho seco, reação tóxica ou química, lentes de contato, entre outros);
  • Ceratite: infecciosa (bactéria, vírus, fungo e Acanthamoeba) e não infecciosa (erosão epitelial e corpo estranho).

São descritos seis tipos:

  1. Conjuntivite alérgica sazonal – é um sintoma da infecção alérgica da febre do feno, causada pelo pólen das árvores, das gramíneas e das ervas daninhas durante a primavera e outono. Não é transmissível.
  2. Conjuntivite alérgica perene – também causada pela “febre do feno”, é causada por pelos de animais e susceptível a ocorrer durante todo o ano. É menos prevalente do que a conjuntivite alérgica sazonal. Não é transmissível. Os sintomas são: coceira e olhos vermelhos, lacrimejantes e ardentes. Em casos mais graves, os olhos podem ficar inchados (edema periorbital).
  3. Ceratoconjuntivite atópica – uma inflamação crônica associada à dermatite atópica e com a predisposição hereditária para a hipersensibilidade a agentes alérgeno específicos. O inferior e a conjuntiva palpebral são as estruturas mais comumente afetadas. Pode resultar em um comprometimento da visão devido a vascularização ou cicatrização da córnea. Apresentam extrema coceira, queimação e olhos vermelhos. Há presença de um corrimento mucoso viscoso, e ao despertar do sono, as pálpebras ficam coladas. Outros sintomas são a fotofobia, visão turva, lacrimejamento e presença de papilas na conjuntiva e nódulos gelatinosos (Trantas), caucionando a opacificação da esclera e córnea.
  4. Ceratoconjuntivite primaveril – uma inflamação da conjuntiva com acometimento da córnea, frequente na infância e principalmente na primavera e verão. Os sintomas são os convencionais e outros como: papilas arredondadas e hipertrofia da conjuntiva tarsal, hiperemia da conjuntiva bulbar, edema límbico, erosões epiteliais na córnea.
  5. Conjuntivite papilar gigante – associada ao uso de lentes de contato gelatinosas e rígidas; e prótese ocular. Há presença de grandes papilas na conjuntiva tarsal superior e pode haver inflamação da córnea. No início, geralmente não é acompanhada por sinais. Os sintomas convencionais podem ocorrer de meses a anos depois do início do uso das lentes de contato.
  6. Dermatite de contato – inflamação alérgica causada por medicamentos oftálmicos, cosméticos e soluções oftálmicas. Caracterizada pela vasodilatação pronunciada, quemose, secreção aquosa e resposta papilar.

Os sintomas são a coceira, queimação e fotofobia severas.

Causa Bacteriana

A conjuntivite bacteriana hiperaguda é uma infecção ocular grave com abundante secreção purulenta amarelo-esverdeada, que traz riscos à visão. É provocada pela N. gonorrhoeae e Neisseria meningitidis.

Pode ser congênita, sendo transmitida da mão para o filho durante o parto normal.

Os agentes mais frequentes na conjuntivite bacteriana aguda em crianças são o Streptococcus pneumoniae e o Haemophilus influenzae; em adultos é o Staphylococcus aureus.

A conjuntivite bacteriana crônica é mais comumente causada por espécies de Staphylococcus, embora outras bactérias estejam ocasionalmente envolvidas.

A infecção ocorre pela bactéria Chlamydia trachomatis, uma doença sexualmente transmissível.

Causa Viral

O mais comum é o adenovírus, contudo outros vírus podem causar a condição. Geralmente é o responsável pelas epidemias comunitárias, como em escolas, locais de trabalho e hospitais.

Referências:

FRIEDLAENDER, MH. Conjunctivitis of allergic origin: clinical presentation and differential diagnosis. Surv Ophthalmol, 38(Suppl):105-14, 1993.

MORROW, G. L.; ABBOTT, R. L. Conjunctivitis. American family physician, v. 57, n. 4, p. 735-746, 1998.

NEVES, A. R. R. et al. Ceratoconjuntivite alérgica e ceratocone. Rev. bras. alergia imunopatol, v. 30, n. 2, p. 67-70, 2007.

SENA, C. M. de et al. Uso da medicação homeopática no tratamento da ceratoconjuntivite primaveril: resultados iniciais. Arq Bras Oftalmol, v. 66, n. 1, p. 45-50, 2003.

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: